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Conheça histórias de mulheres que, pelos séculos, estudam os astros

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Apesar dos percalços, mulheres deixam suas marcas no estudo dos astros

Por Adrielen Alves – Repórter da Rádio Nacional – Brasília | foto © Arte/Agência BrasilGeral

Elas amam as estrelas e estão ligadas ao universo, seja pela astronomia ou por áreas ligadas à ciência que estuda os astros – como a física, a matemática, a engenharia ou até mesmo a filosofia.

Desde que o mundo é mundo e que olhar para o céu também passou a ser um questionamento da dinâmica dos sistemas, as mulheres estão presentes nos debates e nos achados astronômicos.

Passaram, ao longo da história, por percalços que as colocaram em situação de desigualdade, como preconceitos e normas que as deixavam de fora da jogada. Caminham ainda. Mas, desbravadoras que são, enfrentaram, quebraram regras, construíram novos paradigmas para ter o direito de estudar, pesquisar, descobrir e grifar seus nomes nas estrelas.

Falamos aqui de Marias, Maries ou Marys, de mulheres do mundo todo. Falamos aqui de Hipátia ou Hipátia de Alexandria. Nascida no Egito, no século 4, que à frente do seu tempo se lançou aos cálculos matemáticos e pesquisas astronômicas, o que custou a sua própria vida, segundo relatos históricos.

Hipátia teve como inspiração o pai, que era diretor do Museu de Alexandria. Segundo conta a história, foi por incentivo dele que decidiu estudar e mais à frente lecionar. Deu aula em diversas áreas, como filosofia e matemática, até ocupar a direção da Academia de Alexandria, um cargo não conferido às mulheres do seu tempo.

Na astronomia, há relatos de que estudou a órbita dos planetas e até teria participado do projeto para a construção de um astrolábio, uma espécie de calculadora astronômica.

Por defender o raciocínio lógico, foi acusada de blasfêmia e segundo historiadores, morta por extremistas.

As pesquisas atribuídas à Hipátia de Alexandria, e os principais registros da vida e obra dela se perderam com o grande incêndio da Biblioteca de Alexandria.

Hipátia é considerada a primeira matemática da humanidade e foi pelo ato de ensinar que teve seu nome ventilado ao longo dos séculos.

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Patrícia Figueiró Spinelli, Coordenadora Olhai pro Céu Carioca (Museu de Astronomia e Ciências Afins – MAST).
Patrícia Figueiró Spinelli, Coordenadora Olhai pro Céu Carioca (Museu de Astronomia e Ciências Afins – MAST). – Divulgação/Olhai para o Céu RJ

Séculos e milhares de quilômetros distante do Egito de Hipátia, falamos também da brasileira Patrícia Figueiró, que fez da multiplicação do saber projeto de vida, como pesquisadora em ciência e tecnologia, do Museu de Astronomia e Ciências Afins, ligado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações.

Doutora em Física, Patrícia atuou em pesquisas na área da astrofísica e em pesquisas com galáxias ativas, aquelas que hospedam um buraco negro supermassivo no centro e que estão em atividade. Também trabalhou com os aglomerados de galáxias, estudando estes objetos através das lentes gravitacionais. Mas hoje, o trabalho está focado na divulgação científica. ”Atualmente, no MAST, eu trabalho com divulgação científica. Mais especificamente com divulgação e popularização da astronomia. Então, no museu eu coordeno projetos que passam desde a formação inicial e continuada de professores na área da astronomia a também projetos de incentivo de jovens para as carreiras científicas que é o caso do projeto Meninas no Museu. Eu utilizo esta ciência para inspirar, motivar, esclarecer esta temática para a sociedade.”, diz.

Patrícia destaca que a trajetória formativa e de pesquisa é muito solitária. Segundo ela que teve o sonho e desafio de fazer um doutorado em outro país, longe da família, este é um momento também de ”se encontrar com a própria sombra”. É a nossa garra e determinação que fazem a diferença neste processo que é tão solitário”, diz.

E como outras cientistas ao longo do tempo, se espelha na vivência e humanidade de outras cientistas da atualidade.

