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Mobilização nacional contra a poliomielite ocorre neste sábado (8)

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Unidades básicas de saúde de todo o país participam do “Dia D” da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, neste sábado (8). O Ministério da Saúde quer vacinar, no mínimo, 95% do público-alvo, composto por cerca de 13 milhões de crianças com menos de cinco anos. 

O diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI) do Ministério da Saúde, Eder Gatti, lembra que o Brasil não registra casos da poliomielite há 35 anos, mas que o vírus causador da doença continua circulando em outros países. Daí a importância de profissionais de saúde, pais e responsáveis se envolverem na campanha que está em curso. 

“A poliomielite é uma doença que, por décadas, causou paralisia e morte em muitas crianças. Só que essa doença não faz mais parte do nosso cenário epidemiológico graças à vacinação e o Brasil, desde 1989, não registra nenhum caso. Embora tenhamos eliminado a doença, ela ainda existe no mundo e pode ser reintroduzida no nosso país. Por isso, é muito importante que os pais levem seus filhos menores de cinco anos para checar a caderneta e fazer a vacinação”, recomenda. 

A nível global, a poliomielite ainda é uma endemia no Afeganistão e no Paquistão. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 1º de janeiro e 23 de abril deste ano, 13 casos de paralisia infantil causados pelo poliovírus selvagem foram registrados nesses dois países, sendo seis no primeiro e sete no segundo. Em um mundo globalizado, o fato de a doença não ter sido erradicada em outras nações é uma ameaça mesmo para países onde não há ocorrências da pólio há décadas, caso do Brasil. 

Poliomielite: campanha deste ano se tornou fundamental

A mobilização deste ano ganhou ainda mais importância por dois motivos. O primeiro deles é o alerta da Comissão Regional para a Certificação da Erradicação da Poliomielite na Região das Américas (RCC) que, no ano passado, classificou o Brasil como de alto risco para a reintrodução do poliovírus — causador da paralisia infantil. 

Além disso, a partir do segundo semestre de 2024, as duas doses da Vacina Oral Poliomielite (VOP) serão substituídas por uma dose da Vacina Inativada Poliomielite (VIP). A recomendação vigente é de que as crianças recebam três doses da VIP ainda no primeiro ano de vida, aos dois, quatro e seis meses de idade. Aos 15 meses, devem tomar o primeiro reforço oral (gotinha) e, aos quatro anos, o segundo. 

Com a mudança, as crianças que completarem as três primeiras doses precisarão apenas de uma dose de reforço, aos 15 meses de idade. A segunda dose de reforço, que hoje é aplicada aos quatro anos, não será mais necessária. A transição das gotinhas para a vacina intramuscular visa maior eficácia do esquema vacinal. 

Poliomielite: estados e municípios se mobilizam 

Embora tenham autonomia para se mobilizar em outras datas, estados e municípios pretendem participar do Dia D neste sábado. No Ceará — que começou a campanha antecipadamente —, as doses estarão disponíveis em mais de 2,5 mil salas de vacinação, de acordo com a Secretaria da Saúde estadual. 

Além do Ceará, o Distrito Federal e os estados de Goiás, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Tocantins, Amapá, Roraima, São Paulo e Santa Catarina confirmaram ações de vacinação ao longo do dia.  

Municípios de outros estados também vão participar do dia D: Curitiba e Ji-Paraná (PR); Vila Velha e Barra de São Francisco (ES); Rio de Janeiro e São Gonçalo (RJ); Betim e Uberlândia (MG); Rondonópolis (MT); Naviraí e São Gabriel do Oeste (MS); Porto Velho (RO); Teresina (PI); Timon (MA); Itabuna e Teixeira de Freitas (BA); e Natal (RN). 

Sem alcançar a meta de imunização de 95% desde 2017, Santa Catarina vai se mobilizar para vacinar o maior número possível de crianças. A cobertura, no entanto, vem aumentando nos últimos anos. Chegou a 90% em 2023. A expectativa é de aumentar o patamar de protegidos este ano. 

No estado de São Paulo, a cobertura foi de 85% no ano passado, mas as autoridades de saúde locais esperam atingir a meta ideal este ano. No estado, municípios como Presidente Prudente confirmaram a mobilização. Na cidade, todas as 29 salas de vacinação estarão abertas das 8h às 14h. 

