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Alagoas

Não existem estudos sobre a nebulização de hidroxicloroquina; especialistas alertam para os riscos

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Médicos de outros estados realizaram procedimento de maneira isolada e sem o conhecimento dos hospitais; três pacientes já faleceram após inalar o medicamento

por Agência Alagoas

Vários vídeos circulam no WhatsApp sobre a utilização da nebulização com hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19. Em um deles, uma profissional de saúde realiza o procedimento em uma paciente do Hospital Dona Lindu, em Manaus. Especialistas defendem que não há comprovação científica para o tratamento e alertam para os riscos envolvidos. A Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas informou que a atitude da profissional foi isolada e ocorreu sem o conhecimento do órgão. 

Em um dos vídeos, a profissional mostra uma paciente que recebe o tratamento e grava o depoimento de que a nebulização serviu para tratar a doença. “Estou aqui com a paciente Jucicleia, a nossa primeira paciente que fez a nebulização de hidroxicloroquina, protocolo do professor Zelenko de Nova York”, afirma a profissional. A paciente responde que deu certo o tratamento. “estava sem falar, com muita dor no peito, e agora já estou 90% recuperada”, relata ao recomendar o tratamento. 

A Secretaria de Estado do Amazonas informou que a utilização de nebulização da hidroxicloroquina não faz parte dos protocolos da rede de saúde do estado do Amazonas. “A profissional que aparece no vídeo não é servidora do Instituto da Mulher Dona Lindu e veio do estado de São Paulo para atuar como voluntária pelo período de 8 dias, por meio de uma parceria com a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB). Trata-se de conduta médica isolada da profissional, sem o conhecimento da secretaria”, justificou por meio de nota. 

Consultada, a AMIB não informou se teve conhecimento da atitude da profissional, mas garantiu que a entidade “é pautada pela ciência, recomenda e orienta tratativas cientificamente comprovadas”, alertou que não existe cloroquina na forma de solução para nebulização e que não há licença para o uso inalatório do medicamento. Para esclarecer, lembrou ainda que não há estudos que comprovem a eficiência do uso do medicamento utilizado pela profissional em Manaus e que a própria AMIB já publicou considerações em relação aos medicamentos com potencial efeito farmacológico para a Covid-19.

Confira a nota da AMIB na íntegra:

Até o presente momento, não identificamos terapias medicamentosas cientificamente comprovadas para a Covid-19, somente os corticosteróides se mostraram minimamente eficazes para o tratamento da Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) provocado pela doença, em pacientes com suporte respiratório. Diversos estudos atestam o resultado negativo da Cloroquina e seus derivados por via oral, tanto nas avaliações de eficácia quanto de segurança, no contexto da COVID-19, pois o uso desse medicamento elevou a incidência de eventos adversos, sem nenhuma melhora dos desfechos clínicos. Além disso, os medicamentos são formulados com características físico-químicas que propiciem a sua absorção na via pela qual será administrado, deste modo, é importante alertar que não existe cloroquina na forma de solução para nebulização. Os comprimidos são formulados para absorção em um pH ácido (~1 a 3,5) e a via pulmonar (inalatória) requer uma solução isotônica de pH neutro (~5,5-8), inclusive para que a substância não cause dano à mucosa nasal. Diluir comprimidos em água para administração por via inalatória caracteriza o uso sem licença (off label) do medicamento, mesmo para as doenças em que o fármaco tem eficácia comprovada, e se a manipulação dessa substância não obedecer aos predispostos de segurança microbiológica estabelecidos pela RDC nº67/2007 da Anvisa, também caracteriza-se seu uso ilegal. 

Portanto, reforçamos as orientações básicas de higienização de mãos, correto uso de máscara, distanciamento social e, o mais importante, a adesão da população à vacina.

Estudo

Já circularam vários conteúdos na internet sobre o uso de nebulização no tratamento da Covid-19. A primeira notícia sobre o procedimento parte de sua defesa pelo médico norte-americano Vladimir Zelenko, no entanto não foi publicado nenhum estudo científico sobre o tema. Especialistas afirmaram ao Estadão que o método pode provocar ainda mais riscos à saúde dos pacientes. 

