Isolar-se e cumprir a quarentena não são os únicos cuidados que as pessoas com Covid-19 devem tomar. Dicas como evitar compartilhar objetos com as demais pessoas da casa já são mais do que conhecidas. No entanto, algumas precauções necessárias podem passar despercebidas, principalmente aquelas relacionadas à higiene bucal. Afinal, devo jogar fora a escova de dente após ter Covid-19 ou não?
Para esclarecer essa e outras dúvidas sobre saúde bucal, o portal Brasil conversou com Aroldo Pinheiro, presidente da Associação Brasileira de Odontologia (ABO) no Distrito Federal. Confira abaixo:
Quando uma pessoa é infectada por Covid-19, quais cuidados ela deve ter em relação à saúde bucal? “O primeiro passo que o paciente deve ter para o controle da infecção no seio familiar é separar a escova de dente dele [das escovas] dos demais membros da família. Se ele é casado ou tem filhos e dividem o mesmo ambiente para as escovas, isso tem que ser separado, porque o coronavírus fica muito concentrado nas vias aéreas superiores, ou seja, na boca e no nariz. É uma área que tem alta virulência. É por isso, inclusive, que tem alta capacidade de contaminação.”
Como deve ser a limpeza da escova de dente após a escovação? “Independente da doença, a higiene da escova após a escovação é fundamental. Você tem que lavar bem a escova e secá-la bem com um pano ou papel toalha. A escova não pode ser guardada molhada, ainda com restos de creme dental, de pasta de dente, porque ali vão acabar proliferando bactérias. Você vai acabar contaminando sua escova”.
Doutor Aroldo, eu devo jogar fora a escova de dente após ter Covid? “Quando o paciente tem Covid, a gente orienta que, ao final do prazo da contaminação, ele também substitua a escova. Não há necessidade de esperar, às vezes, um mês, dois meses, que é até um hábito do brasileiro. A nossa orientação é que substitua a escova logo após sair da quarentena, em torno de 14 a 15 dias a depender do quadro clínico da pessoa”.
Por que é importante substituir a escova após a quarentena? “A substituição da escova é fundamental porque ela acaba carregando e mantendo algum nível de contaminação entre um processo e outro. Por isso, sempre que terminar, higienizar, lavar e secar bem a escova. Guardá-la seca para manter numa condição bacana de controle e higiene”.
Se eu não jogar a escova de dente fora após a quarentena, posso me reinfectar? “O vírus que a pessoa contraiu estará circulando no corpo e em contato com a escova. Eu não conheço uma pesquisa clara direcionada a isso, mas imagino que essa mesma cepa do vírus não vá reinfectar o paciente. Agora, não pode compartilhar essa escova com nenhum ente da família. Tem que ser uma escova, obviamente, individual. Posso falar isso e parecer surreal, mas infelizmente, existem famílias carentes que compartilham a escova. Não pode haver compartilhamento da escova em si e nem do ambiente em que se guarda a escova”.
A CAIXA paga, nesta segunda-feira, 25 de novembro, nova parcela do Programa Pé-de-Meia para os estudantes do Ensino Médio Regular e Ensino Médio da Educação de Jovens e Adultos, a EJA, nascidos nos meses de janeiro e fevereiro.
O incentivo será creditado na conta Poupança CAIXA Tem e os valores podem ser movimentados pelo CAIXA Tem.
O estudante pode pagar contas, fazer transferências e PIX, direto no aplicativo. Além disso, pode movimentar os valores com o cartão do programa, fazendo compras e pagamentos.
O Programa Pé-de-Meia apoia a permanência e a conclusão escolar dos estudantes matriculados no Ensino Médio e na Educação de Jovens e Adultos da rede pública.
Para mais informações sobre os pagamentos do Pé-de-Meia, acesse: www.caixa.gov.br.
Presidente do STF sinalizou ser contra anistia dos condenados de 8/01
Por agencia Brasil
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, disse nesta quinta-feira (14) que as explosões ocorridas na frente da sede do tribunal revelam a necessidade de responsabilização de quem atenta contra a democracia.
Durante abertura da sessão desta tarde, Barroso disse que as explosões demonstram a tentativa de deslegitimar a democracia no Brasil.
“A gravidade do atentado de ontem nos alerta para a preocupante realidade que persiste no Brasil – a ideia de aplacar e deslegitimar a democracia e suas instituições. Reforça também e, sobretudo, a necessidade de responsabilização de todos que atentem contra a democracia”, afirmou.
O presidente também disse que o episódio mostra a periculosidade das pessoas com as quais a Corte lida.
“Apesar de estarmos no calor dos acontecimentos e no curso das apurações, precisamos, como país e sociedade, de uma reflexão profunda sobre o que está acontecendo entre nós”, declarou.
