Entre as prioridades da Agenda Legislativa da Indústria 2022 estão as propostas de melhorias na infraestrutura do país. O documento, apresentado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) ao Congresso Nacional nesta terça-feira (29), traz 151 propostas que aguardam deliberação na Câmara e no Senado para melhorar o ambiente de negócios, atrair investimentos e promover o desenvolvimento econômico e social.
O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, destaca as principais proposições da agenda na área da infraestrutura:
“Na área da infraestrutura, são indispensáveis: a modernização do setor elétrico (PL 414/2021) e o projeto que cria as debêntures de infraestrutura (PL 2646/2020), mecanismo capaz de acelerar os investimentos no setor. A aprovação dessas proposições ainda este ano é indispensável para impulsionar a produção e o emprego e ajudar o Brasil a enfrentar os impactos das crises externas.”
De acordo com a CNI, a modernização do Setor Elétrico (PL 414/2021), voltada à expansão do mercado livre de energia elétrica e à reestruturação da concessão de subsídios, traz mudanças relevantes sobre um dos principais insumos da indústria brasileira e cuja disponibilidade e custo são determinantes para a competitividade do produto nacional.
O deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) ressalta a necessidade de aprovação da proposta das debêntures de infraestrutura (PL 2646/2020).
“Que o Senado possa deliberar rápido sobre as debêntures de infraestrutura que lá estão, para que esse instrumento também ajude a viabilizar investimentos. A única retomada sustentável da economia é a partir de investimentos em infraestrutura que mudam o patamar de produtividade do país. Priorizar a infraestrutura é garantir desenvolvimento sustentável.”
Entenda as propostas
A principal proposta do PLP 414/2020 é a expansão do Mercado Livre de Energia, como explica o professor de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília (UnB) Ivan Camargo.
“Ele faz isso diminuindo a carga mínima que o consumidor tem que ter para poder escolher o seu fornecedor de energia. Eram três megawatts; foi caindo. Hoje quem tem uma instalação de um painel solar na sua casa já pode definir que vai consumir energia de seu painel solar. Isso beneficia muito o consumidor, porque aumenta a competitividade e faz com que a energia elétrica caminhe para um preço de mercado, um preço mais justo.”
Já a proposta do PL 2646/2020 é criar debêntures de infraestrutura a serem emitidas por concessionárias de serviços públicos. Essas debêntures são títulos ao portador emitidos por empresas, com promessa de pagamento de juros após um certo período. Os valores deverão ser aplicados em projetos na área ou de produção econômica intensiva em pesquisa, desenvolvimento e inovação como forma de atrair investimentos.
Pauta mínima
Do total de proposições contidas na Agenda Legislativa, a CNI elenca 12 prioridades:
Reforma Tributária – PEC 110/2019 – Busca a simplificação do sistema de cobrança de impostos no Brasil.
Reabertura do Programa Especial de Regularização Tributária – PL 4728/2020 – Prevê o parcelamento especial de dívidas com a União com base na redução de faturamento da empresa na pandemia.
Tributação em Bases Universais – PL 2502/2021 – Modifica o regime de tributação de lucros das multinacionais brasileiras.
Prorrogação de incentivos de IRPJ e reinvestimento nas áreas da Sudam e Sudene – PL 4416/2021 – Amplia de 2023 para 2028 o prazo para aprovação de projetos beneficiários de incentivos fiscais nas áreas das Superintendências da Amazônia e do Nordeste.
Modernização do Setor Elétrico – PL 414/2021 – Proposta de reestruturação do modelo de regulação do setor elétrico para expansão do mercado livre de energia no Brasil.
Debêntures de infraestrutura – PL 2646/2020 – Cria as debêntures de infraestrutura para financiamento de projetos da área ou de produção econômica intensiva em pesquisa, desenvolvimento e inovação como forma de atrair investimentos.
