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POTÁSSIO: Empresa conclui planta em MG e projeta escala maior

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Foto: Revista Brasil Mineral

O Brasil já conta com mais uma alternativa suprimento de potássio à agricultura nacional, reduzindo a dependência de importações. A Kalium Mineração S.A. informa que já concluiu a primeira fase de implantação de seu projeto para a produção de Ácido Sulfúrico, Sulfato de Potássio, Feldspato Potássico, Alumina, além de uma mistura de sulfatos de ferro, alumínio e magnésio em Minas Gerais.

A empresa utiliza como matéria prima principal um siltito glauconítico (“Verdete”), proveniente de sua mina situada nos municípios de Serra da Saudade e Quartel Geral, em Minas Gerais, localizados a pequena distância da cidade de Dores do Indaiá, local onde foi instalada a planta química pré-industrial da empresa. Na região a Kalium detém significativas reservas (220 milhões de toneladas) de siltito glauconítico O empreendimento, que já conta com licenciamento ambiental completo, tem 50% de suas necessidades de capital contempladas com financiamento pelo BNDES/FINEP. 

O foco principal é o aproveitamento do grande potencial de Potássio representado pela ocorrência de siltito glauconítico, com 10% de K2O, em Minas Gerais, com estimativa de recursos da ordem de 1,5 bilhão de toneladas. Adicionalmente, a empresa visa a produção de alumina de alta pureza, obtida através de processo bem mais limpo, do ponto de vista ambiental, que o tradicional processo Bayer. 

Uma outra grande vantagem do projeto é que a mina opera sem geração de estéril ou rejeito e sem desmatamento, já que o minério é aflorante e não tem cobertura de mata ou florestas. A totalidade do material extraído será transformado em produtos. 

De acordo com o diretor da empresa, Ricardo Dequech, “o projeto foi concebido para ser implantado em duas etapas, sendo a primeira delas conceituada como semi-industrial e a segunda, definitiva, como a fase industrial propriamente dita, de proporções muito maiores do que a primeira.

A implantação da primeira fase do Projeto Kalium foi concluída em março de 2021, quando ocorreu o início das operações. Esta etapa pré-industrial deverá fornecer todas as informações de processos, equipamentos, produtos e mercados visando subsidiar o projeto de implantação de uma planta industrial de maior porte (de até 100 vezes maior). Nesta etapa inicial, a capacidade do projeto prevê a alimentação da planta química com 60 mil  toneladas/ano de siltito glauconítico, que resultará na produção anual de 8.200 t/ano de Sulfato de Potássio para aplicação em agricultura, 8 mil  t/ano de alumina de alta pureza, 30 mil t/ano de Feldspato Potássico e 78 mil t/ano de uma mistura de sulfatos, esta última para aplicação principal em tratamento de efluentes, agindo como coagulante/floculante. Além destes produtos, a empresa já possui capacidade instalada para a produção de 45 mil t/ano de ácido sulfúrico, suficientes tanto para a produção dos sulfatos mencionados como para a comercialização de quantidade excedente.

“Acreditamos ser necessária a operação dessa fase pré-industrial por mais dois anos até que se  concluam todas as fases de produção e que se consolidem as informações que irão subsidiar a implantação do projeto de porte maior”, afirma Dequech.


Segunda etapa


Antes da conclusão da primeira etapa, estão sendo dados os primeiros passos para a elaboração das várias fases de um projeto industrial de grande porte. “O projeto definitivo deverá contemplar vários outras aspectos, além dos técnicos/operacionais de processo, destacando-se aqueles de natureza logística, que levarão em conta a localização da futura planta química relativamente ao fluxo de matéria prima importada (enxofre), as fontes de energia, a proximidade da jazida e o escoamento dos produtos para o mercado consumidor, notadamente o agrícola, diz o diretor.

Já em fase inicial de elaboração, o projeto conceitual contempla a alimentação de uma planta química alimentada com até 6 milhões de toneladas/ano de siltito glauconítico, perfeitamente compatível com a reserva mineral existente. O projeto de grande porte prevê a produção, considerando-se apenas seus dois principais produtos, de algo como 820 mil  t/ano de Sulfato de Potássio e 800 mil t/ano de Alumina de alta pureza.

 Uso possível do siltito moído


Para Dequech, o fato de o Brasil importar 94% dos fertilizantes de Potássio que consome “coloca, indiscutivelmente, o Projeto Kalium como prioritário para o país. Sua relevância se acentua por abrir um horizonte ainda inexplorado para o aproveitamento de fontes minerais abundantes, não convencionais, mas viáveis a médio prazo”.

Ele acrescenta que, em decorrência da guerra Rússia/Ucrânia, inúmeras iniciativas foram reforçadas na tentativa de abrir opções, sejam convencionais, para obtenção do Cloreto de Potássio, sejam não convencionais como rochagem de solos contendo minerais com importante conteúdo em Potássio.

