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Covid-19: crescem buscas sobre “auto teste” na internet

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Foto: Divulgação/SES

Com o aumento de casos de Covid-19, cresceu também a busca na internet por informações sobre os autotestes. O mecanismo de tendência de buscas Google Trends registrou o aumento do interesse nos últimos dias.

Aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em janeiro, muitos ainda se questionam se são suficientes para detectar o Sars-Cov-2. Especialistas explicam que eles não devem ser considerados os únicos dispositivos de diagnóstico por aqueles que pensam estar infectados, principalmente por causa do falso negativo. 

O manuseio errado do teste e as condições em que são feitos também podem atrapalhar o resultado. Segundo a biomédica sanitarista especialista em microbiologia clínica, Fabiana Nunes, há risco de o teste ser mal executado.

“É uma possibilidade que o indivíduo tem de realizar o teste em casa, sem o ambiente laboratorial ou sem a presença de um profissional. Qual é a grande preocupação? É o resultado falso negativo. É o fato de a pessoa realizar o teste, não colher de forma adequada ou não executar de forma adequada. E ter um teste falso negativo significa que ela tem o Sars-CoV-2 e ela transmite o Sars-CoV-2. E não foi detectado porque o teste não foi feito de forma adequada”, destaca a especialista.

Aurineide Santos, 43 anos, doméstica, descobriu que a colega de trabalho testou positivo para Covid-19 e ficou preocupada. O autoteste, comprado em uma farmácia, foi feito por ela em casa e deu negativo, mas a moradora de Planaltina (DF) teve receio de não conseguir realizar, sozinha, os procedimentos de forma correta.

“Fiquei com medo de não conseguir. Li e reli, porque tem de ler bem direitinho as orientações. Aí depois que você faz, espera o resultado, que leva de quinze a vinte minutos. E deu tudo certo, graças a Deus”, relata Aurineide.

O infectologista Hemerson Luz explica que os autotestes foram criados para serem utilizados pelos próprios pacientes como uma maneira de desafogar um pouco a fila nos hospitais, clínicas e laboratórios, mas que não podem ser levados em conta como diagnósticos definitivos. Segundo o especialista, a maior utilização do dispositivo não deve criar problemas de subnotificação e que o correto, caso a pessoa teste positivo, é procurar ajuda de profissionais.

“São exames de triagem. Caso tenham resultado positivo, os pacientes deverão procurar um médico para fazer um exame reconhecido. Não acredito que haja problemas e subnotificação por causa do autoteste. Quando uma pessoa encontra um resultado positivo, ela certamente procurará um médico para fazer o exame que é reconhecido e comprovar junto os seus trabalhos, junto às suas escolas que devem afastados”, destaca.

Como funciona? 

O autoteste vendido nas farmácias é indicado para maiores de 15 anos que apresentem ou não os sintomas da Covid-19. O dispositivo é composto basicamente por uma placa com sensor, um cotonete específico para a coleta de secreção no nariz e um reagente,

Antes de fazer o teste, a pessoa deve higienizar bem as mãos, introduzir o cotonete na narina e rotacionar, de acordo com o manual do teste. O cotonete, então, é mergulhado no reagente, em um recipiente que acompanha a embalagem, e o passo final é pingar algumas gotas desse conteúdo no cartucho com o sensor. O resultado sai em até 20 minutos. Se o display mostrar apenas uma linha, o resultado é negativo para Covid-19. Se mostrar duas linhas, positivo.

Quando é recomendado o autoteste?

Segundo Hemerson Luz, o autoteste é apenas uma forma de triagem, portanto, deve ser utilizado por pessoas que desconfiem de uma infecção, como alguém que tenha tido contato com uma pessoa que testou positivo para Covid ou que identifique sintomas comuns da doença, como febre, tosse, dor de garganta e perda do olfato ou paladar.

Segundo a Anvisa, o autoteste não é indicado para os casos em que os sintomas apresentados são mais graves, como falta de ar. Nestes casos, o paciente deve procurar um serviço de saúde.

Também segundo a Anvisa, é preciso se certificar de que o autoteste vendido foi aprovado pela Agência. A consulta pode ser feita em uma planilha disponibilizada pela Anvisa. 

Ao todo, 32 produtos foram autorizados, sendo um deles realizado por meio da saliva e 31 com swab nasal.

A recomendação também é de que o teste seja feito entre o primeiro e sétimo dia do início dos sintomas leves. Caso a pessoa não apresente sintomas, mas esteja em dúvida por possível contato com infectados, a recomendação é fazer o autoteste a partir do quinto dia de exposição à pessoa que estava infectada com Sars-CoV-2.

