Conecte-se Conosco

Brasil

5G deve gerar mais de R$ 101 bilhões no mercado de software brasileiro nos próximos 10 anos

Publicado

em

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Com a chegada do 5G ao Brasil, a demanda por soluções da nova tecnologia tem o potencial de gerar R$ 101 bilhões nos próximos 10 anos apenas no mercado de softwares, distribuídos entre R$ 10 bilhões para software de rede e R$ 91 bilhões para software de aplicações. Os dados são de um estudo apresentado no último dia 19 pelo Ministério da Economia.

Segundo o relatório apresentado pelo Ministério da Economia no webinar “5G Brasil: Recomendação de Políticas Públicas”, a utilização de soluções 5G pode proporcionar um benefício de R$ 590 bilhões por ano para os mais diversos setores da economia, como indústria, educação, saúde e transporte. 

Um dos objetivos principais do levantamento foi a definição de políticas públicas capazes de alavancar o ecossistema brasileiro de 5G focado em software, proporcionando o desenvolvimento de startups e possibilitando a inserção do Brasil no mercado internacional de produção deste tipo de produto. O estudo, realizado pela consultoria Deloitte em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), identificou não somente as demandas de soluções digitais, como também as barreiras que o Brasil vai enfrentar para estabelecer essa nova tecnologia e a necessidade de políticas públicas direcionadas.

As experiências foram buscadas em países que apresentam uma maior maturidade em relação ao 5G, como Coreia do Sul, Japão e China, que estão na vanguarda da tecnologia, assim como em outras nações que são pioneiras na implantação na internet de quinta geração, como Suécia, Alemanha e Reino Unido.

Durante a apresentação dos dados, Márcia Matsubayashi, sócia da Deloitte Brasil, explicou que o Brasil ficou atrasado em relação à implantação do 5G, mas, como isso deve ser resolvido rapidamente, a implantação vai gerar demandas que se tornarão uma oportunidade para a economia nacional, como o mercado de softwares, incluindo uma forte entrada no mercado mundial.

“Logicamente o nosso ecossistema do 5G ainda é incipiente porque o Brasil saiu atrás em comparação aos países desenvolvidos, mas nós constatamos que a gente tem boas perspectivas de avançar rapidamente o 5G, sobretudo no desenvolvimento de softwares e de aplicações. À medida que a conectividade do 5G, a cobertura vai avançando, surgirão estas demandas por aplicações baseadas no 5G nas diversas verticais da economia. Também nestas nessas demandas surgirão oportunidades de integração de software, empresas de software para prover toda essa solução”, explica a especialista.

Igor Calvet, diretor da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), destaca que o estudo lança luz sobre como essas mudanças podem beneficiar o Brasil e servir como um roteiro para todos que trabalham com o 5G possam avaliar as oportunidades que se apresentam, bem como transformar essas potencialidades em realidade.

Segundo o diretor da ABDI, os dados possibilitam um melhor trabalho na difusão de tecnologia num cenário em que as empresas brasileiras podem captar essas soluções tecnológicas que virão da transformação causada pelo 5G e promover uma melhoria da produtividade da economia por meio da inovação – como a redução de custos da chamada Indústria 4.0.

“Na indústria, por exemplo, o projeto demonstrou, primeiro, uma maior flexibilidade no desenho dos processos produtivos e, em segundo lugar, uma maior eficiência na produção. Nas cidades, que é um projeto que nós estamos desenvolvendo e que logo estará aí em dez cidades no Brasil, nós estamos trabalhando com um novo modelo de negócio que vai viabilizar e democratizar o 5G e vai trazer novas fontes de renda, inclusive aos municípios e concessionários de energia”, apontou Calvet.

Problemas e potenciais

No documento apresentado pelo Ministério da Economia constam 96 recomendações de políticas públicas, em oito frentes de atuação, para que esses potenciais de geração de riqueza sejam alcançados, além de apresentar os desafios para que isso se realize.

Segundo o levantamento, os principais problemas públicos detectados no Brasil para um melhor aproveitamento da tecnologia na economia são a baixa disponibilidade de recursos públicos e privados para fomentar a inovação e produção de softwares; escassez e baixo nível de mão de obra; baixa percepção do valor agregado do 5G – o que impacta na demanda por soluções; e insuficiência de suprimentos essenciais para o desenvolvimento de soluções 5G.

Em contrapartida, o estudo mostrou que o país tem pontos fortes para desenvolver um dos maiores ecossistemas do 5G do planeta, como um grande mercado consumidor de serviços de telecomunicações – o que dilui os custos; movimentação política para acelerar a difusão da nova tecnologia, como a Lei das Antenas e os leilões das radiofrequências realizados em 2021; tendência de crescimento no setor de startups; e entendimento governamental da importância da nova tecnologia para os mais diversos setores.

Ainda segundo os dados, o Brasil deve priorizar, para potencializar ainda mais o mercado do 5G: o desenvolvimento de capital humano e de infraestrutura; o incentivo ao empreendedorismo; o maior estímulo à pesquisa, desenvolvimento e inovação; e o suporte financeiro e tributário.