“O fornecimento de siltito glauconítico moído, para ser utilizado como rochagem de solos, para o qual a Kalium encontra-se perfeitamente capacitada para o fornecimento em larga escala e baixo custo, requer ainda certos cuidados e providências, principalmente dos órgãos governamentais, como o Ministério da Agricultura/Embrapa e o Grupo de Trabalho Interministerial com a finalidade de desenvolver o Plano Nacional de Fertilizantes (Decreto Presidencial 10.605, publicado em 22/01/2021). Tais ações certamente deverão incluir as grandes misturadoras sediadas no Brasil, opina.


Ele explica que o siltito moído, fonte de glauconita, mostra lenta liberação de Potássio e de outros nutrientes para as plantas. Assim, “a viabilidade de utilização, indicações/contraindicações, condições para o uso, concentrações apropriadas, entre outros aspectos, necessitam de urgentes estudos e regulamentação por parte dos órgãos competentes de tal sorte a regulamentar sua utilização e, ao mesmo tempo, evitar eventuais prejuízos aos agricultores e à agricultura brasileira”. 

Fonte: Brasil 61

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Com cursos de medicina negados, Norte e Nordeste têm maior carência de médicos

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Enquanto a média de profissionais médicos recomendados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) deve ser de 3,73/1000 habitantes, cidades das regiões Norte e Nordeste do país têm menos de dois médicos por mil habitantes. É o que mostra um levantamento da Associação dos Mantenedores Independentes Educadores do Ensino Superior (AMIES).

Estados como o Maranhão, na região Nordeste, e o Pará, na região Norte, contam com os menores índices de médicos por mil habitantes: 1,13 e 1,22, respectivamente. Outros estados também se destacam negativamente pela falta de profissionais, como o Piauí, com 1,40 médico, Acre, com 1,46 médico, Bahia, com 1,90 médico e Ceará, com 1,95 médico por mil habitantes.

Somando as regiões Norte e Nordeste, são mais de 71 milhões de habitantes e apenas 130 mil médicos, números que reforçam a carência de profissionais. 

Novos cursos negados

Para ampliar o número de cursos de Medicina e de vagas nessas regiões, diversos centros universitários pedem junto ao MEC, ou por meio de ações na justiça, a abertura dessas vagas. Só na última semana, segundo levantamento da AMIES, de 13 pedidos nas regiões Norte e Nordeste seis foram indeferidos pelo MEC. Os outros sete ainda estão em processamento.

São eles:

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Veja mais: Medicina: MEC nega abertura de 9 novos cursos; decisão impacta formação de médicos no país, defende entidade

O que sustenta as negativas?

Um dos motivos para o MEC indeferir os pedidos de aumento de vagas e abertura de novos cursos é que os municípios onde os cursos seriam abertos estão acima da recomendação da OCDE — de 3,73 médicos por mil habitantes. O que não justificaria a necessidade de novas instituições superiores de Medicina.  

Mas a AMIES contesta, pois o MEC está considerando apenas os municípios onde as faculdades seriam criadas e não a região de saúde que atenderia toda a população, explica a advogada.

“Esses indeferimentos, caso mantidos em esfera recursal, significam que os municípios e suas regiões de saúde deixarão de ganhar. Seja no curto prazo, com atendimento médico à população carente, que é realizado pelos estudantes, professores e tutores. Seja a longo prazo, com a não formação de profissionais que seriam inseridos no mercado de trabalho e os médicos que atenderiam em UPAs, hospitais e consultórios.”  

Os impactos para as cidades negadas

​Caso o Ministério da Educação mantenha o entendimento de que somente municípios com menos de 3,73 médicos por mil habitantes precisam de mais médicos, sem considerar os dados das regiões de saúde onde estão inseridos os municípios, poderão haver 43 pedidos de abertura de novos cursos de Medicina negados pelo MEC nos próximos meses. É o que aponta um levantamento da AMIES.

​Segundo a entidade, se essa expectativa for confirmada, essas regiões continuarão lutando com a falta de profissionais e deixarão de ter novos profissionais formados ao término do ciclo da graduação. 

“​Além disso, os municípios deixarão de arrecadar cerca de R$ 280 milhões ao longo de seis anos – período necessário para a conclusão do curso de Medicina. Esse valor representa uma média do que essas 43 instituições pagariam de impostos, caso recebessem a autorização de funcionamento do MEC.”

Fonte: Brasil 61

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Inscrições para Fies do 2º semestre vão até 27 de agosto

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As inscrições para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para o segundo semestre podem ser feitas pelo sistema de Seleção do Fies (FiesSeleção) até dia 27 de agosto. É necessário ter uma conta Gov.br. O resultado deve ser divulgado em 9 de setembro.

Os estudantes interessados em aderir ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) do segundo semestre podem solicitar adesão até dia 27 de agosto. Os candidatos podem se inscrever pelo sistema de Seleção do Fies (FiesSeleção) a partir da conta Gov.br. O resultado deve ser divulgado em 9 de setembro.