Investigação

No Rio Grande do Sul, uma médica que utilizava o procedimento experimental em pacientes do Hospital Nossa Senhora de Aparecida foi afastada pela instituição e denunciada ao Conselho Regional de Medicina e ao Ministério Público daquele estado, que abriu investigação sobre o caso.

Nessa quarta-feira (24), o hospital gaúcho informou que dos quatro pacientes submetidos à inalação de hidroxicloroquina, 3 vieram a óbito. De acordo com Tiago Bonilha, diretor técnico da unidade, não é possível atribuir os óbitos diretamente ao procedimento, no entanto todos tiveram taquicardias e arritmias poucas horas após receberem a nebulização.

Alerta 

A Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT) publicou nesta quinta-feira (25) um manifesto contra a inalação de cloroquina como tratamento da Covid-19. “Deixamos aqui o nosso apelo para que em nenhuma circunstância seja prescrita ou administrada inalação com comprimidos macerados”, diz trecho da nota.

Alagoas Sem Fake

A editoria Alagoas Sem Fake verifica, todos os dias, mensagens e conteúdos compartilhados, principalmente em redes sociais, sobre assuntos relacionados ao novo coronavírus em Alagoas. O objetivo é o combate à desinformação. O cidadão poderá enviar mensagens, vídeos ou áudios a serem checados por meio do WhatsApp, no número: (82) 98161-5890. Clique aqui para enviar agora.

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Alagoas

Eleições municipais em Alagoas vão contar com mais de 8 mil agentes de segurança

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Expectativa da Secretaria de Estado da Segurança Pública é repetir o sucesso da estratégia executada com êxito no pleito de 2022

Por Agência Alagoas

Mais de 8 mil agentes, entre policiais civis e militares, vão atuar durante as eleições municipais no interior e na capital. O Plano de Segurança já foi apresentado ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e tudo está pronto para, mais uma vez, assegurar a tranquilidade durante o pleito, no próximo dia 6 de outubro.

Será empregado um efetivo de 8.005 agentes de segurança, sendo 6.660 da Polícia Militar (PM), 1.000 da Policia Civil (PC), 275 do Corpo de Bombeiros (CB) e 70 da Polícia Científica. Só a PM utilizará 552 viaturas, entre carros e motos, nas atividades relacionadas ao pleito eleitoral.

A expectativa da Secretaria de Estado da Segurança Pública de Alagoas (SSP/AL) é repetir o sucesso do plano executado com êxito nas eleições de 2022, quando a votação ocorreu de forma tranquila e sem intercorrências.

O secretário de Estado da Segurança Pública, Flávio Saraiva, afirmou que a SSP tem demonstrado capacidade em garantir a tranquilidade nos grandes eventos e, nestas eleições, não será diferente.

“Iremos demonstrar novamente nossa eficiência nesse grande evento da democracia, assim como fizemos no último pleito. O Governo que mais investe em Segurança Pública vai empregar mais de 8 mil agentes. Eles irão atuar em conformidade com os planos já definidos pelas corporações e aprovados pelo TRE. Mais uma vez iremos assegurar que este momento importante para a democracia brasileira ocorra de maneira tranquila em todo o estado”, assegurou Saraiva.

O Plano de Segurança para as eleições municipais de 2024 foi apresentado ao TRE durante reunião ocorrida no dia 3 de setembro, na sede do Tribunal, localizada no bairro do Farol, em Maceió.

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Alagoas

Dia do Cerrado: bioma é o segundo mais ameaçado no país

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Estudo mostra que área perdeu 27% de vegetação nativa em 39 anos

Por agencia Brasil

O segundo maior bioma brasileiro também ocupa essa posição (segundo) quando o assunto é ameaça à biodiversidade e aos serviços ecossistemáticos. De acordo com estudo realizado pela Mapbiomas, o Cerrado perdeu 27% de sua vegetação nativa nos últimos 39 anos, o que representa 38 milhões de hectares.