Falso negativo

O reagente do autoteste detecta a proteína do Sars-CoV-2 nas secreções nasais, colhida pelo cotonete, mas há a possibilidade de o vírus ainda não ter se replicado em larga escala na pessoa infectada, gerando o falso negativo. Segundo os especialistas, também é possível que o procedimento não tenha sido realizado de forma correta ou que as condições externas não tenham sido favoráveis. Em caso de negativo, a indicação é a realização de outro autoteste nas próximas 48 horas após o primeiro.

O teste RT-PCR, realizado por profissionais e em ambientes laboratoriais, ainda é o método com menor chance de apresentar um resultado falso negativo. Caso o paciente não apresente sintomas, mas permaneça em dúvida, o RT-PCR deve ser realizado entre o terceiro e o quinto dia. Vale ressaltar, ainda, que entre os vacinados, a replicação viral é menor e a detecção da proteína do vírus na região nasal é mais complicada de ser feita com precisão.

Fonte: Brasil 61

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Com cursos de medicina negados, Norte e Nordeste têm maior carência de médicos

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Enquanto a média de profissionais médicos recomendados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) deve ser de 3,73/1000 habitantes, cidades das regiões Norte e Nordeste do país têm menos de dois médicos por mil habitantes. É o que mostra um levantamento da Associação dos Mantenedores Independentes Educadores do Ensino Superior (AMIES).

Estados como o Maranhão, na região Nordeste, e o Pará, na região Norte, contam com os menores índices de médicos por mil habitantes: 1,13 e 1,22, respectivamente. Outros estados também se destacam negativamente pela falta de profissionais, como o Piauí, com 1,40 médico, Acre, com 1,46 médico, Bahia, com 1,90 médico e Ceará, com 1,95 médico por mil habitantes.

Somando as regiões Norte e Nordeste, são mais de 71 milhões de habitantes e apenas 130 mil médicos, números que reforçam a carência de profissionais. 

Novos cursos negados

Para ampliar o número de cursos de Medicina e de vagas nessas regiões, diversos centros universitários pedem junto ao MEC, ou por meio de ações na justiça, a abertura dessas vagas. Só na última semana, segundo levantamento da AMIES, de 13 pedidos nas regiões Norte e Nordeste seis foram indeferidos pelo MEC. Os outros sete ainda estão em processamento.

São eles:

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Veja mais: Medicina: MEC nega abertura de 9 novos cursos; decisão impacta formação de médicos no país, defende entidade

O que sustenta as negativas?

Um dos motivos para o MEC indeferir os pedidos de aumento de vagas e abertura de novos cursos é que os municípios onde os cursos seriam abertos estão acima da recomendação da OCDE — de 3,73 médicos por mil habitantes. O que não justificaria a necessidade de novas instituições superiores de Medicina.  

Mas a AMIES contesta, pois o MEC está considerando apenas os municípios onde as faculdades seriam criadas e não a região de saúde que atenderia toda a população, explica a advogada.

“Esses indeferimentos, caso mantidos em esfera recursal, significam que os municípios e suas regiões de saúde deixarão de ganhar. Seja no curto prazo, com atendimento médico à população carente, que é realizado pelos estudantes, professores e tutores. Seja a longo prazo, com a não formação de profissionais que seriam inseridos no mercado de trabalho e os médicos que atenderiam em UPAs, hospitais e consultórios.”  

Os impactos para as cidades negadas

​Caso o Ministério da Educação mantenha o entendimento de que somente municípios com menos de 3,73 médicos por mil habitantes precisam de mais médicos, sem considerar os dados das regiões de saúde onde estão inseridos os municípios, poderão haver 43 pedidos de abertura de novos cursos de Medicina negados pelo MEC nos próximos meses. É o que aponta um levantamento da AMIES.

​Segundo a entidade, se essa expectativa for confirmada, essas regiões continuarão lutando com a falta de profissionais e deixarão de ter novos profissionais formados ao término do ciclo da graduação. 

“​Além disso, os municípios deixarão de arrecadar cerca de R$ 280 milhões ao longo de seis anos – período necessário para a conclusão do curso de Medicina. Esse valor representa uma média do que essas 43 instituições pagariam de impostos, caso recebessem a autorização de funcionamento do MEC.”

Fonte: Brasil 61

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Inscrições para Fies do 2º semestre vão até 27 de agosto

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As inscrições para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para o segundo semestre podem ser feitas pelo sistema de Seleção do Fies (FiesSeleção) até dia 27 de agosto. É necessário ter uma conta Gov.br. O resultado deve ser divulgado em 9 de setembro.

Os estudantes interessados em aderir ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) do segundo semestre podem solicitar adesão até dia 27 de agosto. Os candidatos podem se inscrever pelo sistema de Seleção do Fies (FiesSeleção) a partir da conta Gov.br. O resultado deve ser divulgado em 9 de setembro.

Para se inscrever, o interessado precisa, ainda, informar e-mail pessoal válido, bem como nomes e número de registro no CPF dos membros de seu grupo familiar com idade igual ou superior a 14 anos. A renda bruta mensal de cada componente também deve ser informada.