Anistia
Barroso também citou os atos golpistas de 8 de janeiro e sinalizou ser contra a anistia aos condenados pela Corte.
“Relativamente a este último episódio, algumas pessoas foram da indignação à pena, procurando naturalizar o absurdo. Não veem que dão um incentivo para que o mesmo tipo de comportamento ocorra outras vezes. Querem perdoar sem antes sequer condenar”, completou.
Gilmar Mendes
O ministro Gilmar Mendes, decano da Corte, afirmou que as explosões não se tratam de um fato isolado. Segundo o ministro, o discurso de ódio, o fanatismo político e a indústria de desinformação foram “largamente estimulados” pelo governo anterior, de Jair Bolsonaro.
“As investidas contra a democracia têm ocorrido explicitamente, à luz do dia, sem cerimônia nem pudor. Condutas como as de ontem, juntam-se a diversas outras já vivenciadas”, disse.
Mendes também aproveitou para defender a regulação das redes sociais e também rechaçou a possiblidade de anistia dos condenados pelo 8 de janeiro.
“A meu sentir, a revisitação dos fatos que antecederam aos ataques de ontem é pressuposto para a realização de um debate racional sobre a defesa de nossas instituições, sobre a regulação das redes sociais e sobre eventuais propostas de anistiar criminosos”, completou.
Ataque
Vídeo das câmeras de segurança do STF mostram o chaveiro Francisco Wanderley Luiz atirando artefatos explosivos em direção à escultura A Justiça, que fica em frente ao prédio da Corte e, em seguida, acendendo outro no próprio corpo. Momentos antes, o carro dele também explodiu no estacionamento próximo ao Anexo IV da Câmara dos Deputados.
Enquanto a média de profissionais médicos recomendados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) deve ser de 3,73/1000 habitantes, cidades das regiões Norte e Nordeste do país têm menos de dois médicos por mil habitantes. É o que mostra um levantamento da Associação dos Mantenedores Independentes Educadores do Ensino Superior (AMIES).
Estados como o Maranhão, na região Nordeste, e o Pará, na região Norte, contam com os menores índices de médicos por mil habitantes: 1,13 e 1,22, respectivamente. Outros estados também se destacam negativamente pela falta de profissionais, como o Piauí, com 1,40 médico, Acre, com 1,46 médico, Bahia, com 1,90 médico e Ceará, com 1,95 médico por mil habitantes.
Somando as regiões Norte e Nordeste, são mais de 71 milhões de habitantes e apenas 130 mil médicos, números que reforçam a carência de profissionais.
Novos cursos negados
Para ampliar o número de cursos de Medicina e de vagas nessas regiões, diversos centros universitários pedem junto ao MEC, ou por meio de ações na justiça, a abertura dessas vagas. Só na última semana, segundo levantamento da AMIES, de 13 pedidos nas regiões Norte e Nordeste seis foram indeferidos pelo MEC. Os outros sete ainda estão em processamento.
Um dos motivos para o MEC indeferir os pedidos de aumento de vagas e abertura de novos cursos é que os municípios onde os cursos seriam abertos estão acima da recomendação da OCDE — de 3,73 médicos por mil habitantes. O que não justificaria a necessidade de novas instituições superiores de Medicina.
Mas a AMIES contesta, pois o MEC está considerando apenas os municípios onde as faculdades seriam criadas e não a região de saúde que atenderia toda a população, explica a advogada.
“Esses indeferimentos, caso mantidos em esfera recursal, significam que os municípios e suas regiões de saúde deixarão de ganhar. Seja no curto prazo, com atendimento médico à população carente, que é realizado pelos estudantes, professores e tutores. Seja a longo prazo, com a não formação de profissionais que seriam inseridos no mercado de trabalho e os médicos que atenderiam em UPAs, hospitais e consultórios.”
Os impactos para as cidades negadas
Caso o Ministério da Educação mantenha o entendimento de que somente municípios com menos de 3,73 médicos por mil habitantes precisam de mais médicos, sem considerar os dados das regiões de saúde onde estão inseridos os municípios, poderão haver 43 pedidos de abertura de novos cursos de Medicina negados pelo MEC nos próximos meses. É o que aponta um levantamento da AMIES.
Segundo a entidade, se essa expectativa for confirmada, essas regiões continuarão lutando com a falta de profissionais e deixarão de ter novos profissionais formados ao término do ciclo da graduação.
“Além disso, os municípios deixarão de arrecadar cerca de R$ 280 milhões ao longo de seis anos – período necessário para a conclusão do curso de Medicina. Esse valor representa uma média do que essas 43 instituições pagariam de impostos, caso recebessem a autorização de funcionamento do MEC.”