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Autismo no Brasil: “Casos não aumentaram, o que aumentou foi o volume de informações que levam ao diagnóstico” diz especialista

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Acesso à internet e redes sociais garantem mais informação, isso gera mais conhecimento sobre o Transtorno que atinge uma em cada 36 crianças até 8 anos

Autismo: uma condição que não caracteriza uma doença, mas sim, uma variação do funcionamento típico do cérebro — um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social.

Segundo Wagner Saltorato, analista de pesquisa da APAE Brasil, o país adota como índice de classificação do autismo o CID, um documento organizado pela OMS onde encontram classificadas todas as doenças. E se divide em três níveis, de acordo com o grau de comprometimento e a necessidade de ajuda. 

“Se tem a deficiência intelectual leve e tem um comprometimento de linguagem; se tem a deficiência leve e sem a deficiência de linguagem funcional. Ou se ele tem uma deficiência intelectual e a linguagem é prejudicada. Essa é a classificação atual.”

Os primeiros sinais de TEA podem ser percebidos nos primeiros meses de vida, mas o diagnóstico preciso só costuma ser estabelecido por volta dos 2 a 3 anos de idade. Para Wagner, “o maior volume de informações que temos hoje, com a internet e as redes sociais, permite que mais pessoas conheçam o TEA, se identifiquem com os sintomas e cheguem a um diagnóstico.”

Guilherme de Almeida, de 41 anos, foi diagnosticado adulto, aos 38. O professor e pesquisador da Unicamp e ainda presidente da ANIA-BR (Associação Nacional para Inclusão das Pessoas Autistas) concorda que o aumento do volume de informações sobre a condição na mídia faz com que mais pessoas se identifiquem e busquem o diagnóstico — sobretudo adultos. 

Segundo ele, há um fenômeno, uma busca por se encontrar. “A gente vive numa sociedade que busca identidades que nos definam e, muitas vezes, as pessoas se encontram em razão de uma falta de possibilidade de se encaixar em outra perfis, por isso buscam o diagnóstico.”

Os avanços das Políticas Públicas 

Tramitam no Congresso diversos projetos de lei para aumentar os direitos dos autistas. Um deles é o PL 3080/2020 que cria a política pública nacional para garantia, proteção e ampliação dos direitos das pessoas com TEA. O autor, deputado Diego Garcia (Republicanos -PR), explica que apensadas ao PL estão outras 25 propostas e o projeto aborda diversos temas. 

“O PL 3080/20 cria a política pública nacional para garantia, proteção e ampliação dos direitos das pessoas com TEA. Ele fala sobre apoio às pessoas autistas e seus familiares, atenção integral à saúde, inserção no mercado de trabalho, incentivo a novas políticas públicas de amparo e proteção, capacitação de profissionais para atendimento especializado, entre outros pontos.”

Em termos de legislação, o Brasil evoluiu muito desde 2012, quando foi criada a Lei Berenice Piana, como é conhecida a Lei 12.764 de 2012 — que incluiu pessoas no espectro como Pessoas com Deficiência (PCD). Isso assegura que a população autista tenha atendimento preferencial em qualquer situação e acesso ao atendimento multidisciplinar, medicamentos. 

Na escola, a Lei Brasileira de Inclusão ainda assegura que o aluno com TEA tenha um acompanhamento terapêutico ou AT, como é conhecido o profissional que auxilia no desenvolvimento e aprendizagem de crianças com autismo.

“ O AT tem a função de acompanhar a apoiar essa pessoa diante das suas barreiras de aprendizagem. Ele é um parceiro do professor para traduzir aquilo que o professor está passando em conteúdo para essa pessoa que tem alguma forma de barreira”, explica Wagner. 

Diagnóstico, tratamento e inclusão 

O primeiro passo após o diagnóstico é buscar tratamento que inclui terapias diversas com uma equipe multidisciplinar. Médicos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, pedagogos e fisioterapeutas fazem parte desse quadro e  são essenciais para garantir que a pessoa se devolva e atinja todo seu potencial.
A inclusão em ambientes educacionais também faz diferença no desenvolvimento da pessoa com autismo. Silvano Furtado, de 23 anos, é aluno de Direito da USP e criou um movimento para implantar a política de acessibilidade que acontece hoje na Universidade. Para o estudante, que foi diagnosticado aos 20 anos, a inclusão é fundamental, mas precisa ser feita de forma estratégica.

“O risco da falta de ação é não se criar adaptações e um ambiente escolar inclusivo e convidativo onde estejam pessoas dos mais variados espectros.” — adverte.