5G

O 5G é a quinta geração de redes móveis e de internet, cuja velocidade chega a ser, pelo menos, 100 vezes mais rápida que a atual quarta geração. Com sua implantação, a expectativa é que sejam abertas inúmeras possibilidades em áreas como inteligência artificial, processamento de dados, realidade aumentada e logística.

O leilão das frequências do 5G, realizado no fim de 2021, movimentou quase R$ 50 bilhões, sendo R$ 10,6 bilhões para pagamento de outorgas, ou seja, pelo direito de explorar comercialmente o 5G, valor que irá para o caixa do governo; e R$ 39,1 bilhões como contrapartidas estabelecidas pela Anatel (órgão de regulação do setor, responsável por definir as regras do leilão).

Segundo os editais, as empresas que venceram os certames devem disponibilizar o 5G nas capitais do país até julho de 2022 e levar internet 4G para todas as rodovias nacionais. Além disso, elas serão responsáveis por construir uma rede privativa de comunicação para a administração federal e levar internet móvel de qualidade às escolas públicas de educação básica.
 

Fonte: Brasil 61

Continue lendo
Clique para comentar

Responder

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Brasil

Com cursos de medicina negados, Norte e Nordeste têm maior carência de médicos

Publicado

em

Enquanto a média de profissionais médicos recomendados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) deve ser de 3,73/1000 habitantes, cidades das regiões Norte e Nordeste do país têm menos de dois médicos por mil habitantes. É o que mostra um levantamento da Associação dos Mantenedores Independentes Educadores do Ensino Superior (AMIES).

Estados como o Maranhão, na região Nordeste, e o Pará, na região Norte, contam com os menores índices de médicos por mil habitantes: 1,13 e 1,22, respectivamente. Outros estados também se destacam negativamente pela falta de profissionais, como o Piauí, com 1,40 médico, Acre, com 1,46 médico, Bahia, com 1,90 médico e Ceará, com 1,95 médico por mil habitantes.

Somando as regiões Norte e Nordeste, são mais de 71 milhões de habitantes e apenas 130 mil médicos, números que reforçam a carência de profissionais. 

Novos cursos negados

Para ampliar o número de cursos de Medicina e de vagas nessas regiões, diversos centros universitários pedem junto ao MEC, ou por meio de ações na justiça, a abertura dessas vagas. Só na última semana, segundo levantamento da AMIES, de 13 pedidos nas regiões Norte e Nordeste seis foram indeferidos pelo MEC. Os outros sete ainda estão em processamento.

São eles:

https://flo.uri.sh/visualisation/19431860/embed
Made with Flourish

Veja mais: Medicina: MEC nega abertura de 9 novos cursos; decisão impacta formação de médicos no país, defende entidade

O que sustenta as negativas?

Um dos motivos para o MEC indeferir os pedidos de aumento de vagas e abertura de novos cursos é que os municípios onde os cursos seriam abertos estão acima da recomendação da OCDE — de 3,73 médicos por mil habitantes. O que não justificaria a necessidade de novas instituições superiores de Medicina.  

Mas a AMIES contesta, pois o MEC está considerando apenas os municípios onde as faculdades seriam criadas e não a região de saúde que atenderia toda a população, explica a advogada.

“Esses indeferimentos, caso mantidos em esfera recursal, significam que os municípios e suas regiões de saúde deixarão de ganhar. Seja no curto prazo, com atendimento médico à população carente, que é realizado pelos estudantes, professores e tutores. Seja a longo prazo, com a não formação de profissionais que seriam inseridos no mercado de trabalho e os médicos que atenderiam em UPAs, hospitais e consultórios.”  

Os impactos para as cidades negadas

​Caso o Ministério da Educação mantenha o entendimento de que somente municípios com menos de 3,73 médicos por mil habitantes precisam de mais médicos, sem considerar os dados das regiões de saúde onde estão inseridos os municípios, poderão haver 43 pedidos de abertura de novos cursos de Medicina negados pelo MEC nos próximos meses. É o que aponta um levantamento da AMIES.

​Segundo a entidade, se essa expectativa for confirmada, essas regiões continuarão lutando com a falta de profissionais e deixarão de ter novos profissionais formados ao término do ciclo da graduação. 

“​Além disso, os municípios deixarão de arrecadar cerca de R$ 280 milhões ao longo de seis anos – período necessário para a conclusão do curso de Medicina. Esse valor representa uma média do que essas 43 instituições pagariam de impostos, caso recebessem a autorização de funcionamento do MEC.”

Fonte: Brasil 61

Continue lendo

Brasil

Inscrições para Fies do 2º semestre vão até 27 de agosto

Publicado

em

As inscrições para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para o segundo semestre podem ser feitas pelo sistema de Seleção do Fies (FiesSeleção) até dia 27 de agosto. É necessário ter uma conta Gov.br. O resultado deve ser divulgado em 9 de setembro.

Os estudantes interessados em aderir ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) do segundo semestre podem solicitar adesão até dia 27 de agosto. Os candidatos podem se inscrever pelo sistema de Seleção do Fies (FiesSeleção) a partir da conta Gov.br. O resultado deve ser divulgado em 9 de setembro.