O mestre em história social pela Universidade de Brasília (UnB) e coordenador do Colégio Militar em Brasília, Isaac Marra, aponta que o Fies é um instrumento importante para oferecer igualdade de oportunidade entre os estudantes brasileiros.

“Representa uma oportunidade ímpar, uma oportunidade única, de transformação social, qualificação social e econômica. Acaba se tornando uma política pública de prioridade. Uma priorização que garante que esses estudantes, sobretudo os mais vulneráveis socialmente, tenham acesso preferencial é o financiamento educacional”, pontua. 

Confira quem pode se inscrever no processo seletivo do Fies:

  • Ter participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir da edição de 2010, com nota válida até o momento anterior à abertura das inscrições, além de obtido média aritmética das notas nas cinco provas igual ou superior a 450 pontos;
  • Ter obtido nota na prova de redação do Enem acima de zero;
  • Possuir renda familiar mensal bruta per capita até três salários mínimos.

Os candidatos devem atender às seguintes condições acima cumulativamente.

Fonte: Brasil 61

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Servidores do INSS entram em greve por tempo indeterminado

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Reunião de negociação ocorre hoje no Ministério da Gestão

Por Agência Brasil

Os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) entraram em greve nesta terça-feira (16) por tempo indeterminado. Entre as reivindicações da categoria estão recomposição de perdas salariais, valorização profissional e melhores condições de trabalho.

A paralisação foi aprovada em plenária nacional realizada no sábado (13), convocada pela Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps). A entidade já havia notificado o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos sobre a possibilidade de paralisação. A pasta agendou uma nova rodada de negociação também nesta terça-feira.

No documento, a Fenasps informa que “após análise das propostas apresentadas pelo governo, entenderam que a negociação teve poucos avanços”. O texto diz ainda que, o governo, “em vez de apresentar proposta nova que fortaleça a carreira do Seguro Social, piora com o alongamento da carreira de 17 para 20 níveis e pela criação de gratificação de atividade”. A proposta, segundo a entidade, está muito aquém das perdas salariais da categoria, que superam os 53% no último período.

A pauta da Fenasps inclui a recomposição das perdas salariais; reestruturação das carreiras; cumprimento do acordo de greve de 2022; reconhecimento da carreira do Seguro Social como típica de Estado; nível superior para ingresso de Técnico do Seguro Social; incorporação de gratificações; jornada de trabalho de 30 horas para todos e cumprimento das jornadas de trabalho previstas em lei; revogação de normas que determinam o fim do teletrabalho e estabelecimento de programa de gestão de desempenho; condições de trabalho e direitos do trabalho para todos, independente da modalidade de trabalho; fim do assédio moral institucional; e reestruturação dos serviços previdenciários.

A entidade informa que no dia 31 deste mês encerra o prazo para o INSS se adequar à Instrução Normativa 24 (IN24), que transforma os atuais programas de gestão, em programas de Gestão e Desempenho, o que significa uma piora na pressão para cumprimento de metas e a possibilidade de desconto de salário no caso das metas não serem atingidas, bem como a abertura de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra os servidores.

O INSS tem 19 mil servidores ativos no quadro. A maioria, 15 mil, formada por técnicos  responsáveis pela maioria dos serviços da instituição, além de 4 mil analistas. Ao todo, 50% dos servidores ainda estão no trabalho remoto.

Proposta

O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos informou que apresentou uma proposta à categoria que prevê ganho acumulado de 24,8% entre 2023 e 2026 para os servidores ativos e inativos. De acordo com a pasta, esse ganho cobre as perdas inflacionárias do governo atual e parte das perdas de gestões anteriores.

A atual proposta também prevê alongamento da carreira de 17 padrões para 20 padrões; manutenção da remuneração de ingresso do nível superior e nível intermediário com valorização do vencimento básico e criação de gratificação de atividade em substituição à Gratificação de Atividade Executiva (GAE).

“O governo tem realizado um grande esforço para atender as reivindicações de reestruturação das carreiras de todos os servidores federais, respeitando os limites orçamentários”, diz a nota do ministério.

Serviços

O INSS informou que mais de 100 serviços do órgão podem ser realizados pela plataforma Meu INSS, disponível para download em celulares com conexão com a internet e para acesso via computador. A Central de Atendimento 135 também funciona de segunda-feira a sábado, das 7h às 22h.

Os segurados que necessitarem de algum serviço do INSS, como requerimento, cumprir exigência, solicitar auxílio-doença, por exemplo, podem usar esses meios.

Ainda assim, a paralisação pode afetar os processos de concessão de benefícios como aposentadoria, pensões, Benefício de Prestação Continuada (BPC), atendimento presencial e análise de recursos e revisões. A mobilização não atinge a perícia médica.

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