Para Silvano, o excesso de cuidados também pode ser prejudicial para pessoas enquadradas no espectro autista. “Eu temo muito pelas soluções voltadas a escolas especiais, acompanhamentos terapêuticos que, na verdade, são uma afronta à política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva.”

Números no Brasil 

De acordo com o relatório do CDC (Centers for Diseases Control and Prevention), publicado em março de 2023, 1 em cada 36 crianças aos 8 anos de idade é diagnosticada com TEA. Ao relacionarmos esse valor para o Brasil, podemos calcular o número de pessoas com o transtorno no país. Com uma população estimada em 203.080.756 — segundo o Censo 2022 — teríamos cerca de 5.641.132 autistas no país.

Esse número representa um aumento de 22% em relação ao estudo anterior, feito em 2018 e que estimava que 1 em cada 44 crianças apresentava TEA naquele ano.

O autismo só foi adicionado à Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde em 1993. A demora na inclusão do autismo neste ranking é reflexo do pouco que se sabe sobre a questão. Ainda nos dias de hoje, o diagnóstico é impreciso — e nem mesmo um exame genético é capaz de afirmar com precisão a incidência da síndrome.
 

Fonte: Brasil 61

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Barroso defende responsabilização de quem atenta contra a democracia

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Presidente do STF sinalizou ser contra anistia dos condenados de 8/01

Por agencia Brasil

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, disse nesta quinta-feira (14) que as explosões ocorridas na frente da sede do tribunal revelam a necessidade de responsabilização de quem atenta contra a democracia.

Durante abertura da sessão desta tarde, Barroso disse que as explosões demonstram a tentativa de deslegitimar a democracia no Brasil.  

“A gravidade do atentado de ontem nos alerta para a preocupante realidade que persiste no Brasil – a ideia de aplacar e deslegitimar a democracia e suas instituições. Reforça também e, sobretudo, a necessidade de responsabilização de todos que atentem contra a democracia”, afirmou.

O presidente também disse que o episódio mostra a periculosidade das pessoas com as quais a Corte lida.

“Apesar de estarmos no calor dos acontecimentos e no curso das apurações, precisamos, como país e sociedade, de uma reflexão profunda sobre o que está acontecendo entre nós”, declarou.

Anistia

Barroso também citou os atos golpistas de 8 de janeiro e sinalizou ser contra a anistia aos condenados pela Corte.

“Relativamente a este último episódio, algumas pessoas foram da indignação à pena, procurando naturalizar o absurdo. Não veem que dão um incentivo para que o mesmo tipo de comportamento ocorra outras vezes. Querem perdoar sem antes sequer condenar”, completou.

Gilmar Mendes

O ministro Gilmar Mendes, decano da Corte, afirmou que as explosões não se tratam de um fato isolado. Segundo o ministro, o discurso de ódio, o fanatismo político e a indústria de desinformação foram “largamente estimulados” pelo governo anterior, de Jair Bolsonaro.

“As investidas contra a democracia têm ocorrido explicitamente, à luz do dia, sem cerimônia nem pudor. Condutas como as de ontem, juntam-se a diversas outras já vivenciadas”, disse.

Mendes também aproveitou para defender a regulação das redes sociais e também rechaçou a possiblidade de anistia dos condenados pelo 8 de janeiro.

“A meu sentir, a revisitação dos fatos que antecederam aos ataques de ontem é pressuposto para a realização de um debate racional sobre a defesa de nossas instituições, sobre a regulação das redes sociais e sobre eventuais propostas de anistiar criminosos”, completou.

Ataque

Vídeo das câmeras de segurança do STF mostram o chaveiro Francisco Wanderley Luiz atirando artefatos explosivos em direção à escultura A Justiça, que fica em frente ao prédio da Corte e, em seguida, acendendo outro no próprio corpo. Momentos antes, o carro dele também explodiu no estacionamento próximo ao Anexo IV da Câmara dos Deputados.

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Com cursos de medicina negados, Norte e Nordeste têm maior carência de médicos

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Enquanto a média de profissionais médicos recomendados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) deve ser de 3,73/1000 habitantes, cidades das regiões Norte e Nordeste do país têm menos de dois médicos por mil habitantes. É o que mostra um levantamento da Associação dos Mantenedores Independentes Educadores do Ensino Superior (AMIES).

Estados como o Maranhão, na região Nordeste, e o Pará, na região Norte, contam com os menores índices de médicos por mil habitantes: 1,13 e 1,22, respectivamente. Outros estados também se destacam negativamente pela falta de profissionais, como o Piauí, com 1,40 médico, Acre, com 1,46 médico, Bahia, com 1,90 médico e Ceará, com 1,95 médico por mil habitantes.

