Em pouco tempo a população do município de Piaçabuçu, em Alagoas, terá, finalmente, tranquilidade e segurança ao consumir a água que já foi alvo de conflitos devido aos teores elevados de cloretos, em função do avanço da cunha salina. Isso porque o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), através da empresa Target Engenharia Civil e Elétrica, contratada pela Agência Peixe Vivo, está na reta final da implantação de um sistema robusto para a reserva de água bruta, incluindo estruturas acessórias para a captação e adução de água.
A obra vai colocar em funcionamento um sistema que estará apto a abastecer a população da sede urbana do município de Piaçabuçu em um horizonte de 20 anos. O projeto adotou, como final de plano, o abastecimento de 100% da população estimada para o ano de 2041, o equivalente a 11.310 habitantes. Atualmente, a população se utiliza de um sistema deficiente, que atende parcialmente a comunidade, cerca de 61%, sendo que para a comunidade rural, o serviço é realizado por caminhões-pipa do Exército Brasileiro e pelo programa estadual Água é Vida. Além disso, a população sofre com o abastecimento de água, prejudicado pela interrupção na captação, tratamento e distribuição, devido à salinização.
De acordo com o superintendente da Secretaria do Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas (SEMARH/AL), Marcelo Ribeiro, também membro da Câmara Técnica Institucional e Legal (CTIL), do CBHSF, um conflito pelo uso da água se instalou na região, provocando sérios problemas para a população que, além da impossibilidade de consumir água de qualidade, também sofria com problemas de saúde devido ao alto teor de sal. “O conflito pelo uso dos recursos hídrico no Baixo São Francisco foi suscitado pela prefeitura de Piaçabuçu em 2017 no primeiro ano da Gestão do Prefeito Djalma Beltrão, quando acontecia uma terrível estiagem na bacia e, com isso, a população sofria com o avanço da água do mar, salinizando as águas que abasteciam a cidade. Após análise técnica, foi formada comissão processante que concluiu pela admissibilidade do conflito e, a partir daí, tentamos encontrar formas de minorar a situação dos moradores de Piaçabuçu que sofriam com a ingestão de água salobra causando uma série de problemas de saúde como hipertensão arterial, problemas renais, de visão e cutâneos, ou seja, patologias causadas pela ingestão de água com teor de sal acima do permitido. Então, a comissão concluiu que a melhor forma de melhorar essa questão seria a construção de tanque pulmão para armazenar água em períodos favoráveis, com menor teor de sal e desse modo, garantir segurança hídrica”, afirmou Ribeiro, que coordenou a Comissão Processante do Conflito de Uso instaurado no âmbito da CTIL.
A obra, que já concluiu a confecção dos tanques e segue para a fase de instalação, vai garantir a implantação de sistema de captação a fio d’água no mesmo ponto de captação atual, no Rio São Francisco; implantação de elevatória de água bruta – EEAB, incluindo fornecimento e montagem de plataforma flutuante, ancoragem e dois conjuntos motobomba; instalação de tubulação adutora de água bruta – AAB, que irá conduzir a água da nova captação no manancial até os novos reservatórios; fornecimento e implantação das instalações elétricas, conforme projeto executivo, normas e procedimentos definidos pela concessionária local de energia; implementação de painéis elétricos para funcionamento do sistema; e implantação de três reservatórios de 275 m³, para armazenamento de água bruta.