Em toda a cobertura natural do país que sofreu transformação no uso do solo, o bioma, proporcionalmente, só foi menos afetado que o Pampa, que perdeu 28% de vegetação nativa ao longo desses anos.

Também conhecido como savana brasileira, o Cerrado ocupa 25% do território nacional, em 11 estados que se estendem do Nordeste à maior parte do Centro-Oeste, e mantém áreas de transição com praticamente todos os biomas, exceto os Pampas. Pelas características adquiridas no contato com mais quatro ecossistemas (Amazônia, Pantanal, Mata Atlântica e Caatinga), é considerada a savana mais biodiversa do planeta.

Ao longo desse período, o bioma teve 88 milhões de hectares atingidos pelo fogo, o que causou a perda de 9,5 milhões de hectares. Embora seja mais resiliente aos incêndios, pesquisadores apontam que as mudanças climáticas associadas ao uso indiscriminado do fogo têm ameaçado a integridade de sua cobertura natural. “É essencial implementar políticas públicas que promovam a conscientização, reforcem sistemas de monitoramento e apliquem leis rigorosamente contra queimadas ilegais”, reforça a pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Vera Arruda.

Cavalcante (GO) 12/09/2023 - Vista do cerrado na Comunidade quilombola Kalunga do Engenho II. O cerrado é um dos cinco grandes biomas do Brasil, cobrindo cerca de 25% do território nacional e perfazendo uma área entre 1,8 e 2 milhões de km2
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
O cerrado é um dos cinco grandes biomas do Brasil, cobrindo cerca de 25% do território nacional – Joédson Alves/Agência Brasil

Junto com a cobertura natural do solo, a perda do Cerrado significa perder também a sua enorme capacidade de reter gás carbônico na biomassa de suas longas raízes, de recarregar a água subterrânea e de manter o ciclo hídrico que equilibra o planeta. “Temos observado que as áreas úmidas no Cerrado estão secando. Além disso, a expansão da agricultura sobre essas áreas vêm ocorrendo em algumas regiões no bioma, o que pode afetar o abastecimento hídrico e resultar em escassez de água para a população e para a agricultura, aumentando também a vulnerabilidade a desastres climáticos e à perda de biodiversidade”, alerta Joaquim Raposo, pesquisador do Ipam.

Para se ter uma ideia, de toda a área perdida ao longo dos 39 anos estudados, 500 mil hectares foram de áreas úmidas substituídas principalmente por pastagem. São áreas naturais consideradas fundamentais na manutenção dos recursos hídricos, presentes em 6 milhões de hectares do bioma onde nascem oito das 12 bacias hidrográficas brasileiras.

Neste 11 de setembro, em que é celebrado o Dia do Cerrado, organizações da sociedade civil como os institutos Cerrados, Sociedade População e Natureza, Ipam e WWF Brasil lançaram uma campanha de sensibilização sobre a relevância do bioma e os desafios a serem enfrentados para a sua preservação.

Chamada Cerrado, Coração das Águas, a campanha foi lançada em um site que reúne informações relevantes sobre o bioma, suas características, biodiversidade, povos, turismo e caminhos para a preservação, além de reunir boas histórias dessa “floresta invertida”.

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Alagoas

Taxa de desemprego em Alagoas atingiu o menor nível em 12 anos, diz IBGE

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Na passagem do primeiro para o segundo trimestre, número de desocupados recuou de 135 mil para 113 mil, uma queda de 16,2%

A taxa de desocupação de Alagoas no segundo trimestre deste ano atingiu o menor nível desde 2012, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o levantamento, na passagem do primeiro para o segundo trimestre de 2024, a taxa de desemprego no estado recuou de 9,9% para 8,1% – uma retração de 1,8 ponto percentual. 

Na passagem do primeiro para o segundo trimestre, o número de desempregados recuou de 135 mil para 113 mil, uma queda de 16,2%.Atualmente, Alagoas conta com 1,27 milhão de pessoas no mercado de trabalho, sendo 585 mil delas no setor privado.