Somando as regiões Norte e Nordeste, são mais de 71 milhões de habitantes e apenas 130 mil médicos, números que reforçam a carência de profissionais. 

Novos cursos negados

Para ampliar o número de cursos de Medicina e de vagas nessas regiões, diversos centros universitários pedem junto ao MEC, ou por meio de ações na justiça, a abertura dessas vagas. Só na última semana, segundo levantamento da AMIES, de 13 pedidos nas regiões Norte e Nordeste seis foram indeferidos pelo MEC. Os outros sete ainda estão em processamento.

São eles:

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Veja mais: Medicina: MEC nega abertura de 9 novos cursos; decisão impacta formação de médicos no país, defende entidade

O que sustenta as negativas?

Um dos motivos para o MEC indeferir os pedidos de aumento de vagas e abertura de novos cursos é que os municípios onde os cursos seriam abertos estão acima da recomendação da OCDE — de 3,73 médicos por mil habitantes. O que não justificaria a necessidade de novas instituições superiores de Medicina.  

Mas a AMIES contesta, pois o MEC está considerando apenas os municípios onde as faculdades seriam criadas e não a região de saúde que atenderia toda a população, explica a advogada.

“Esses indeferimentos, caso mantidos em esfera recursal, significam que os municípios e suas regiões de saúde deixarão de ganhar. Seja no curto prazo, com atendimento médico à população carente, que é realizado pelos estudantes, professores e tutores. Seja a longo prazo, com a não formação de profissionais que seriam inseridos no mercado de trabalho e os médicos que atenderiam em UPAs, hospitais e consultórios.”  

Os impactos para as cidades negadas

​Caso o Ministério da Educação mantenha o entendimento de que somente municípios com menos de 3,73 médicos por mil habitantes precisam de mais médicos, sem considerar os dados das regiões de saúde onde estão inseridos os municípios, poderão haver 43 pedidos de abertura de novos cursos de Medicina negados pelo MEC nos próximos meses. É o que aponta um levantamento da AMIES.

​Segundo a entidade, se essa expectativa for confirmada, essas regiões continuarão lutando com a falta de profissionais e deixarão de ter novos profissionais formados ao término do ciclo da graduação. 

“​Além disso, os municípios deixarão de arrecadar cerca de R$ 280 milhões ao longo de seis anos – período necessário para a conclusão do curso de Medicina. Esse valor representa uma média do que essas 43 instituições pagariam de impostos, caso recebessem a autorização de funcionamento do MEC.”

Fonte: Brasil 61

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Inscrições para Fies do 2º semestre vão até 27 de agosto

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As inscrições para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para o segundo semestre podem ser feitas pelo sistema de Seleção do Fies (FiesSeleção) até dia 27 de agosto. É necessário ter uma conta Gov.br. O resultado deve ser divulgado em 9 de setembro.

Os estudantes interessados em aderir ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) do segundo semestre podem solicitar adesão até dia 27 de agosto. Os candidatos podem se inscrever pelo sistema de Seleção do Fies (FiesSeleção) a partir da conta Gov.br. O resultado deve ser divulgado em 9 de setembro.

Para se inscrever, o interessado precisa, ainda, informar e-mail pessoal válido, bem como nomes e número de registro no CPF dos membros de seu grupo familiar com idade igual ou superior a 14 anos. A renda bruta mensal de cada componente também deve ser informada.

O mestre em história social pela Universidade de Brasília (UnB) e coordenador do Colégio Militar em Brasília, Isaac Marra, aponta que o Fies é um instrumento importante para oferecer igualdade de oportunidade entre os estudantes brasileiros.

“Representa uma oportunidade ímpar, uma oportunidade única, de transformação social, qualificação social e econômica. Acaba se tornando uma política pública de prioridade. Uma priorização que garante que esses estudantes, sobretudo os mais vulneráveis socialmente, tenham acesso preferencial é o financiamento educacional”, pontua. 

Confira quem pode se inscrever no processo seletivo do Fies:

  • Ter participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir da edição de 2010, com nota válida até o momento anterior à abertura das inscrições, além de obtido média aritmética das notas nas cinco provas igual ou superior a 450 pontos;
  • Ter obtido nota na prova de redação do Enem acima de zero;
  • Possuir renda familiar mensal bruta per capita até três salários mínimos.

Os candidatos devem atender às seguintes condições acima cumulativamente.

Fonte: Brasil 61

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