Após a conclusão das obras, o que deve acontecer nos próximos dois meses, o sistema ficará sob a responsabilidade da Companhia de Saneamento do Estado de Alagoas (CASAL). “Esse é um trabalho feito através da colaboração e cooperação com a Casal, que foi a beneficiária direta do novo sistema, e temos todos os motivos, agora, para comemorar, vendo o projeto entrando para a reta final. O que o Comitê tem realizado em Piaçabuçu é uma forma de solucionar de modo permanente o problema que atinge a saúde pública, onde as pessoas não vão mais correr o risco de contrair doenças pela ingestão da água. Em segundo lugar, é importante suscitar que nós definimos essa intervenção em função da última estiagem que o rio São Francisco passou e que causou vários problemas para diversas localidades, a exemplo também das comunidades indígenas Kariri Xocó e em Porto Real da Folha, onde outras iniciativas foram adotadas pelo Comitê para minimizar os impactos da seca. Isso forma um capítulo importante do uso dos recursos da cobrança pelo uso da água, apesar da pequena escala de recursos que o Comitê dispõe, mostra que é possível”, completou o Coordenador da Câmara Consultiva Regional do Baixo São Francisco, Anivaldo Miranda.
Salinização da água
De acordo com o professor da Universidade Federal de Alagoas e coordenador da Expedição Científica no Baixo São Francisco, Emerson Soares, o problema de salinização da água do rio São Francisco ocorre a partir das construções das hidrelétricas que formam barramentos na bacia e diminuem a vazão da água, fazendo com que ela perca força no encontro com o mar. “Desde a implantação das hidrelétricas na bacia do São Francisco, o que foi um dos maiores desastres para o Baixo São Francisco, até a retenção de água pela Hidrelétrica de Xingó com a redução das vazões que a cada ciclo de ano, vem sendo reduzida de acordo com a climatologia, a gente tem observado o avanço do mar em direção ao continente, o que já ocasionou um processo erosivo de cerca de 3 km. Essa retenção de água pela UHE de Xingó proporcionada pelo sistema de retenção de água em Sobradinho e Itaparica provoca fortes impactos na região do Baixo. Os níveis de cloreto, potássio, cálcio, magnésio, os níveis de condutividade elétrica, o teor de sal vem aumentando significativamente, inclusive a salinidade em períodos mais críticos de diminuição de vazão, chega a avançar até 16 km da foz, atingindo a cidade de Piaçabuçu, que está totalmente refém desse sistema de vazões”, explicou o professor.
Segundo ele, quanto mais profundo, maior o teor de sal, que para consumo humano deve estar abaixo de 0,5ppm de salinidade. “Já chegou a se constatar até 5ppm de salinidade da água. Agora, temos um maior volume de água devido às chuvas, mas quando voltarmos a ter reduzida a vazão no rio, a salinidade volta”, completou, lembrando que o problema também afeta os manguezais e a agricultura da região. “Os manguezais aguentam certos níveis de estresse, mas com os altos teores de sal, também temos verificado problemas nessas áreas e também na agricultura da região”.
A cidade de Piaçabuçu, localizada no litoral de Alagoas, foi cenário de um marco histórico para a comunidade LGBTQIA+. Durante a quarta edição do Projeto Registro para Todos, realizada pela Corregedoria Geral da Justiça de Alagoas em parceria com a Prefeitura de Piaçabuçu, Rebecca Matos dos Santos se tornou a primeira mulher trans da cidade a oficializar a mudança de seu nome nos registros civis. Essa conquista é de enorme significado, tanto para Rebecca quanto para toda a sociedade.
Anteriormente registrada como José Guilherme Matos dos Santos, Rebecca vinha há anos lutando para que seu nome representasse sua verdadeira identidade. “Essa mudança não é apenas uma alteração no papel. Ela representa quem eu sou, me dá dignidade e respeito. Agora, eu finalmente posso dizer que estou completa”, declarou Rebecca em entrevista exclusiva.
O Projeto Registro para Todos é uma iniciativa que percorre diferentes cidades e regiões, oferecendo de maneira gratuita serviços de retificação de documentos, e esta edição foi especialmente importante para a comunidade trans de Piaçabuçu. A ação é essencial para pessoas trans, que enfrentam obstáculos e burocracias no reconhecimento de sua identidade de gênero. No caso de Rebecca, a mudança representa uma vitória em uma trajetória de desafios e conquistas.
