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Indústria brasileira aposta no hidrogênio verde para mudança energética sustentável

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Segundo dados da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), desde 2000 foram identificados quase mil projetos de hidrogênio no mundo, envolvendo 67 países com pelo menos uma iniciativa na área. O Brasil aparece com quatro projetos. Já de acordo com estimativa do Hydrogen Council, somente os projetos de larga escala anunciados a partir de 2021 somam investimentos de cerca de US$ 500 bilhões até 2030. O mapeamento está no estudo Hidrogênio Sustentável: Perspectivas e Potencial para a Indústria Brasileira. 

Ciente dessas alternativas de mudança energética e benefícios para a sociedade, o setor industrial aposta nessa nova tecnologia renovável. É o que conta Davi Bomtempo, gerente executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Davi Bomtempo. 

“Hoje o Brasil tem grande oportunidade e grandes vantagens compatíveis para a produção deste combustível do futuro e desenvolver uma nova cadeia, a partir de investimentos que vamos receber”, destaca. Enfatiza ainda que ocorrerá mais geração de renda, empregos e arrecadações para as regiões.”Proporcionaremos um desenvolvimento regional, colocando o Brasil como um dos grandes players nessa transição energética”, pontua.

Atualmente Holanda, Austrália e Alemanha são as nações líderes na corrida pelo hidrogênio no mundo, sendo esta última, responsável pela primeira frota de trens movida por esta energia renovável fabricada a partir de gás natural. O Brasil tem avançado nessa direção despontando entre os países com maior potencial de produção.

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Um dos fatores que favorece o desenvolvimento deste vetor energético são as boas bases de captação de vento e sol, juntamente com a água, os principais insumos do hidrogênio verde. Na avaliação do reitor da Universidade Federal de Itajubá (MG), professor e doutor Edson da Costa Bortoni, nenhum país está pronto ainda para esta mudança. Entretanto, o Brasil vem envidando esforços para se capacitar, formando mão-de-obra em todas as etapas da cadeia do hidrogênio. Isto é, na geração, transporte, uso e segurança operacional. 

“Para isso, um conjunto de ministérios e de agências governamentais está trabalhando arduamente para atingir esse objetivo. Colhe e dissemina informações de centros de pesquisas, universidades e agentes produtivos, de modo a conhecer e expandir o potencial do país”, contextualiza. 

Presidente da Comerc Eficiência, uma unidade de negócio do Grupo Comerc Energia, Marcel Haratz fala da experiência em trabalhar com o hidrogênio verde no Brasil que, no caso de sua empresa, consiste na venda do produto puro ou transformado em amônia ou metanol em larga escala para o mercado nacional e exportação para o exterior. Um destes empreendimentos está em desenvolvimento no Porto de Pecém, no Ceará. 

“Todo mundo já se conscientizou sobre esse tema, a gente vê muitas indústrias ou quase a totalidade delas indo nessa direção de serem mais sustentáveis”, destaca o empresário, elencando os desafios para a implementação de uma indústria de produtos verdes no Brasil. “Os desafios hoje no Brasil são semelhantes aos desafios que o mundo inteiro está encontrando. Primeiro, os eletrolisadores, responsáveis pelo processo de eletrólise – transformar energia elétrica e água em hidrogênio e oxigênio hoje no mundo não são muitos. E os que temos não estão ainda com sua escala mundial de fabricar eletrolisadores bem desenvolvida”, destaca.  

O professor licenciado da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que atua no Instituto de Energia da PUC-Rio, Edmar Almeida, acredita que a indústria terá um papel muito importante na produção de hidrogênio no Brasil. 

“A tecnologia de produção, a aplicação dessa tecnologia vai acontecer na indústria. Então é muito importante que o setor se capacite, tecnologicamente, sua mão-de- obra, o pessoal que vai fazer o estudo, que vai viabilizar essa tecnologia. Por isso é muito importante o envolvimento da indústria. Ela vai ter que produzir diretamente o hidrogênio, não é só comprar o hidrogênio de outra empresa, que produz em outro lugar”, pondera. 