”No Instituto de Física e no Departamento de Astronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul temos a presença de mulheres muito fortes e muito capazes no que diz respeito à ciência, entre elas estão Thaisa Storchi e Miriani Pastoriza. A Thaisa Storchi foi minha orientadora, mulher incrível no sentido amplo da palavra mulher: três filhos, levando essa vida dupla de mãe e pesquisadora. E Miriani Pastoriza, que é argentina e saiu do país no período ditatorial, chegou ao Brasil em condições adversas e foi um dos grandes nomes da consolidação desta carreira da astronomia no Brasil, país que ela acabou adotando.”

Para as mulheres que amam as estrelas e para todas as outras, a cientista deixa um recado: ”A astronomia é uma área para as mulheres porque somos capazes, inteligentes, dedicadas e aguerridas. Uma área ou profissão que não é para mulheres, ela não é para ninguém, não é para pessoa alguma.”

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Alagoas

Eleições municipais em Alagoas vão contar com mais de 8 mil agentes de segurança

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Expectativa da Secretaria de Estado da Segurança Pública é repetir o sucesso da estratégia executada com êxito no pleito de 2022

Por Agência Alagoas

Mais de 8 mil agentes, entre policiais civis e militares, vão atuar durante as eleições municipais no interior e na capital. O Plano de Segurança já foi apresentado ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e tudo está pronto para, mais uma vez, assegurar a tranquilidade durante o pleito, no próximo dia 6 de outubro.

Será empregado um efetivo de 8.005 agentes de segurança, sendo 6.660 da Polícia Militar (PM), 1.000 da Policia Civil (PC), 275 do Corpo de Bombeiros (CB) e 70 da Polícia Científica. Só a PM utilizará 552 viaturas, entre carros e motos, nas atividades relacionadas ao pleito eleitoral.

A expectativa da Secretaria de Estado da Segurança Pública de Alagoas (SSP/AL) é repetir o sucesso do plano executado com êxito nas eleições de 2022, quando a votação ocorreu de forma tranquila e sem intercorrências.

O secretário de Estado da Segurança Pública, Flávio Saraiva, afirmou que a SSP tem demonstrado capacidade em garantir a tranquilidade nos grandes eventos e, nestas eleições, não será diferente.

“Iremos demonstrar novamente nossa eficiência nesse grande evento da democracia, assim como fizemos no último pleito. O Governo que mais investe em Segurança Pública vai empregar mais de 8 mil agentes. Eles irão atuar em conformidade com os planos já definidos pelas corporações e aprovados pelo TRE. Mais uma vez iremos assegurar que este momento importante para a democracia brasileira ocorra de maneira tranquila em todo o estado”, assegurou Saraiva.

O Plano de Segurança para as eleições municipais de 2024 foi apresentado ao TRE durante reunião ocorrida no dia 3 de setembro, na sede do Tribunal, localizada no bairro do Farol, em Maceió.

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Notícias

Bets que não pediram autorização serão suspensas a partir de outubro

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Ministro Haddad anuncia pente-fino para regulamentar apostas

Por Agência Brasil

A partir de 1º de outubro, as empresas de apostas de quota fixa, também chamadas de bets, que ainda não pediram autorização para funcionarem no país terão as operações suspensas. A suspensão valerá até que a empresa entre com um pedido, e a Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda conceda a permissão.

A medida consta de portaria do Ministério da Fazenda publicada nesta terça-feira (17) no Diário Oficial da União. A companhia que pediu a licença, mas ainda não atuava, terá de continuar a esperar para iniciar as operações em janeiro, se a pasta liberar a atividade.

Pela manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo fará um pente-fino na regulamentação das apostas eletrônicas. Ele disse que a dependência psicológica em apostas se tornou um problema social grave.

“[A regulamentação] tem a ver com a pandemia [de apostas eletrônicas] que está instalada no país e que nós temos que começar a enfrentar, que é essa questão da dependência psicológica dos jogos”, disse Haddad. “O objetivo da regulamentação é criar condições para que nós possamos dar amparo. Isso tem que ser tratado como entretenimento, e toda e qualquer forma de dependência tem que ser combatida pelo Estado.”

Segundo Haddad, o ministério analisará com rigor o impacto do endividamento de apostadores sobre a economia, o uso do cartão de crédito para pagar apostas, a publicidade com artistas e influenciadores digitais e o patrocínio de bets.

“Tudo isso vai passar, nessas próximas semanas, por um pente-fino bastante rigoroso, porque o objetivo da lei é fazer o que não foi feito nos quatro anos do governo anterior. Isso virou um problema social grave e nós vamos enfrentar esse problema adequadamente”, acrescentou o ministro.

