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Piaçabuçu

Consciência Negra e as Comunidades Quilombolas

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Neste 20 de Novembro, é comemorado o dia da Consciência Negra. Esta data foi constituída oficialmente através da Lei 12.519 de 2011.  A origem deste dia está ligada aos esforços dos movimentos sociais e a resistência para evidenciar as desigualdades históricas que marcaram as populações negras no país.

Falar sobre a resistência negra é se referir também às comunidades quilombolas. Grupos étnicos, predominantemente constituídos de população negra rural ou urbana, descendentes de ex – escravos, que se auto definem a partir das relações específicas com a terra, o parentesco, o território, a ancestralidade, as tradições e práticas culturais próprias.

Em Alagoas, existem 68 comunidades quilombolas, distribuídas em 35 municípios do estado. Entre elas está a Comunidade Quilombola do Pixaim, na qual estaremos apresentando como forma de celebrar este dia.

Comunidade Quilombola do Pixaim: Breve Histórico

Num lugar bem longínquo, sob as dunas douradas da Foz do Rio São Francisco, no município de Piaçabuçu, há uma comunidade que inicia seu diferencial já em sua nomenclatura: Pixaim.

Comunidade esta, que foi certificada pela Fundação Palmares, como Remanescente Quilombola, no dia 19 de novembro de 2009, coincidentemente, um dia anterior ao Dia da Consciência Negra.  

Sua fundação foi iniciada em meados do século XIX, quando escravos que fugiam de engenhos passaram a se refugiar no local onde o Rio São Francisco se encontra com o Oceano Atlântico. Com identidade cultural própria, formadas por meio de um processo histórico iniciado no período da escravidão no Brasil, a comunidade se tornou símbolo da resistência negra, mantendo uma forte ligação com sua história e trajetória, preservando costumes e cultura trazidos por seus antepassados.

Aos 84 anos, Aladim é testemunha das transformações do Pixaim e da região da foz do São Francisco. Ao seu lado, Marise dos Santos Lima, da Associação de Informantes de Turismo de Piaçabuçu. Foto: Sarah Sax - fonte mongabay

Antigamente o povoado era habitado por cerca de 100 famílias, que desenvolveram um modo de vida sustentável e sintonizado com a dinâmica do estuário, em permanente transformação. Por muitos anos, a população que habitava na região dependia inteiramente do rio. Suas fontes de sustento se limitavam à pesca e cultivo de arroz.

Com a interferência do homem na natureza, sobretudo, com a construção da Hidroelétrica de Xingó, a mais próxima da localidade, a comunidade passou a enfrentar um processo de migração compulsória, devido ao declínio de uma de suas principais atividades econômicas: o cultivo do arroz – pois com a diminuição da vazão do rio, o mar começou a avançar, o que causou a salinização das águas do rio, por essa razão, o plantio do arroz não conseguia sobreviver.

Atualmente existem cerca de 25 famílias no povoado, com uma predominância de idosos, adultos, crianças e um número bastante reduzido de jovens.

Com o fim da continuidade do plantio do arroz, o que restou para os que ainda residem na comunidade foi buscar sobrevivência na pesca, tanto do peixe como do camarão e caranguejo, na tecelagem de esteira de palha, na colheita do caju para comercialização, principalmente da castanha, e da criação de animais, especialmente de gado e ovelhas.

Periodicamente, aqueles que resistem e permanecem na localidade, tendem a migrar dentro do próprio território, pois, em decorrência da força do vento, as dunas, formadas por areias finas, onde está localizada a comunidade, movimentam-se, sucedendo em uma dinâmica que modifica a paisagem e o ambiente. É por esse motivo que ficou a região conhecida como As Dunas Móveis da Foz do Rio São Francisco.

 A maioria das casas são de taipa coberta com palha de coqueiro. A única construção de alvenaria no povoado é a igreja, que foi edificada em uma das dunas mais altas da localidade, o que facilita sua visão mesmo para quem não pertence ao grupo local. A pequena capela se tornou um espaço norteado de valores e crenças importantes para a comunidade. Um lugar de fé, que foi nomeado com o nome da padroeira do povoado – Nossa Senhora da Conceição.

Capela de Nossa Senhora da Conceição.

Mesmo com toda dificuldade a comunidade, que desenvolveu o sentimento de pertencimento com seu território, tem permanecido e mantido viva suas crenças, ideologias, culturas, e principalmente, seu modo de vida diferenciado.

Neste 20 de Novembro, Dia da Consciência Negra, a Prefeitura de Piaçabuçu celebra esta data, fazendo uma referência e homenagem aos Quilombolas do Pixaim.  

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Piaçabuçu

FOTOS: Fé, arte e emoção marcam encenação da Paixão de Cristo em Piaçabuçu

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Neste domingo, 20 de abril, o município de Piaçabuçu vivenciou um dos momentos mais marcantes da Semana Santa: a tradicional encenação da Paixão de Cristo, realizada pelo grupo jovens Alfa e Ômega. O espetáculo contou com a participação de 50 pessoas, divididas em 14 cenas, que emocionaram o público ao retratar com sensibilidade os últimos passos de Jesus Cristo.