Regulamentação do Mercado de Carbono – PL 528/2021 – Regula a compra e venda de créditos de carbono no Brasil.
Desobrigação de contribuição adicional para aposentadoria especial quando houver redução do grau de exposição – PL 1363/2021 – Dispensa o empregador de recolher a contribuição social adicional quando são adotadas medidas que neutralizem ou reduzam o grau de exposição dos trabalhadores a agentes nocivos a níveis legais de tolerância.
Regulamentação do Limbo Previdenciário – PL 3236/2020 – Permite que o empregador apresente recursos ao Conselho de Recursos da Previdência Social e ação judicial contra decisões do INSS que indefiram a concessão ou prorrogação do auxílio-doença a seus empregados.
Permissão para trabalho multifunção – PL 5670/2019 – Moderniza as relações de trabalho ao permitir que o contrato individual de trabalho seja por especificidade ou predominância de função, ou por multifuncionalidade.
Marco Legal do Reempreendedorismo – PLP 33/2020 – Disciplina a renegociação extrajudicial e judicial simplificada e a liquidação sumária dos bens do microempreendedor individual, da microempresa e empresa de pequeno porte.
Alterações ao Marco Legal das Startups – PLP 2/2022 – Disciplina mudanças sobre o enquadramento das startups adequando às regras vigentes aos diferentes modelos de negócios dessas empresas.
A CAIXA paga, nesta segunda-feira, 25 de novembro, nova parcela do Programa Pé-de-Meia para os estudantes do Ensino Médio Regular e Ensino Médio da Educação de Jovens e Adultos, a EJA, nascidos nos meses de janeiro e fevereiro.
O incentivo será creditado na conta Poupança CAIXA Tem e os valores podem ser movimentados pelo CAIXA Tem.
O estudante pode pagar contas, fazer transferências e PIX, direto no aplicativo. Além disso, pode movimentar os valores com o cartão do programa, fazendo compras e pagamentos.
O Programa Pé-de-Meia apoia a permanência e a conclusão escolar dos estudantes matriculados no Ensino Médio e na Educação de Jovens e Adultos da rede pública.
Para mais informações sobre os pagamentos do Pé-de-Meia, acesse: www.caixa.gov.br.
Presidente do STF sinalizou ser contra anistia dos condenados de 8/01
Por agencia Brasil
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, disse nesta quinta-feira (14) que as explosões ocorridas na frente da sede do tribunal revelam a necessidade de responsabilização de quem atenta contra a democracia.
Durante abertura da sessão desta tarde, Barroso disse que as explosões demonstram a tentativa de deslegitimar a democracia no Brasil.
“A gravidade do atentado de ontem nos alerta para a preocupante realidade que persiste no Brasil – a ideia de aplacar e deslegitimar a democracia e suas instituições. Reforça também e, sobretudo, a necessidade de responsabilização de todos que atentem contra a democracia”, afirmou.
O presidente também disse que o episódio mostra a periculosidade das pessoas com as quais a Corte lida.
“Apesar de estarmos no calor dos acontecimentos e no curso das apurações, precisamos, como país e sociedade, de uma reflexão profunda sobre o que está acontecendo entre nós”, declarou.
Anistia
Barroso também citou os atos golpistas de 8 de janeiro e sinalizou ser contra a anistia aos condenados pela Corte.
“Relativamente a este último episódio, algumas pessoas foram da indignação à pena, procurando naturalizar o absurdo. Não veem que dão um incentivo para que o mesmo tipo de comportamento ocorra outras vezes. Querem perdoar sem antes sequer condenar”, completou.
Gilmar Mendes
O ministro Gilmar Mendes, decano da Corte, afirmou que as explosões não se tratam de um fato isolado. Segundo o ministro, o discurso de ódio, o fanatismo político e a indústria de desinformação foram “largamente estimulados” pelo governo anterior, de Jair Bolsonaro.