Sergipe também prepara ações para conscientizar a sociedade sobre a importância da vacinação contra a paralisia infantil. Gerente de Imunização da Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe (SES-SE), Ilani Paulina da Silva diz que a campanha é primordial para evitar a volta da pólio ao Brasil.  

“É muito importante essa movimentação nos estados e nos municípios para que a gente esteja vacinando contra a poliomielite, na turma da vacina oral, as crianças de um a menores de cinco anos, porque vai dar uma proteção mais efetiva de mucosa contra o poliovírus selvagem. E as menores de um ano devem estar fazendo a verificação da caderneta vacinal para ver se estão com o esquema da VIP em dia. Assim, a gente vai conseguir fazer essa transição para vacina intramuscular de uma forma mais tranquila. Então, esse momento é extremamente importante e até histórico para o Brasil”, afirma. 

Moradora de Samambaia Sul, no Distrito Federal, Letícia Luz, mãe de um bebê que tem cinco meses de idade, diz que o esquema vacinal do filho está completo, o que inclui as duas primeiras doses contra o vírus da pólio. 

Ela destaca a importância de proteger as crianças dos efeitos perversos da paralisia infantil. “A gente tem que proteger os pequenos. Não vale a pena arriscar a saúde deles, ainda mais por ser algo que está disponível gratuitamente para todos e que é definitivamente comprovado que resolve, até porque já tem 35 anos que não tem um caso”, aponta. 

Poliomielite: cobertura vacinal 

Nos últimos anos, as coberturas vacinais contra a poliomielite no Brasil registraram quedas sucessivas. O ideal é que 95% do público-alvo seja imunizado, mas desde 2015 o país não atinge esse percentual. 

Em 2016, a cobertura caiu para menos de 85%, chegando a 84% em 2019. Em 2020 — ano da pandemia da Covid-19 —, foi de 76%, enquanto em 2021, ficou em 69%. Em 2022, o cenário teve sensível melhora, com a cobertura alcançando cerca de 77% das crianças. De acordo com dados preliminares do Ministério da Saúde, em 2023 chegou a 84%

Segundo a pasta, a cobertura este ano está em 85%. A campanha nacional começou em 27 de maio e vai até 14 de junho, mas o órgão esclarece que as unidades de saúde continuam aplicando a vacina durante o ano todo. 

Poliomielite: o que é

É uma doença contagiosa causada por um vírus que pode infectar crianças e adultos. A transmissão ocorre por meio de contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes. Nos casos graves, pode levar à paralisia dos membros inferiores. 

Poliomielite: causas


De acordo com o Ministério da Saúde, a falta de saneamento básico, as más condições habitacionais e a higiene pessoal precária são fatores que favorecem a transmissão do poliovírus, causador da paralisia infantil. Ao infectar a medula e o cérebro, o vírus causa sequelas motoras que não têm cura. 

Poliomielite: consequências

Entre as sequelas da doença estão dores nas articulações, crescimento diferente ou paralisia de uma das pernas, osteoporose, dificuldade de falar, atrofia muscular e hipersensibilidade ao toque. 

Poliomielite: tratamento

Embora não tenham cura, as sequelas motoras podem ser aliviadas por meio de fisioterapia e exercícios que ajudam a fortalecer os músculos prejudicados, tratamentos que também ajudam na postura corporal, aumentando a qualidade de vida. O uso de remédios para aliviar as dores musculares e articulares pode ser indicado. 

Poliomielite: sintomas

Eles variam de acordo com cada caso clínico. Alguns pacientes não apresentam sintomas, enquanto em outros há manifestações neurológicas mais graves, aponta o Ministério da Saúde. A maioria das pessoas infectadas não fica doente ou manifesta sintomas, embora o poliovírus possa causar paralisia e até mesmo a morte. 

Confira quais os sintomas mais frequentes: 


•    Febre
•    Mal-estar
•    Dor de cabeça
•    Dor de garganta 
•    Dor no copo
•    Vômito
•    Diarreia
•    Constipação
•    Espasmos
•    Rigidez na nuca
•    Meningite 

Nos casos em que há paralisia, os infectados apresentam repentina deficiência motora — acompanhada de febre —, assimetria na musculatura dos membros, em especial dos inferiores, flacidez muscular, sensibilidade conservada, e persistência de paralisia residual depois de 60 após o início da doença. 