TODAS AS FOTOS CLIQUE AQUI!

Sob a coordenação de Plácida Penéllop, a apresentação levou à comunidade uma experiência de fé, arte e reflexão. “É uma missão que assumimos com o coração. A cada cena, levamos uma mensagem de esperança e renovação. Agradecemos a todos que acreditaram nesse projeto e tornaram possível mais uma edição tão especial”, destacou Plácida .

Entre os destaques, o jovem Caio, de 15 anos, interpretou Jesus com profunda entrega. “Foi um momento muito especial para mim. Interpretar Jesus é algo que vai ficar marcado na minha vida. É mais do que teatro, é viver a fé com intensidade”, afirmou emocionado.

A realização foi do grupo Alfa e Ômega, com apoio da Paróquia São Francisco de Borja e Prefeitura de Piaçabuçu, por meio da Secretaria da Mulher, representada por Jayane Dias, e da Secretaria de Cultura. O evento também contou com o apoio do vereador Menininho, do padre Alex Sandro, e com o incentivo da Lei Aldir Blanc, reforçando o compromisso com o fomento à cultura e à valorização das manifestações populares e religiosas.

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A apresentação reuniu moradores, fiéis e visitantes, consolidando-se como uma expressão viva da fé cristã e uma tradição que fortalece os laços culturais e espirituais do povo de Piaçabuçu.

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Bombeiros civis de Piaçabuçu participam de treinamento com foco em prevenção de afogamentos e primeiros socorros

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Nos dias 14 e 15, bombeiros civis contratados pelo município participaram de um Treinamento Aquático com ênfase na prevenção de afogamentos, análise de riscos e atendimento pré-hospitalar (APH). A capacitação foi promovida pela empresa técnica CEAAPH e teve como objetivo reciclar e aprimorar os conhecimentos dos profissionais que atuam nas áreas mais sensíveis da cidade, sobretudo em regiões turísticas e de lazer.

Importante destacar que a ação foi custeada pelos próprios bombeiros civis, demonstrando o comprometimento da categoria com a excelência no serviço prestado. O treinamento contou com o apoio institucional da Secretaria de Turismo, da primeira-dama Jayane e do vereador Menininho, que reconheceram a importância do investimento na qualificação dos profissionais de segurança.

“É gratificante ver o esforço dos bombeiros civis para se qualificarem cada vez mais. Nosso papel é incentivar e apoiar essas iniciativas que refletem diretamente na proteção da nossa população e dos visitantes”, afirmou a primeira-dama Jayane.

Já o vereador Menininho destacou a necessidade de parcerias que fortaleçam o setor: “Nosso apoio é sinal de respeito ao trabalho desses profissionais e à importância da prevenção para o desenvolvimento do turismo seguro no município.”

“Esse treinamento é fundamental para garantir que os profissionais estejam prontos para agir com eficiência. Prevenir afogamentos é salvar vidas”, destacou Coordenação dos Bombeiros Civil de Piaçabuçu, Rafa Rios.

A iniciativa reafirma o compromisso coletivo com a segurança preventiva, o profissionalismo nas ações de resgate e a valorização dos bombeiros civis, que têm papel essencial na proteção da vida.

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Projeto de Lei propõe leitura da Bíblia nas escolas públicas e privadas de Piaçabuçu

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Na manhã desta quarta-feira, o vereador Wisney André apresentou na Câmara Municipal o Projeto de Lei nº 07/2025, que dispõe sobre o uso da Bíblia como recurso paradidático nas escolas públicas e privadas do município. A proposta tem como objetivo fortalecer os valores éticos, morais e culturais entre os estudantes, de forma respeitosa e sem ferir os princípios constitucionais do Estado laico.

De acordo com o texto do projeto, a leitura da Bíblia será facultativa e poderá ser utilizada de forma interdisciplinar em disciplinas como Língua Portuguesa, História, Filosofia e Sociologia. O parlamentar esclarece que não se trata de proselitismo religioso, mas sim de uma medida pedagógica que busca enriquecer o aprendizado dos alunos com base em princípios universais de convivência e cidadania.

“A Bíblia é um livro que há séculos inspira a humanidade a praticar o bem, respeitar o próximo e agir com integridade. Nosso objetivo é oferecer essa ferramenta como apoio na formação do caráter dos nossos jovens, sempre com respeito à diversidade religiosa e à liberdade de crença de cada aluno e família”, destacou Wisney André durante a sessão.

O projeto também prevê que as atividades relacionadas à leitura bíblica sejam conduzidas de forma plural, respeitando todas as convicções, e sem qualquer forma de imposição ou exclusão religiosa.

A proposta já repercute positivamente entre pais, professores e líderes comunitários que enxergam na iniciativa uma oportunidade de resgatar valores que se perderam com o tempo. “Educar também é formar cidadãos conscientes, responsáveis e humanos”, disse um professor da rede municipal.

A matéria segue agora para tramitação nas comissões permanentes da Câmara. Caso seja aprovada, Piaçabuçu será um dos primeiros municípios alagoanos a adotar uma abordagem que une educação e valores de forma equilibrada e moderna.

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