Dependendo do local e da forma que ocorre a compressão, pacientes podem apresentar sintomas distintos
São Paulo, novembro de 2020 – Quando falamos em compressão de nervos, a primeira patologia da coluna que pensamos é na hérnia de disco. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), somente esta doença atinge cerca de 5,4 milhões de brasileiros. Entretanto, este é apenas um dos problemas na coluna que podem resultar em um nervo comprimido.
“Existem várias doenças que podem acometer um corpo vertebral e resultar na compressão de raízes nervosas, como no caso da hérnia de disco. Nesta doença, o núcleo gelatinoso de um dos discos intervertebrais se desloca, podendo pinçar um dos nervos da coluna”, comenta Dr. Cezar de Oliveira, neurocirurgião, especialista em coluna do Hospital Sírio-Libanês.
Quando há o diagnóstico de um nervo comprimido, o paciente pode apresentar sintomas, como dores nas costas, formigamentos, fraqueza muscular, dor irradiada para os membros, perda do controle da bexiga ou do intestino, dificuldade para caminhar ou para permanecer por muito tempo em uma mesma posição, sensação de queimada e fisgada ou choque na coluna, glúteos, pernas ou planta do pé.
Conheça outros três problemas na coluna que podem causar a compressão de um nervo:
Artrose Facetária
As articulações facetárias, responsáveis por proporcionar estabilidade, mobilidade e suporte para a coluna, podem se degenerar por um trauma, envelhecimento natural ou até mesmo outra patologia da coluna, como espondilolistese. Essa degeneração pode resultar em uma pressão nos nervos da coluna.
“Quando é feito este diagnóstico, o paciente costuma sentir dores na parte inferior da coluna ou na região do pescoço, além de espasmos musculares e até a diminuição da flexibilidade da coluna”, explica o especialista
Osteofitose, o famoso “bico de papagaio”
A osteofitose é caracterizada quando alterações ósseas surgem nas vértebras por causa da desidratação do disco intervertebral. Quando há uma sobrecarga na articulação doente, o organismo provoca uma expansão óssea na tentativa de estabilizar e absorver a sobrecarga daquele segmento, favorecendo a aproximação das vértebras e tornando possível a compressão das raízes nervosas.
O nome ‘bico de papagaio’ se refere a semelhança dos osteófitos na coluna, já que sua curvatura lembra do bico da ave. Essa doença tem várias causas, como o tabagismo, estresse, alcoolismo e até a má postura. Há casos em que a osteofitose aparece como uma resposta do organismo à artrose”, conta o médico.
Estenose espinhal
Outra condição que ocorre devido ao envelhecimento é a estenose espinhal, que é caracterizada pelo estreitamento do canal vertebral. Com o passar dos anos, o crescimento excessivo do osso ou de tecidos adjacentes podem estreitar a abertura dos ossos da coluna vertebral que acomodam fibras nervosas, que se ramificam a partir da medula espinhal, resultando na compressão do nervo.
“Quando a dor na coluna é frequente, uma investigação médica é necessária. O diagnóstico correto e precoce pode fazer toda a diferença no tratamento. Sentir dor não é normal, por isso, procure atendimento especializado”, finaliza o cirurgião.
Dr. Cezar Augusto Alves de Oliveira– Neurocirurgião – Especialista em Coluna. Dr. Cezar de Oliveira é o chefe das equipes da Neurocirurgia nos hospitais: Sírio-Libanês, AACD, Hcor, Rede São Luiz, Edmundo Vasconcelos e Santa Catarina. Possui especialização pela Harvard Medical School, com Prof. Chief Peter M. Black; fez residência médica, com especialização em cirurgia da coluna, no Centro Médico da Universidade de Nova Iorque, no Departamento de Neurocirurgia, com o Prof. Dr. Paul Cooper. É Membro Titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, graduado pela Faculdade de Medicina de Campos (RJ) e cursou o Internato Eletivo em Neurocirurgia, no Instituto de Neurocirurgia da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. Instagram: @drcezardeoliveira