Para o senador Jean-Paul Prates (PT-RN), que esteve na COP 27 no Egito, as indústrias podem e devem investir nestes novos vetores de energia sustentável. Mas o parlamentar acredita que o mercado das eólicas offshores e do hidrogênio verde no Brasil, num primeiro momento, está nas exportações. 

“Inicialmente a gente terá mais chance, mais competitividade se acoplar as eólicas offshores com hidrogênio verde para exportação. Pelo menos é a indicação que o mercado, digamos assim, os investidores, as empresas mais sérias, porque tem muita gente também se aventurando a fazer memorandos e assinando documentos, dizendo que vão investir em coisas que não têm condição de investir. São empreendimentos de bilhões de dólares. Já começa na ordem do bilhão”, afirma. 

O que é hidrogênio verde

O hidrogênio verde já é considerado o combustível do futuro. Impulsionado pela energia solar e a eólica, ele não emite gases de efeito estufa, fornecendo até três vezes mais energia que as demais matérias-primas fósseis. Sua produção ainda é pequena no Brasil, mas especialistas apontam essa nova fonte renovável como o próximo principal combustível para o mundo, com benefícios para o meio ambiente e a sociedade tanto do ponto de vista econômico, quanto da sustentabilidade.

O professor Edson Bortoni explica que a utilização do hidrogênio verde é vantajosa porque pode substituir qualquer derivado de petróleo resultando em benefícios sustentáveis. “O hidrogênio verde é obtido da eletrólise da água usando eletricidade proveniente de fontes renováveis e, então, a pegada de carbono é mínima”, destaca. “Como o hidrogênio substitui qualquer derivado do petróleo, podemos utilizar hidrogênio verde em nossas indústrias, carros e caminhões, sem a emissão de gases que provocam o efeito estufa e aquecimento global”, enumera. 
 

Fonte: Brasil 61

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Barroso defende responsabilização de quem atenta contra a democracia

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Presidente do STF sinalizou ser contra anistia dos condenados de 8/01

Por agencia Brasil

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, disse nesta quinta-feira (14) que as explosões ocorridas na frente da sede do tribunal revelam a necessidade de responsabilização de quem atenta contra a democracia.

Durante abertura da sessão desta tarde, Barroso disse que as explosões demonstram a tentativa de deslegitimar a democracia no Brasil.  

“A gravidade do atentado de ontem nos alerta para a preocupante realidade que persiste no Brasil – a ideia de aplacar e deslegitimar a democracia e suas instituições. Reforça também e, sobretudo, a necessidade de responsabilização de todos que atentem contra a democracia”, afirmou.

O presidente também disse que o episódio mostra a periculosidade das pessoas com as quais a Corte lida.

“Apesar de estarmos no calor dos acontecimentos e no curso das apurações, precisamos, como país e sociedade, de uma reflexão profunda sobre o que está acontecendo entre nós”, declarou.

Anistia

Barroso também citou os atos golpistas de 8 de janeiro e sinalizou ser contra a anistia aos condenados pela Corte.

“Relativamente a este último episódio, algumas pessoas foram da indignação à pena, procurando naturalizar o absurdo. Não veem que dão um incentivo para que o mesmo tipo de comportamento ocorra outras vezes. Querem perdoar sem antes sequer condenar”, completou.

Gilmar Mendes

O ministro Gilmar Mendes, decano da Corte, afirmou que as explosões não se tratam de um fato isolado. Segundo o ministro, o discurso de ódio, o fanatismo político e a indústria de desinformação foram “largamente estimulados” pelo governo anterior, de Jair Bolsonaro.

“As investidas contra a democracia têm ocorrido explicitamente, à luz do dia, sem cerimônia nem pudor. Condutas como as de ontem, juntam-se a diversas outras já vivenciadas”, disse.

Mendes também aproveitou para defender a regulação das redes sociais e também rechaçou a possiblidade de anistia dos condenados pelo 8 de janeiro.

