Foto: Arquivo/EBC
Os casos de dengue no Brasil apresentaram um aumento de 95,2% em 2022, entre 2 de janeiro e 9 de abril. A elevação é em relação ao mesmo período do ano passado. Ao todo, foram registrados 393.967 casos prováveis da doença. A taxa de incidência chegou a 184,7 casos por 100 mil habitantes. Os dados constam no último boletim epidemiológico sobre arboviroses do Ministério da Saúde, referente à semana 14.
O médico sanitarista Cláudio Maierovitch explica que a melhor forma de prevenir a dengue é impedir a proliferação do mosquito transmissor, eliminando os criadouros. Segundo ele, cada indivíduo pode contribuir com essa ação.
“É importante que, antes de começarem os casos mais numerosos, as pessoas já ajam para tentar eliminar condições favoráveis à transmissão. Entre elas podemos citar a presença de recipientes com água parada, que às vezes ficam nos quintais das casas, ferro velho, depósito de lixo, e muitas vezes em caixas d’água destampadas”, orienta.
A Região Centro-Oeste foi destaque no levantamento, com uma taxa superior a 700 casos de dengue por 100 mil habitantes. As capitais Goiânia e Brasília contaram com o maior número de registros. “Goiás é um estado que todo ano enfrenta epidemia de dengue com números altos. Geralmente, isso está relacionado a fatores climáticos ou circulação de pessoas”, destaca Maierovitch.
O advogado Pedro de Carvalho, de 27 anos, mora em Brasília e conta que foi diagnosticado com dengue no início de março. Segundo ele, a mãe e as duas irmãs também tiveram a doença. “Fiquei de cama, sem conseguir sair de casa, sem conseguir ficar em pé direito. Me senti muito fraco mesmo. Também fiquei vomitando, com bastante dor no corpo, dor nas juntas e na cabeça”, relata.
Pedro afirma, ainda, que, há muito tempo não havia registros de dengue no bairro onde mora, e que não foram encontrados criadouros dentro de casa. Porém, em um clube abandonado, localizado na região, foram encontrados muitos focos do mosquito. “Na minha rua, quase todo mundo pegou dengue. Na quadra de baixo, teve até gente que faleceu”, disse.
Ainda de acordo com o boletim, até o momento, das 280 pessoas que desenvolveram agravamento da dengue no país, 112 morreram. Os maiores números de casos ocorreram em São Paulo, Goiás, Bahia, Santa Catarina e Minas Gerais. Além disso, mais de 170 mortes ainda são investigadas e podem estar associadas à doença.
Chikungunya e zika
O balanço divulgado pelo Ministério da Saúde revela, ainda, que a chikungunya foi responsável pelo registro de 35.182 casos prováveis no Brasil, ou seja, uma taxa de incidência de 16,5 casos por 100 mil habitantes. Em relação à doença, houve um aumento de 26,3% de casos em comparação com o ano anterior.
Já sobre registros de zika, o levantamento aponta que ocorreram 1.480 casos prováveis, com uma taxa de incidência de 0,7 caso por 100 mil habitantes. Em relação ao ano passado, os dados correspondem a um aumento de 31,8% no número de casos no Brasil.
Fonte: Brasil 61