Operações policiais

Em nota, o secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, Regis Dudena, informou que a suspensão das bets que não pediram a autorização servirá como um instrumento temporário para separar as companhias sérias das que atuam de forma criminosa, especialmente após recentes operações policiais.

“Têm vindo à tona muitas operações policiais envolvendo empresas que atuam no mercado de apostas de forma criminosa. Essa foi a forma que encontramos de não aguardar até janeiro para começar a separar o joio do trigo”, justificou Dudena. “Queremos proteger a saúde mental, financeira e física do apostador, coibindo a atuação de empresas que utilizam as apostas esportivas e os jogos online como meio de cometer fraudes e lavagem de dinheiro.”

Segundo o Ministério da Fazenda, até agora foram feitos 113 pedidos de outorga na primeira fase de licenciamento. Como cada licença custa R$ 30 milhões, o governo teria R$ 3,3 bilhões à disposição no próximo ano. A partir de janeiro, as casas de apostas autorizadas que pagarem a outorga poderão operar até três marcas durante cinco anos.

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Brasil

Com cursos de medicina negados, Norte e Nordeste têm maior carência de médicos

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Enquanto a média de profissionais médicos recomendados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) deve ser de 3,73/1000 habitantes, cidades das regiões Norte e Nordeste do país têm menos de dois médicos por mil habitantes. É o que mostra um levantamento da Associação dos Mantenedores Independentes Educadores do Ensino Superior (AMIES).

Estados como o Maranhão, na região Nordeste, e o Pará, na região Norte, contam com os menores índices de médicos por mil habitantes: 1,13 e 1,22, respectivamente. Outros estados também se destacam negativamente pela falta de profissionais, como o Piauí, com 1,40 médico, Acre, com 1,46 médico, Bahia, com 1,90 médico e Ceará, com 1,95 médico por mil habitantes.

Somando as regiões Norte e Nordeste, são mais de 71 milhões de habitantes e apenas 130 mil médicos, números que reforçam a carência de profissionais. 

Novos cursos negados

Para ampliar o número de cursos de Medicina e de vagas nessas regiões, diversos centros universitários pedem junto ao MEC, ou por meio de ações na justiça, a abertura dessas vagas. Só na última semana, segundo levantamento da AMIES, de 13 pedidos nas regiões Norte e Nordeste seis foram indeferidos pelo MEC. Os outros sete ainda estão em processamento.

São eles:

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Veja mais: Medicina: MEC nega abertura de 9 novos cursos; decisão impacta formação de médicos no país, defende entidade

O que sustenta as negativas?

Um dos motivos para o MEC indeferir os pedidos de aumento de vagas e abertura de novos cursos é que os municípios onde os cursos seriam abertos estão acima da recomendação da OCDE — de 3,73 médicos por mil habitantes. O que não justificaria a necessidade de novas instituições superiores de Medicina.  

Mas a AMIES contesta, pois o MEC está considerando apenas os municípios onde as faculdades seriam criadas e não a região de saúde que atenderia toda a população, explica a advogada.

“Esses indeferimentos, caso mantidos em esfera recursal, significam que os municípios e suas regiões de saúde deixarão de ganhar. Seja no curto prazo, com atendimento médico à população carente, que é realizado pelos estudantes, professores e tutores. Seja a longo prazo, com a não formação de profissionais que seriam inseridos no mercado de trabalho e os médicos que atenderiam em UPAs, hospitais e consultórios.”  

Os impactos para as cidades negadas

​Caso o Ministério da Educação mantenha o entendimento de que somente municípios com menos de 3,73 médicos por mil habitantes precisam de mais médicos, sem considerar os dados das regiões de saúde onde estão inseridos os municípios, poderão haver 43 pedidos de abertura de novos cursos de Medicina negados pelo MEC nos próximos meses. É o que aponta um levantamento da AMIES.

​Segundo a entidade, se essa expectativa for confirmada, essas regiões continuarão lutando com a falta de profissionais e deixarão de ter novos profissionais formados ao término do ciclo da graduação. 

“​Além disso, os municípios deixarão de arrecadar cerca de R$ 280 milhões ao longo de seis anos – período necessário para a conclusão do curso de Medicina. Esse valor representa uma média do que essas 43 instituições pagariam de impostos, caso recebessem a autorização de funcionamento do MEC.”

Fonte: Brasil 61

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