Para se inscrever, o interessado precisa, ainda, informar e-mail pessoal válido, bem como nomes e número de registro no CPF dos membros de seu grupo familiar com idade igual ou superior a 14 anos. A renda bruta mensal de cada componente também deve ser informada.

O mestre em história social pela Universidade de Brasília (UnB) e coordenador do Colégio Militar em Brasília, Isaac Marra, aponta que o Fies é um instrumento importante para oferecer igualdade de oportunidade entre os estudantes brasileiros.

“Representa uma oportunidade ímpar, uma oportunidade única, de transformação social, qualificação social e econômica. Acaba se tornando uma política pública de prioridade. Uma priorização que garante que esses estudantes, sobretudo os mais vulneráveis socialmente, tenham acesso preferencial é o financiamento educacional”, pontua. 

Confira quem pode se inscrever no processo seletivo do Fies:

  • Ter participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir da edição de 2010, com nota válida até o momento anterior à abertura das inscrições, além de obtido média aritmética das notas nas cinco provas igual ou superior a 450 pontos;
  • Ter obtido nota na prova de redação do Enem acima de zero;
  • Possuir renda familiar mensal bruta per capita até três salários mínimos.

Os candidatos devem atender às seguintes condições acima cumulativamente.

Fonte: Brasil 61

Continue lendo

Brasil

Servidores do INSS entram em greve por tempo indeterminado

Publicado

em

Reunião de negociação ocorre hoje no Ministério da Gestão

Por Agência Brasil

Os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) entraram em greve nesta terça-feira (16) por tempo indeterminado. Entre as reivindicações da categoria estão recomposição de perdas salariais, valorização profissional e melhores condições de trabalho.

A paralisação foi aprovada em plenária nacional realizada no sábado (13), convocada pela Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps). A entidade já havia notificado o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos sobre a possibilidade de paralisação. A pasta agendou uma nova rodada de negociação também nesta terça-feira.

No documento, a Fenasps informa que “após análise das propostas apresentadas pelo governo, entenderam que a negociação teve poucos avanços”. O texto diz ainda que, o governo, “em vez de apresentar proposta nova que fortaleça a carreira do Seguro Social, piora com o alongamento da carreira de 17 para 20 níveis e pela criação de gratificação de atividade”. A proposta, segundo a entidade, está muito aquém das perdas salariais da categoria, que superam os 53% no último período.

A pauta da Fenasps inclui a recomposição das perdas salariais; reestruturação das carreiras; cumprimento do acordo de greve de 2022; reconhecimento da carreira do Seguro Social como típica de Estado; nível superior para ingresso de Técnico do Seguro Social; incorporação de gratificações; jornada de trabalho de 30 horas para todos e cumprimento das jornadas de trabalho previstas em lei; revogação de normas que determinam o fim do teletrabalho e estabelecimento de programa de gestão de desempenho; condições de trabalho e direitos do trabalho para todos, independente da modalidade de trabalho; fim do assédio moral institucional; e reestruturação dos serviços previdenciários.

A entidade informa que no dia 31 deste mês encerra o prazo para o INSS se adequar à Instrução Normativa 24 (IN24), que transforma os atuais programas de gestão, em programas de Gestão e Desempenho, o que significa uma piora na pressão para cumprimento de metas e a possibilidade de desconto de salário no caso das metas não serem atingidas, bem como a abertura de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra os servidores.

O INSS tem 19 mil servidores ativos no quadro. A maioria, 15 mil, formada por técnicos  responsáveis pela maioria dos serviços da instituição, além de 4 mil analistas. Ao todo, 50% dos servidores ainda estão no trabalho remoto.

Proposta

O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos informou que apresentou uma proposta à categoria que prevê ganho acumulado de 24,8% entre 2023 e 2026 para os servidores ativos e inativos. De acordo com a pasta, esse ganho cobre as perdas inflacionárias do governo atual e parte das perdas de gestões anteriores.

A atual proposta também prevê alongamento da carreira de 17 padrões para 20 padrões; manutenção da remuneração de ingresso do nível superior e nível intermediário com valorização do vencimento básico e criação de gratificação de atividade em substituição à Gratificação de Atividade Executiva (GAE).

“O governo tem realizado um grande esforço para atender as reivindicações de reestruturação das carreiras de todos os servidores federais, respeitando os limites orçamentários”, diz a nota do ministério.

Serviços

O INSS informou que mais de 100 serviços do órgão podem ser realizados pela plataforma Meu INSS, disponível para download em celulares com conexão com a internet e para acesso via computador. A Central de Atendimento 135 também funciona de segunda-feira a sábado, das 7h às 22h.

Os segurados que necessitarem de algum serviço do INSS, como requerimento, cumprir exigência, solicitar auxílio-doença, por exemplo, podem usar esses meios.

Ainda assim, a paralisação pode afetar os processos de concessão de benefícios como aposentadoria, pensões, Benefício de Prestação Continuada (BPC), atendimento presencial e análise de recursos e revisões. A mobilização não atinge a perícia médica.

Continue lendo

Destaque