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Brasil

Fiocruz quer que suas vacinas contra covid-19 cheguem a outros países

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A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) trabalha em duas frentes para que vacinas contra covid-19 produzidas no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) possam chegar a outros países, disse hoje (18) em entrevista à Agência Brasil e à Rádio Nacional do Rio de Janeiro a presidente da fundação, Nísia Trindade Lima. 

As baixas coberturas vacinais contra a doença em países pobres são motivo de preocupação de autoridades sanitárias internacionais e cientistas, já que a alta circulação do vírus entre populações não vacinadas pode continuar fazendo vítimas e produzindo novas variantes de preocupação.

A socióloga explicou que Fiocruz está em contato com a AstraZeneca e com a Organização Mundial da Saúde para que a vacina covid-19 recombinante, produzida em Bio-Manguinhos, possa ser utilizada em outros países. A produção da vacina no Brasil é resultado de uma parceria da fundação com a farmacêutica europeia, que se deu por meio de acordos de encomenda tecnológica e transferência de tecnologia.

“No curto prazo, há a possibilidade de a vacina covid-19 recombinante, que é fruto do acordo com a AstraZeneca, poder também ser utilizada do ponto de vista internacional, em outros países. Estamos em um processo para ter a licença de uso emergencial, e isso é necessário junto à Organização Mundial de Saúde. E também estamos em contato com a AstraZeneca para esse objetivo”, disse Nísia.

A presidente da Fiocruz afirmou ainda que, no longo prazo, pesquisadores de Bio-Manguinhos trabalham no desenvolvimento de uma vacina própria de RNA mensageiro, a mesma plataforma tecnológica utilizada no imunizante da Pfizer. A pesquisa fez com que Bio-Manguinhos fosse escolhido, em setembro do ano passado, ao lado de um laboratório argentino, como hub da Organização Mundial da Saúde na América Latina para essa tecnologia. 

“A vacina está em uma fase pré-clínica, e ainda não foram feitos testes com grupos populacionais, como é necessário fazer. Estamos procurando ao máximo acelerar esse processo e, em breve, esperamos ter um cronograma bem definido”, disse Nísia. “É uma linha menos imediata, mas é igualmente importante, pensando em uma possibilidade de vacinação que venha a ser anual e no apoio aos países do mundo e do nosso continente.”

Padrões

O acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), que representa a OMS nas Américas, prevê que a vacina a ser desenvolvida passará por um processo de pré-qualificação da OMS, em que serão exigidos os mais elevados padrões internacionais para garantir sua qualidade, segurança e eficácia. Uma vez aprovado, o imunizante será oferecido aos estados-membros e territórios da Opas de forma equitativa, por meio de seu Fundo Rotatório.

Pesquisadores estiveram na África do Sul recentemente em encontro com seus pares do hub da OMS sobre o tema no continente africano. A troca de conhecimentos pode contribuir para acelerar esse processo, disse a presidente da Fiocruz, que acredita que a pandemia deixou como aprendizado a necessidade de descentralizar a produção das vacinas, para que os benefícios da ciência cheguem a mais pessoas.  

“Dominar a tecnologia e ser autossuficiente, sendo a saúde também um fator econômico importante, é fundamental para os países. É isso que vai garantir o acesso, e esse aprendizado pode servir para outras emergências. Não se deve olhar só o imediato”. 

Autossuficiência

A Fiocruz já é autossuficiente na produção da vacina contra a covid-19 desde que passou a dominar a tecnologia de produção do ingrediente farmacêutico ativo (IFA) do imunizante, desenvolvido pela Universidade de Oxford e pela AstraZeneca. O IFA é o insumo mais importante na formulação da vacina, e sua produção depende de uma tecnologia inovadora chamada de vetor viral, em que um adenovírus (vírus de resfriado) é usado para transportar informações genéticas do SARS-CoV-2 que farão nosso sistema imunológico se preparar contra a covid-19.

A expectativa da presidente da fundação é que a capacidade produtiva possa chegar a 180 milhões de doses por ano, com capacidade máxima de cerca de 22 milhões de doses mensais. Para 2022, já estão contratadas pelo Ministério da Saúde 105 milhões de doses da vacina para o Programa Nacional de Imunizações (PNI). 

Nísia avalia que é possível que o país se torne autossuficiente na produção de doses de reforço, somando os esforços da fundação aos do Instituto Butantan. Para isso, porém, são necessárias mais pesquisas que envolvam todas as faixas etárias.