A melhora na taxa de desocupação é resultado direto dos investimentos feitos pelo Governo do Estado em diversas áreas, entre eles segurança pública, infraestrutura e turismo, que possibilitou a chegada de grandes empreendimentos e, consequentemente, a geração de mais empregos.

Em 2012, quando o IBGE iniciou a série histórica, a taxa de desocupação no estado era de 11,3% – três pontos percentuais a mais do que o índice atual. Segundo a Pnad Contínua, o desemprego em Alagoas atingiu o maior nível no quarto trimestre de 2020 – durante a pandemia de Covid-19 -, chegando a 20,4%. Naquele ano, o número de pessoas desocupadas chegou a 260 mil, mais do que o dobro dos atuais 113 mil trabalhadores fora do mercado de trabalho.

No segundo trimestre deste ano, a taxa de desemprego de Alagoas foi a segunda menor do Nordeste, atrás apenas do Piauí, que atingiu 7,6%. Na região, Pernambuco apresentou a maior taxa, com 11,5%, seguido da Bahia (11,1%). Os dois estados encabeçam o ranking nacional com os maiores índices no período.

Crescimento do PIB

Recentemente, um estudo divulgado pelo banco Santander revelou que o Produto Interno Bruto de Alagoas (PIB) deve registrar um crescimento de 3,4% neste ano. O índice é o terceiro maior do país, atrás apenas de Roraima, cuja estimativa de crescimento é de 4,3%, e Tocantins (3,8%).

De acordo com o levantamento, a projeção do PIB alagoano para 2024 é 1,4 ponto percentual maior do que a estimativa para o crescimento da economia brasileira, que deve chegar a 2%, e 1,1 ponto percentual maior do que a previsão para o Nordeste (2,3%).

O estudo do Santander ressalta que a estimativa do PIB alagoano para este ano é puxada pelo setor de serviços, que deve registrar crescimento de 2,5%. “Os serviços indicam tendência consistente de expansão em Alagoas, apresentando nas previsões de 2022 a 2025 sempre uma trajetória de crescimento”, afirma Gabriel Couto, economista responsável pelo levantamento, ao lado dos economistas Henrique Danyi e Rodolfo Pavan.

Taxa de desocupação de Alagoas (série histórica)

2012

1º Trimestre — 11,3%

2º trimestre — 11,7%

3º trimestre — 11,6%

4º trimestre — 11,1%

2013

1º Trimestre — 12,3%

2º trimestre — 10,8%

3º trimestre — 10,5%

4º trimestre — 9,4%

2014

1º Trimestre — 9,8%

2º trimestre — 9,8%

3º trimestre — 9,8%

4º trimestre — 9,5%

2015

1º Trimestre — 11,2%

2º trimestre — 11,9%

3º trimestre — 10,9%

4º trimestre — 11,5%

2016

1º Trimestre — 12,9%

2º trimestre — 14,1%

3º trimestre — 14,9%

4º trimestre — 14,9%

2017

1º Trimestre — 17,7%

2º trimestre — 18%

3º trimestre — 16%

4º trimestre — 15,8%

2018

1º Trimestre — 18%

2º trimestre — 17,7%

3º trimestre — 17,3%

4º trimestre — 16,2%

2019

1º Trimestre — 16,2%

2º trimestre — 14,9%

3º trimestre — 15,6%

4º trimestre — 13,8%

2020

1º Trimestre — 16,7%

2º trimestre — 18,2%

3º trimestre — 20,3%

4º trimestre — 20,4%

2021

1º Trimestre — 20,2%

2º trimestre — 19,2%

3º trimestre — 17,1%

4º trimestre — 14,5%

2022

1º Trimestre — 14,2%

2º trimestre — 11,1%

3º trimestre — 10,1%

4º trimestre — 9,3%

2023

1º Trimestre — 10,6%

2º trimestre — 9,7%

3º trimestre — 9%

4º trimestre — 8,9%

2024

1º Trimestre — 9,9%

2º trimestre — 8,1%

Fonte: IBGE — Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua  

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