O programa Sem Censura desta segunda-feira (27) celebrou os 86 anos do periódico radialístico A Voz do Brasil. A apresentadora Marina Machado conversou com os jornalistas Airton Medeiros – que apresentou A Voz durante 17 anos -; Luciano Seixas, gerente-executivo de Rádios da Empresa Brasil de Comunicação (EBC); Gabriela Mendes, a voz feminina do programa; e Erivaldo “Leleco” Santos, radialista e gerente de Operações das Rádios EBC.
Durante o bate-papo, os profissionais relataram suas experiências com o programa e com os ouvintes, além do papel social do rádio, que leva informação de fácil acesso a cidadãos de todos os cantos do país.
O gerente-executivo da Rádio Nacional, Luciano Seixas,a jornalista Marina Machado, a apresentadora de A Voz do Brasil, Gabriela Mendes e o gerente de operações de áudio, Leleco Santos, participam do programa Sem Censura, na TV Brasil – Marcello Casal jr/Agência Brasil
“Comecei como produtora, fui repórter, editora. A primeira vez que você apresenta é uma tensão. São 70 milhões de pessoas te escutando. A repercussão é muito grande, e só aí você entende o alcance de A Voz do Brasil”, disse Gabriela Mendes, que está à frente do jornal há quatro anos.
Gabriela também falou sobre a trajetória profissional que a levou para as ondas do rádio. Inicialmente habituada a trabalhar na televisão, a jornalista afirma que o público, o alcance e a “magia” do rádio cativaram seu interesse, que logo se transformou em paixão.
O gerente-executivo da Rádio Nacional, Luciano Seixas, a apresentadora de A Voz do Brasil, Gabriela Mendes e o gerente de operações de áudio, Leleco Santos, participam do programa Sem Censura, na TV Brasil – Marcello Casal jr/Agência Brasil
Sobre o papel dos jornalistas diante da transformação tecnológica e do consumo de notícias e conteúdos, Luciano é categórico ao afirmar que o desafio profissional moderno é atingir o público de maneira íntima, mas com credibilidade.
“A comunicação tem tentado ser mais próxima, mais amiga, sem perder a credibilidade. Esse talvez seja o grande desafio. Tem que ter fontes que forneçam precisão e saber transformar, traduzir aquela informação com palavras mais populares. Isso não é muito fácil e demanda muito trabalho.”
Segundo Leleco, a experiência na operação do programa trouxe alegrias e bastante conhecimento, já que o processo de traduzir conteúdo para o cidadão de forma confiável com grandes profissionais é marcante. “É uma realização profissional. Ela [A Voz do Brasil] me ajudou a aprender muito, a lidar e depurar informação.”
“O foco de A Voz é o cidadão. Sempre focamos nisso quando vamos colocar o material no ar”, complementou Gabriela.
Momentos históricos
Os profissionais relembraram também grandes momentos históricos na cobertura de A Voz do Brasil, como a morte do campeão de Fórmula-1 Ayrton Senna, em 1994. A morte do político Ulysses Guimarães, o atentado terrorista em 11 de setembro e o nascimento da Constituição de 1988 também foram marcantes para os jornalistas.
Além de notícias dos palácios do governo federal, A Voz do Brasil levou aos ouvintes informações sobre a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). O programa narrou as conquistas do país em cinco edições da Copa do Mundo e a derrota em duas – a mais traumática em 1950. A Voz registrou a inauguração de Brasília (1960) e cobriu a morte de ídolos como Carmen Miranda (1955).
O gerente-executivo da Rádio Nacional, Luciano Seixas, a apresentadora de A Voz do Brasil, Gabriela Mendes e o gerente de operações de áudio, Leleco Santos, participam do programa Sem Censura, na TV Brasil – Marcello Casal jr/Agência Brasil
Pelo rádio, e pela A Voz do Brasil, muitos brasileiros souberam da invenção da pílula anticoncepcional (1960), da chegada do homem à Lua (1969), dos primeiros passos da telefonia móvel (1973), da queda do Muro de Berlim (1989) e da clonagem da ovelha Dolly (1998).
Mudança tecnológica
“Hoje em dia é muito fácil, você aperta um botão e tudo funciona”, brincou Leleco sobre a operacionalização de A Voz. O radialista afirmou que a evolução tecnológica nos equipamentos da rádio ajudou muito. “Eu não tenho muita saudade. Vira e mexe a gente ficava na mão”, afirmou Leleco sobre as mídias da época, como os discos de vinil e fitas de rolo, que eram usadas para viabilizar a programação.