Poliomielite: diagnóstico

De acordo com as autoridades de saúde, o médico deve suspeitar de poliomielite sempre que menores de 15 anos apresentarem paralisia flácida de surgimento agudo, com diminuição ou abolição de reflexos tendinosos. Os exames de cultura e a eletromiografia podem ajudar na identificação da doença. O diagnóstico ocorre por meio da detecção de poliovírus nas fezes. 

Para mais informações, acesse: www.gov.br/saude. 
 

Fonte: Brasil 61

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Alagoas

Seduc participa de formação promovida pelo MEC para reestruturação do Ensino Médio

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Ministério discute com estados o planejamento para a implementação da política nacional do Ensino Médio; mudanças já começam em 2025

Uma equipe da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) está em Brasília para participar da formação para reestruturação do Ensino Médio no Brasil. O encontro, que reúne equipes de secretarias de todo o país, é promovido pelo Ministério da Educação (MEC). A implementação da polícia nacional do ensino já começa a valer no ano de 2025, bem como preparação das escolas para o processo.

A Portaria 958 de 19 de setembro de 2024 do MEC estabelece parâmetros para que as secretarias estaduais de Educação elaborem planos de ação para  implementação progressiva das mudanças ocasionadas pela Lei 14.945 de 31  de julho de 2024. Ela define as diretrizes para o ensino médio e traz, dentre outras alterações, a ampliação da carga horária mínima anual de 800 para 1.000 horas, podendo ser ampliada para 1.400 horas. Já a formação geral básica terá uma carga horária mínima total de 2.400 horas.

Ainda de acordo com a Lei 14.945/2024, as secretarias elaborarão planos de ação com o apoio do Ministério e, a partir do ano letivo 2025, deverão iniciar a implementação das mudanças na etapa de ensino.

“Temos todos os estados do Brasil reunidos nesta formação e planejando como ajustar as mudanças estabelecidas por lei para o ensino médio. Esse planejamento chegará às escolas, com as quais trabalharemos as diretrizes do nosso plano de ação”, adiantou o superintendente de Desenvolvimento do Ensino Médio da Seduc, Ricardo Lisboa.

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ELEIÇÕES 2024: Direita prevalece entre eleitores que declaram posicionamento político

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A preferência por um posicionamento político mais à direita prevalece entre os eleitores brasileiros que se identificam com alguma ala política. É o que revela o Panorama Político 2024 – uma pesquisa feita pelo DataSenado em parceria com a Nexus, área de Pesquisa e Inteligência de Dados da FSB Holding.

De acordo com o levantamento, 29% dos entrevistados dizem que se identificam com a direita. Já 15% se denominam de esquerda, enquanto 11% dizem ser de centro. Os três grupos somam 55%. 

Por outro lado, 40% dos eleitores do país afirmam que não se identificam com nenhum posicionamento político, enquanto 6% disseram que não sabem ou não quiseram responder. 

Na avaliação do analista do DataSenado, José Henrique Varanda, os dados gerais da pesquisa apontam que, em uma análise mais ampla, o Brasil não conta com uma polarização entre os posicionamentos políticos mais comuns.

“Uma parte relevante da população ou não é tão politizada ou não enxerga exatamente essas ‘caixinhas’ que se fala mais – de direta, esquerda ou centro. Talvez tenham um vínculo mais direto com os próprios políticos ou com alguns partidos. Se ainda colocarmos as pessoas de centro como um pouco menos polarizadas e incluir nesse bojo do mais agnósticos, juntando com as que não souberam ou preferiram não responder, chegamos ao patamar de 57% da população”, considera. 

Cenário por religião 

A pesquisa também mostra o cenário entre algumas religiões. Entre os evangélicos, por exemplo, 35% se consideram de direita, 9% de centro e 8% de esquerda. 

Já entre os católicos, 28% dizem ser de direita. Para 15%, o posicionamento é de esquerda. Outros 10% afirmam ser de centro. 

Já no grupo “outras/sem religião”, tanto direita quanto esquerda alcançam 21%, seguidas por 13% de centro. 

Homem e mulheres

Ainda de acordo com o levantamento, entre as mulheres a taxa que não se identifica com nenhuma ideologia política alcança 46%, frente a 34% em relação aos homens. 

Quanto aos eleitores do sexo masculino, 34% se consideram de direita, enquanto a taxa entre as mulheres é de 24%. 

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Renda e escolaridade

A falta de preferência por algum posicionamento político é mais comum entre os eleitores com renda de até dois salários mínimos, que corresponde a 47% dos entrevistados. Essa taxa reduz gradativamente até chegar a 21% no grupo com renda acima de seis salários mínimos. 