“As investidas contra a democracia têm ocorrido explicitamente, à luz do dia, sem cerimônia nem pudor. Condutas como as de ontem, juntam-se a diversas outras já vivenciadas”, disse.
Mendes também aproveitou para defender a regulação das redes sociais e também rechaçou a possiblidade de anistia dos condenados pelo 8 de janeiro.
“A meu sentir, a revisitação dos fatos que antecederam aos ataques de ontem é pressuposto para a realização de um debate racional sobre a defesa de nossas instituições, sobre a regulação das redes sociais e sobre eventuais propostas de anistiar criminosos”, completou.
Ataque
Vídeo das câmeras de segurança do STF mostram o chaveiro Francisco Wanderley Luiz atirando artefatos explosivos em direção à escultura A Justiça, que fica em frente ao prédio da Corte e, em seguida, acendendo outro no próprio corpo. Momentos antes, o carro dele também explodiu no estacionamento próximo ao Anexo IV da Câmara dos Deputados.
Enquanto a média de profissionais médicos recomendados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) deve ser de 3,73/1000 habitantes, cidades das regiões Norte e Nordeste do país têm menos de dois médicos por mil habitantes. É o que mostra um levantamento da Associação dos Mantenedores Independentes Educadores do Ensino Superior (AMIES).
Estados como o Maranhão, na região Nordeste, e o Pará, na região Norte, contam com os menores índices de médicos por mil habitantes: 1,13 e 1,22, respectivamente. Outros estados também se destacam negativamente pela falta de profissionais, como o Piauí, com 1,40 médico, Acre, com 1,46 médico, Bahia, com 1,90 médico e Ceará, com 1,95 médico por mil habitantes.
Somando as regiões Norte e Nordeste, são mais de 71 milhões de habitantes e apenas 130 mil médicos, números que reforçam a carência de profissionais.
Novos cursos negados
Para ampliar o número de cursos de Medicina e de vagas nessas regiões, diversos centros universitários pedem junto ao MEC, ou por meio de ações na justiça, a abertura dessas vagas. Só na última semana, segundo levantamento da AMIES, de 13 pedidos nas regiões Norte e Nordeste seis foram indeferidos pelo MEC. Os outros sete ainda estão em processamento.
Um dos motivos para o MEC indeferir os pedidos de aumento de vagas e abertura de novos cursos é que os municípios onde os cursos seriam abertos estão acima da recomendação da OCDE — de 3,73 médicos por mil habitantes. O que não justificaria a necessidade de novas instituições superiores de Medicina.
Mas a AMIES contesta, pois o MEC está considerando apenas os municípios onde as faculdades seriam criadas e não a região de saúde que atenderia toda a população, explica a advogada.
“Esses indeferimentos, caso mantidos em esfera recursal, significam que os municípios e suas regiões de saúde deixarão de ganhar. Seja no curto prazo, com atendimento médico à população carente, que é realizado pelos estudantes, professores e tutores. Seja a longo prazo, com a não formação de profissionais que seriam inseridos no mercado de trabalho e os médicos que atenderiam em UPAs, hospitais e consultórios.”
Os impactos para as cidades negadas
Caso o Ministério da Educação mantenha o entendimento de que somente municípios com menos de 3,73 médicos por mil habitantes precisam de mais médicos, sem considerar os dados das regiões de saúde onde estão inseridos os municípios, poderão haver 43 pedidos de abertura de novos cursos de Medicina negados pelo MEC nos próximos meses. É o que aponta um levantamento da AMIES.
Segundo a entidade, se essa expectativa for confirmada, essas regiões continuarão lutando com a falta de profissionais e deixarão de ter novos profissionais formados ao término do ciclo da graduação.
“Além disso, os municípios deixarão de arrecadar cerca de R$ 280 milhões ao longo de seis anos – período necessário para a conclusão do curso de Medicina. Esse valor representa uma média do que essas 43 instituições pagariam de impostos, caso recebessem a autorização de funcionamento do MEC.”