“É possível, mas temos sempre que olhar qual vai ser o resultado dos estudos nas várias faixas etárias. Todas essas afirmações têm que ir sendo ajustadas no tempo. O que a gente pode afirmar com segurança é a autossuficiência e uma capacidade de produção que vai chegar a cerca de 180 milhões de doses no ano. Então, com isso, podemos, sim, garantir a proteção à nossa sociedade e à nossa população, ainda mais considerando também a participação de outras vacinas”.

Deltacron

A presidente da Fiocruz também lembrou a participação da fundação na vigilância genômica das variantes do SARS-CoV-2 que circulam no Brasil. O Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) é referência nacional nesse trabalho, que se dá em rede com outros laboratórios coordenados pelo Ministério da Saúde. 

Sobre a variante que vem sendo chamada de Deltacron, por reunir características genéticas das variantes Ômicron e Delta, Nísia destacou que ela não foi classificada até o momento como variante de preocupação pela Organização Mundial da Saúde. 

“Não há nenhuma razão para pânico. Há razão sempre para acompanhamento, cuidado e cautela”, disse. “As indicações até agora, pelas características dessa variante, apontam que ela deve ter a mesma resposta da Ômicron em relação à vacina, portanto, as vacinas que temos protegem em relação aos casos graves. E, ao que tudo indica até o momento, o que se verifica é que sua disseminação não se dá na velocidade com que a variante Ômicron se deu”.

Nísia esteve hoje (18) na sede da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) no Rio de Janeiro para conceder entrevista ao telejornal Repórter Brasil Tarde e, entre outros temas, comentou a aplicação da segunda dose de reforço, que já teve início entre alguns grupos mais vulneráveis à covid-19.

“A quarta dose tem que ser vista a partir das condições imunológicas como tem sido mostrado, para os casos em que se justifique e tudo em matéria de covid tem que ser observado”, disse. “Neste momento a mensagem mais importante e prioritária é que as pessoas que não completaram o esquema de vacinação com a segunda dose e com a terceira dose, de reforço, façam. Essa é a mensagem mais importante, porque é isso que nos deu proteção contra hospitalizações, agravamento e até mesmo óbitos na onda da Ômicron”. 

Por Agência Brasil

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Pé-de-Meia: nova parcela do incentivo para nascidos em janeiro e fevereiro é paga nesta segunda-feira (25)

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A CAIXA paga, nesta segunda-feira, 25 de novembro, nova parcela do Programa Pé-de-Meia para os estudantes do Ensino Médio Regular e Ensino Médio da Educação de Jovens e Adultos, a EJA, nascidos nos meses de janeiro e fevereiro.

O incentivo será creditado na conta Poupança CAIXA Tem e os valores podem ser movimentados pelo CAIXA Tem.  

O estudante pode pagar contas, fazer transferências e PIX, direto no aplicativo.
Além disso, pode movimentar os valores com o cartão do programa, fazendo compras e pagamentos. 

O Programa Pé-de-Meia apoia a permanência e a conclusão escolar dos estudantes matriculados no Ensino Médio e na Educação de Jovens e Adultos da rede pública. 

Para mais informações sobre os pagamentos do Pé-de-Meia, acesse: www.caixa.gov.br. 
 

Fonte: Brasil 61

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Barroso defende responsabilização de quem atenta contra a democracia

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Presidente do STF sinalizou ser contra anistia dos condenados de 8/01

Por agencia Brasil

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, disse nesta quinta-feira (14) que as explosões ocorridas na frente da sede do tribunal revelam a necessidade de responsabilização de quem atenta contra a democracia.

Durante abertura da sessão desta tarde, Barroso disse que as explosões demonstram a tentativa de deslegitimar a democracia no Brasil.  

“A gravidade do atentado de ontem nos alerta para a preocupante realidade que persiste no Brasil – a ideia de aplacar e deslegitimar a democracia e suas instituições. Reforça também e, sobretudo, a necessidade de responsabilização de todos que atentem contra a democracia”, afirmou.

O presidente também disse que o episódio mostra a periculosidade das pessoas com as quais a Corte lida.

“Apesar de estarmos no calor dos acontecimentos e no curso das apurações, precisamos, como país e sociedade, de uma reflexão profunda sobre o que está acontecendo entre nós”, declarou.

Anistia

Barroso também citou os atos golpistas de 8 de janeiro e sinalizou ser contra a anistia aos condenados pela Corte.

“Relativamente a este último episódio, algumas pessoas foram da indignação à pena, procurando naturalizar o absurdo. Não veem que dão um incentivo para que o mesmo tipo de comportamento ocorra outras vezes. Querem perdoar sem antes sequer condenar”, completou.