Para se inscrever, o interessado precisa, ainda, informar e-mail pessoal válido, bem como nomes e número de registro no CPF dos membros de seu grupo familiar com idade igual ou superior a 14 anos. A renda bruta mensal de cada componente também deve ser informada.

O mestre em história social pela Universidade de Brasília (UnB) e coordenador do Colégio Militar em Brasília, Isaac Marra, aponta que o Fies é um instrumento importante para oferecer igualdade de oportunidade entre os estudantes brasileiros.

“Representa uma oportunidade ímpar, uma oportunidade única, de transformação social, qualificação social e econômica. Acaba se tornando uma política pública de prioridade. Uma priorização que garante que esses estudantes, sobretudo os mais vulneráveis socialmente, tenham acesso preferencial é o financiamento educacional”, pontua. 

Confira quem pode se inscrever no processo seletivo do Fies:

  • Ter participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir da edição de 2010, com nota válida até o momento anterior à abertura das inscrições, além de obtido média aritmética das notas nas cinco provas igual ou superior a 450 pontos;
  • Ter obtido nota na prova de redação do Enem acima de zero;
  • Possuir renda familiar mensal bruta per capita até três salários mínimos.

Os candidatos devem atender às seguintes condições acima cumulativamente.

Fonte: Brasil 61

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Servidores do INSS entram em greve por tempo indeterminado

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Reunião de negociação ocorre hoje no Ministério da Gestão

Por Agência Brasil

Os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) entraram em greve nesta terça-feira (16) por tempo indeterminado. Entre as reivindicações da categoria estão recomposição de perdas salariais, valorização profissional e melhores condições de trabalho.

A paralisação foi aprovada em plenária nacional realizada no sábado (13), convocada pela Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps). A entidade já havia notificado o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos sobre a possibilidade de paralisação. A pasta agendou uma nova rodada de negociação também nesta terça-feira.

No documento, a Fenasps informa que “após análise das propostas apresentadas pelo governo, entenderam que a negociação teve poucos avanços”. O texto diz ainda que, o governo, “em vez de apresentar proposta nova que fortaleça a carreira do Seguro Social, piora com o alongamento da carreira de 17 para 20 níveis e pela criação de gratificação de atividade”. A proposta, segundo a entidade, está muito aquém das perdas salariais da categoria, que superam os 53% no último período.

A pauta da Fenasps inclui a recomposição das perdas salariais; reestruturação das carreiras; cumprimento do acordo de greve de 2022; reconhecimento da carreira do Seguro Social como típica de Estado; nível superior para ingresso de Técnico do Seguro Social; incorporação de gratificações; jornada de trabalho de 30 horas para todos e cumprimento das jornadas de trabalho previstas em lei; revogação de normas que determinam o fim do teletrabalho e estabelecimento de programa de gestão de desempenho; condições de trabalho e direitos do trabalho para todos, independente da modalidade de trabalho; fim do assédio moral institucional; e reestruturação dos serviços previdenciários.

A entidade informa que no dia 31 deste mês encerra o prazo para o INSS se adequar à Instrução Normativa 24 (IN24), que transforma os atuais programas de gestão, em programas de Gestão e Desempenho, o que significa uma piora na pressão para cumprimento de metas e a possibilidade de desconto de salário no caso das metas não serem atingidas, bem como a abertura de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra os servidores.

O INSS tem 19 mil servidores ativos no quadro. A maioria, 15 mil, formada por técnicos  responsáveis pela maioria dos serviços da instituição, além de 4 mil analistas. Ao todo, 50% dos servidores ainda estão no trabalho remoto.

Proposta

O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos informou que apresentou uma proposta à categoria que prevê ganho acumulado de 24,8% entre 2023 e 2026 para os servidores ativos e inativos. De acordo com a pasta, esse ganho cobre as perdas inflacionárias do governo atual e parte das perdas de gestões anteriores.

A atual proposta também prevê alongamento da carreira de 17 padrões para 20 padrões; manutenção da remuneração de ingresso do nível superior e nível intermediário com valorização do vencimento básico e criação de gratificação de atividade em substituição à Gratificação de Atividade Executiva (GAE).

“O governo tem realizado um grande esforço para atender as reivindicações de reestruturação das carreiras de todos os servidores federais, respeitando os limites orçamentários”, diz a nota do ministério.

Serviços

O INSS informou que mais de 100 serviços do órgão podem ser realizados pela plataforma Meu INSS, disponível para download em celulares com conexão com a internet e para acesso via computador. A Central de Atendimento 135 também funciona de segunda-feira a sábado, das 7h às 22h.

Os segurados que necessitarem de algum serviço do INSS, como requerimento, cumprir exigência, solicitar auxílio-doença, por exemplo, podem usar esses meios.

Ainda assim, a paralisação pode afetar os processos de concessão de benefícios como aposentadoria, pensões, Benefício de Prestação Continuada (BPC), atendimento presencial e análise de recursos e revisões. A mobilização não atinge a perícia médica.

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