Apesar de colecionar objetos e equipamentos do passado do rádio, Leleco afirma que não há nenhum saudosismo, apenas nostalgia. “Não sinto nenhuma falta. Hoje em dia é tudo mais fácil”, reforçou.
O programa A Voz do Brasil é o programa de rádio mais antigo do Hemisfério Sul ainda em transmissão.
A apresentadora do programa A Voz do Brasil, o gerente de operações de áudio, Leleco Santos, e o gerente-executivo da Rádio Nacional, Luciano Seixas, participam do programa Sem Censura, na TV Brasil – Marcello Casal jr/Agência Brasil
A Voz do Brasil também está na TV Brasil, e vai ao ar no telejornal Repórter Brasil sempre que recebe convidados no estúdio. Em 2021, entrevistou o presidente da República, Jair Bolsonaro, e recebeu diversos ministros de Estado e autoridades representantes de instituições federais para falar aos brasileiros sobre os fatos que impactam suas vidas, diretamente da fonte oficial. O programa é veiculado em todas as emissoras de radiodifusão brasileiras, entre 19h e 22h pelo horário de Brasília, de segunda a sexta-feira (com exceção de feriados).
Presidente do STF sinalizou ser contra anistia dos condenados de 8/01
Por agencia Brasil
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, disse nesta quinta-feira (14) que as explosões ocorridas na frente da sede do tribunal revelam a necessidade de responsabilização de quem atenta contra a democracia.
Durante abertura da sessão desta tarde, Barroso disse que as explosões demonstram a tentativa de deslegitimar a democracia no Brasil.
“A gravidade do atentado de ontem nos alerta para a preocupante realidade que persiste no Brasil – a ideia de aplacar e deslegitimar a democracia e suas instituições. Reforça também e, sobretudo, a necessidade de responsabilização de todos que atentem contra a democracia”, afirmou.
O presidente também disse que o episódio mostra a periculosidade das pessoas com as quais a Corte lida.
“Apesar de estarmos no calor dos acontecimentos e no curso das apurações, precisamos, como país e sociedade, de uma reflexão profunda sobre o que está acontecendo entre nós”, declarou.
Anistia
Barroso também citou os atos golpistas de 8 de janeiro e sinalizou ser contra a anistia aos condenados pela Corte.
“Relativamente a este último episódio, algumas pessoas foram da indignação à pena, procurando naturalizar o absurdo. Não veem que dão um incentivo para que o mesmo tipo de comportamento ocorra outras vezes. Querem perdoar sem antes sequer condenar”, completou.
Gilmar Mendes
O ministro Gilmar Mendes, decano da Corte, afirmou que as explosões não se tratam de um fato isolado. Segundo o ministro, o discurso de ódio, o fanatismo político e a indústria de desinformação foram “largamente estimulados” pelo governo anterior, de Jair Bolsonaro.
“As investidas contra a democracia têm ocorrido explicitamente, à luz do dia, sem cerimônia nem pudor. Condutas como as de ontem, juntam-se a diversas outras já vivenciadas”, disse.
Mendes também aproveitou para defender a regulação das redes sociais e também rechaçou a possiblidade de anistia dos condenados pelo 8 de janeiro.
“A meu sentir, a revisitação dos fatos que antecederam aos ataques de ontem é pressuposto para a realização de um debate racional sobre a defesa de nossas instituições, sobre a regulação das redes sociais e sobre eventuais propostas de anistiar criminosos”, completou.
Ataque
Vídeo das câmeras de segurança do STF mostram o chaveiro Francisco Wanderley Luiz atirando artefatos explosivos em direção à escultura A Justiça, que fica em frente ao prédio da Corte e, em seguida, acendendo outro no próprio corpo. Momentos antes, o carro dele também explodiu no estacionamento próximo ao Anexo IV da Câmara dos Deputados.
Enquanto a média de profissionais médicos recomendados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) deve ser de 3,73/1000 habitantes, cidades das regiões Norte e Nordeste do país têm menos de dois médicos por mil habitantes. É o que mostra um levantamento da Associação dos Mantenedores Independentes Educadores do Ensino Superior (AMIES).