Gilmar Mendes

O ministro Gilmar Mendes, decano da Corte, afirmou que as explosões não se tratam de um fato isolado. Segundo o ministro, o discurso de ódio, o fanatismo político e a indústria de desinformação foram “largamente estimulados” pelo governo anterior, de Jair Bolsonaro.

“As investidas contra a democracia têm ocorrido explicitamente, à luz do dia, sem cerimônia nem pudor. Condutas como as de ontem, juntam-se a diversas outras já vivenciadas”, disse.

Mendes também aproveitou para defender a regulação das redes sociais e também rechaçou a possiblidade de anistia dos condenados pelo 8 de janeiro.

“A meu sentir, a revisitação dos fatos que antecederam aos ataques de ontem é pressuposto para a realização de um debate racional sobre a defesa de nossas instituições, sobre a regulação das redes sociais e sobre eventuais propostas de anistiar criminosos”, completou.

Ataque

Vídeo das câmeras de segurança do STF mostram o chaveiro Francisco Wanderley Luiz atirando artefatos explosivos em direção à escultura A Justiça, que fica em frente ao prédio da Corte e, em seguida, acendendo outro no próprio corpo. Momentos antes, o carro dele também explodiu no estacionamento próximo ao Anexo IV da Câmara dos Deputados.

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Com cursos de medicina negados, Norte e Nordeste têm maior carência de médicos

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Enquanto a média de profissionais médicos recomendados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) deve ser de 3,73/1000 habitantes, cidades das regiões Norte e Nordeste do país têm menos de dois médicos por mil habitantes. É o que mostra um levantamento da Associação dos Mantenedores Independentes Educadores do Ensino Superior (AMIES).

Estados como o Maranhão, na região Nordeste, e o Pará, na região Norte, contam com os menores índices de médicos por mil habitantes: 1,13 e 1,22, respectivamente. Outros estados também se destacam negativamente pela falta de profissionais, como o Piauí, com 1,40 médico, Acre, com 1,46 médico, Bahia, com 1,90 médico e Ceará, com 1,95 médico por mil habitantes.

Somando as regiões Norte e Nordeste, são mais de 71 milhões de habitantes e apenas 130 mil médicos, números que reforçam a carência de profissionais. 

Novos cursos negados

Para ampliar o número de cursos de Medicina e de vagas nessas regiões, diversos centros universitários pedem junto ao MEC, ou por meio de ações na justiça, a abertura dessas vagas. Só na última semana, segundo levantamento da AMIES, de 13 pedidos nas regiões Norte e Nordeste seis foram indeferidos pelo MEC. Os outros sete ainda estão em processamento.

São eles:

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Veja mais: Medicina: MEC nega abertura de 9 novos cursos; decisão impacta formação de médicos no país, defende entidade

O que sustenta as negativas?

Um dos motivos para o MEC indeferir os pedidos de aumento de vagas e abertura de novos cursos é que os municípios onde os cursos seriam abertos estão acima da recomendação da OCDE — de 3,73 médicos por mil habitantes. O que não justificaria a necessidade de novas instituições superiores de Medicina.  

Mas a AMIES contesta, pois o MEC está considerando apenas os municípios onde as faculdades seriam criadas e não a região de saúde que atenderia toda a população, explica a advogada.

“Esses indeferimentos, caso mantidos em esfera recursal, significam que os municípios e suas regiões de saúde deixarão de ganhar. Seja no curto prazo, com atendimento médico à população carente, que é realizado pelos estudantes, professores e tutores. Seja a longo prazo, com a não formação de profissionais que seriam inseridos no mercado de trabalho e os médicos que atenderiam em UPAs, hospitais e consultórios.”  

Os impactos para as cidades negadas

​Caso o Ministério da Educação mantenha o entendimento de que somente municípios com menos de 3,73 médicos por mil habitantes precisam de mais médicos, sem considerar os dados das regiões de saúde onde estão inseridos os municípios, poderão haver 43 pedidos de abertura de novos cursos de Medicina negados pelo MEC nos próximos meses. É o que aponta um levantamento da AMIES.

​Segundo a entidade, se essa expectativa for confirmada, essas regiões continuarão lutando com a falta de profissionais e deixarão de ter novos profissionais formados ao término do ciclo da graduação. 

“​Além disso, os municípios deixarão de arrecadar cerca de R$ 280 milhões ao longo de seis anos – período necessário para a conclusão do curso de Medicina. Esse valor representa uma média do que essas 43 instituições pagariam de impostos, caso recebessem a autorização de funcionamento do MEC.”

Fonte: Brasil 61

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