Já em relação a todas as faixas, a direita se sobressai tanto em relação ao centro quanto à esquerda, com apoio de 25% entre os mais pobres e 37% entre os mais ricos.

Segundo José Henrique Varanda, trata-se de uma questão que também é impactada pelo nível de escolaridade dos eleitores. 

“Tanto que, num maior nível de escolaridade, que são aquelas pessoas com nível superior incompleto, ou além disso, apenas 28% não consideram nenhum dos três polos políticos mais demarcados. Já em relação àquelas pessoas que tem até o ensino fundamental incompleto, 45% se dizem não se interessar por política ou não se enquadrar em nenhum dos três polos”, afirma. 

A pesquisa foi feita entre os dias 5 e 28 de junho, de 2024. Ao todo, o levantamento ouviu 21.808 brasileiros de todas as unidades da federação. O nível de confiança é de 95% e a margem de erro é de 1,22 ponto porcentual.

Fonte: Brasil 61

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Tiros, mortes, socos, cadeiradas: violência marca eleições municipais de 2024

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Não é só no noticiário policial, nos debates políticos e nas redes sociais — a violência eleitoral está também nos números. Dados do boletim trimestral do Observatório da Violência Política e Eleitoral indicam que entre abril e junho deste ano foram registrados 128 casos de violência contra lideranças políticas. O que mostra um aumento de mais de 100% em relação ao trimestre anterior.

A região mais atingida foi o Sudeste, com 47 casos (36,7%). São Paulo é o estado mais violento: 21 casos, seguido por Bahia e Rio de Janeiro, ambos com 15 registros. A violência vem de todas as formas: insultos, ameaças, agressões físicas e homicídios — eles foram responsáveis por 25 episódios. O Rio de Janeiro se destaca neste cenário com seis casos.

O mais recente ocorreu no dia 25, na cidade de Nova Iguaçu, baixada fluminense. O candidato a vereador pelo Avante conhecido como Joãozinho Fernandes foi morto a tiros logo após fazer uma caminhada promovendo a candidatura pelas ruas da cidade.

Para o especialista em segurança e professor da FGV, Jean Menezes de Aguiar, o que estamos vendo hoje na política é um reflexo da sociedade violenta que temos no Brasil.

“São 60 mil homicídios por ano. É escandaloso, mas isso foi normalizado, em certa medida”, avalia o professor que destaca um outro ponto.

“A entrada do crime organizado na política, em que políticos possam obter com mais facilidade essas vinganças e esses crimes. Poderia ser esta uma das explicações. Só se fala em PCC nos debates de São Paulo, o que mostra que ele [PCC] virou um ator coadjuvante nessa história.”

Acirramento da polarização

O especialista ainda levanta uma outra característica da sociedade que vem tomando corpo há algumas eleições: o acirramento da agressividade e das emoções exageradas que acabam resultando em violência física.

Menezes usa o exemplo do candidato à prefeitura de São Paulo José Luiz Datena para explicar um ponto que está previsto no direito penal.

“Essa emoção com violência está prevista como total atenuante no processo penal. Por isso que não deverá acontecer nada com o Datena.” Relembrando o episódio em que, durante um debate na televisão, o candidato Pablo Marçal (PRTB-SP) recebeu uma cadeirada de Datena após inúmeras provocações que fez ao oponente.

Polarização que para Menezes tem como consequência mais visibilidade para os envolvidos, já que gera conteúdos que repercutem e “vendem” nas redes sociais.

Reforço na segurança

Uma das medidas para tentar conter a violência no dia das eleições foi tomada esta semana pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Força Federal será enviada a 12 estados, a pedido dos TREs dessas localidades. São eles:

  1. Acre
  2. Amazonas
  3. Ceará
  4. Mato Grosso
  5. Mato Grosso do Sul
  6. Pará
  7. Paraíba
  8. Piauí
  9. Rio de Janeiro
  10. Rio Grande do Norte
  11. Maranhão
  12. Tocantins

A ministra Cármen Lúcia, presidente do TSE, explicou que o auxílio deve ajudar a garantir que o processo eleitoral transcorra de forma ordeira e tranquila. Ela ainda destacou que os pedidos de apoio da Força Federal feitos pelos estados são procedimentos normais para garantir o livre exercício do voto e a normalidade da votação e da apuração dos resultados.

Fonte: Brasil 61

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