Estados como o Maranhão, na região Nordeste, e o Pará, na região Norte, contam com os menores índices de médicos por mil habitantes: 1,13 e 1,22, respectivamente. Outros estados também se destacam negativamente pela falta de profissionais, como o Piauí, com 1,40 médico, Acre, com 1,46 médico, Bahia, com 1,90 médico e Ceará, com 1,95 médico por mil habitantes.
Somando as regiões Norte e Nordeste, são mais de 71 milhões de habitantes e apenas 130 mil médicos, números que reforçam a carência de profissionais.
Novos cursos negados
Para ampliar o número de cursos de Medicina e de vagas nessas regiões, diversos centros universitários pedem junto ao MEC, ou por meio de ações na justiça, a abertura dessas vagas. Só na última semana, segundo levantamento da AMIES, de 13 pedidos nas regiões Norte e Nordeste seis foram indeferidos pelo MEC. Os outros sete ainda estão em processamento.
Um dos motivos para o MEC indeferir os pedidos de aumento de vagas e abertura de novos cursos é que os municípios onde os cursos seriam abertos estão acima da recomendação da OCDE — de 3,73 médicos por mil habitantes. O que não justificaria a necessidade de novas instituições superiores de Medicina.
Mas a AMIES contesta, pois o MEC está considerando apenas os municípios onde as faculdades seriam criadas e não a região de saúde que atenderia toda a população, explica a advogada.
“Esses indeferimentos, caso mantidos em esfera recursal, significam que os municípios e suas regiões de saúde deixarão de ganhar. Seja no curto prazo, com atendimento médico à população carente, que é realizado pelos estudantes, professores e tutores. Seja a longo prazo, com a não formação de profissionais que seriam inseridos no mercado de trabalho e os médicos que atenderiam em UPAs, hospitais e consultórios.”
Os impactos para as cidades negadas
Caso o Ministério da Educação mantenha o entendimento de que somente municípios com menos de 3,73 médicos por mil habitantes precisam de mais médicos, sem considerar os dados das regiões de saúde onde estão inseridos os municípios, poderão haver 43 pedidos de abertura de novos cursos de Medicina negados pelo MEC nos próximos meses. É o que aponta um levantamento da AMIES.
Segundo a entidade, se essa expectativa for confirmada, essas regiões continuarão lutando com a falta de profissionais e deixarão de ter novos profissionais formados ao término do ciclo da graduação.
“Além disso, os municípios deixarão de arrecadar cerca de R$ 280 milhões ao longo de seis anos – período necessário para a conclusão do curso de Medicina. Esse valor representa uma média do que essas 43 instituições pagariam de impostos, caso recebessem a autorização de funcionamento do MEC.”
As inscrições para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para o segundo semestre podem ser feitas pelo sistema de Seleção do Fies (FiesSeleção) até dia 27 de agosto. É necessário ter uma conta Gov.br. O resultado deve ser divulgado em 9 de setembro.
Os estudantes interessados em aderir ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) do segundo semestre podem solicitar adesão até dia 27 de agosto. Os candidatos podem se inscrever pelo sistema de Seleção do Fies (FiesSeleção) a partir da conta Gov.br. O resultado deve ser divulgado em 9 de setembro.
Para se inscrever, o interessado precisa, ainda, informar e-mail pessoal válido, bem como nomes e número de registro no CPF dos membros de seu grupo familiar com idade igual ou superior a 14 anos. A renda bruta mensal de cada componente também deve ser informada.
O mestre em história social pela Universidade de Brasília (UnB) e coordenador do Colégio Militar em Brasília, Isaac Marra, aponta que o Fies é um instrumento importante para oferecer igualdade de oportunidade entre os estudantes brasileiros.
“Representa uma oportunidade ímpar, uma oportunidade única, de transformação social, qualificação social e econômica. Acaba se tornando uma política pública de prioridade. Uma priorização que garante que esses estudantes, sobretudo os mais vulneráveis socialmente, tenham acesso preferencial é o financiamento educacional”, pontua.
Confira quem pode se inscrever no processo seletivo do Fies:
Ter participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir da edição de 2010, com nota válida até o momento anterior à abertura das inscrições, além de obtido média aritmética das notas nas cinco provas igual ou superior a 450 pontos;
Ter obtido nota na prova de redação do Enem acima de zero;
Possuir renda familiar mensal bruta per capita até três salários mínimos.
Os candidatos devem atender às seguintes condições acima cumulativamente.