Rebecca agora tem em mãos o documento que reflete sua verdadeira identidade. Com um sorriso, ela finaliza: “Esse nome é uma parte de quem eu sou. Com ele, espero inspirar outras pessoas a buscarem seu lugar, a acreditarem em seus direitos e, acima de tudo, a serem quem são de verdade.”
A quarta edição da caravana “Registro para Todos” chegou ao município de Piaçabuçu, Alagoas, nesta terça-feira (12), trazendo uma série de serviços essenciais para a população local. A ação é uma parceria entre a Corregedoria-Geral da Justiça de Alagoas e a Prefeitura de Piaçabuçu, por meio das Secretarias de Saúde e Assistência Social, e está sendo realizada na Praça São Francisco de Borja, no centro da cidade.
A iniciativa tem como objetivo garantir acesso a documentos importantes e promover a cidadania para os munícipes de Piaçabuçu. A caravana estará disponível também nesta quarta-feira (13), oferecendo uma gama de serviços, como emissão de primeira e segunda via de certidão de nascimento, segunda via de certidão de casamento, segunda via de certidão de óbito, além de alteração de prenome para maiores de 18 anos, abertura de carteira de trabalho digital, emissão de carteira de identidade, inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), inscrição no CadÚnico, emissão do cartão SUS e serviços de vacinação.
Para o Corregedor-Geral da Justiça, Des. Domingos de Araújo Lima Neto, a campanha busca ampliar o acesso da população à documentação básica, ao fornecer todos os aparatos necessários para a vida civil plena.
“É um programa social da Corregedoria Geral da Justiça que atende a uma recomendação do Conselho Nacional de Justiça e representa uma atividade de inclusão social, porque os cidadãos sem documentos não existem oficialmente. Nosso objetivo é atender a todos, principalmente aqueles que estão abaixo da linha da pobreza”, ressaltou Domingos Neto.
Durante o primeiro dia do evento, o Juiz Auxiliar da Corregedoria-Geral da Justiça de Alagoas, Anderson Passos, esteve presente acompanhando o andamento dos trabalhos, juntamente com a Secretária de Assistência Social de Piaçabuçu, Suzane Araújo, que destacou a importância da ação para facilitar o acesso dos moradores a documentos e serviços essenciais.
A caravana “Registro para Todos” reforça o compromisso das instituições envolvidas em promover a cidadania e assegurar que todos tenham acesso à documentação básica, que é um direito fundamental. A expectativa é de que centenas de moradores aproveitem essa oportunidade para resolver pendências e garantir acesso facilitado a benefícios sociais e à saúde pública.
Nesta sexta-feira, dia 08, o povoado Potengy celebrou a conclusão do curso de Informática Básica. Realizado pela Prefeitura de Piaçabuçu em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), através da Secretaria de Assistência Social e do Programa Qualifica Piaçabuçu, o curso que teve a duração de uma semana, marcou a formação de 20 jovens, trazendo benefícios diretos para a comunidade local.
O curso proporcionou aos jovens do povoado conhecimentos essenciais em informática, abrindo portas para novas oportunidades tanto no âmbito profissional quanto pessoal. A cerimônia foi um momento de celebração e reconhecimento do esforço e dedicação de cada um dos participantes.
“Esta iniciativa é fundamental para promover a inclusão digital e oferecer ferramentas que permitam aos jovens se desenvolverem e contribuírem ainda mais para a nossa comunidade”, destacou o prefeito Djalma Beltrão.
Os concluintes irão receber o certificado de conclusão que estará disponivel em breve no sistema do Senar, simbolizando não apenas a aquisição de novas habilidades, mas também a esperança de um futuro com mais possibilidades. A parceria com o Senar foi essencial para a realização do curso, fornecendo infraestrutura e professores qualificados para garantir a melhor formação possível.
Com a deste curso no Potengy, a Prefeitura de Piaçabuçu reafirma seu compromisso com o desenvolvimento dos jovens, buscando sempre novas parcerias e iniciativas que possam contribuir para o crescimento e o bem-estar da população.