“A meu sentir, a revisitação dos fatos que antecederam aos ataques de ontem é pressuposto para a realização de um debate racional sobre a defesa de nossas instituições, sobre a regulação das redes sociais e sobre eventuais propostas de anistiar criminosos”, completou.

Ataque

Vídeo das câmeras de segurança do STF mostram o chaveiro Francisco Wanderley Luiz atirando artefatos explosivos em direção à escultura A Justiça, que fica em frente ao prédio da Corte e, em seguida, acendendo outro no próprio corpo. Momentos antes, o carro dele também explodiu no estacionamento próximo ao Anexo IV da Câmara dos Deputados.

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Com cursos de medicina negados, Norte e Nordeste têm maior carência de médicos

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Enquanto a média de profissionais médicos recomendados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) deve ser de 3,73/1000 habitantes, cidades das regiões Norte e Nordeste do país têm menos de dois médicos por mil habitantes. É o que mostra um levantamento da Associação dos Mantenedores Independentes Educadores do Ensino Superior (AMIES).

Estados como o Maranhão, na região Nordeste, e o Pará, na região Norte, contam com os menores índices de médicos por mil habitantes: 1,13 e 1,22, respectivamente. Outros estados também se destacam negativamente pela falta de profissionais, como o Piauí, com 1,40 médico, Acre, com 1,46 médico, Bahia, com 1,90 médico e Ceará, com 1,95 médico por mil habitantes.

Somando as regiões Norte e Nordeste, são mais de 71 milhões de habitantes e apenas 130 mil médicos, números que reforçam a carência de profissionais. 

Novos cursos negados

Para ampliar o número de cursos de Medicina e de vagas nessas regiões, diversos centros universitários pedem junto ao MEC, ou por meio de ações na justiça, a abertura dessas vagas. Só na última semana, segundo levantamento da AMIES, de 13 pedidos nas regiões Norte e Nordeste seis foram indeferidos pelo MEC. Os outros sete ainda estão em processamento.

São eles:

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Veja mais: Medicina: MEC nega abertura de 9 novos cursos; decisão impacta formação de médicos no país, defende entidade

O que sustenta as negativas?

Um dos motivos para o MEC indeferir os pedidos de aumento de vagas e abertura de novos cursos é que os municípios onde os cursos seriam abertos estão acima da recomendação da OCDE — de 3,73 médicos por mil habitantes. O que não justificaria a necessidade de novas instituições superiores de Medicina.  

Mas a AMIES contesta, pois o MEC está considerando apenas os municípios onde as faculdades seriam criadas e não a região de saúde que atenderia toda a população, explica a advogada.

“Esses indeferimentos, caso mantidos em esfera recursal, significam que os municípios e suas regiões de saúde deixarão de ganhar. Seja no curto prazo, com atendimento médico à população carente, que é realizado pelos estudantes, professores e tutores. Seja a longo prazo, com a não formação de profissionais que seriam inseridos no mercado de trabalho e os médicos que atenderiam em UPAs, hospitais e consultórios.”  

Os impactos para as cidades negadas

​Caso o Ministério da Educação mantenha o entendimento de que somente municípios com menos de 3,73 médicos por mil habitantes precisam de mais médicos, sem considerar os dados das regiões de saúde onde estão inseridos os municípios, poderão haver 43 pedidos de abertura de novos cursos de Medicina negados pelo MEC nos próximos meses. É o que aponta um levantamento da AMIES.

​Segundo a entidade, se essa expectativa for confirmada, essas regiões continuarão lutando com a falta de profissionais e deixarão de ter novos profissionais formados ao término do ciclo da graduação. 

“​Além disso, os municípios deixarão de arrecadar cerca de R$ 280 milhões ao longo de seis anos – período necessário para a conclusão do curso de Medicina. Esse valor representa uma média do que essas 43 instituições pagariam de impostos, caso recebessem a autorização de funcionamento do MEC.”

Fonte: Brasil 61

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Inscrições para Fies do 2º semestre vão até 27 de agosto

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As inscrições para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para o segundo semestre podem ser feitas pelo sistema de Seleção do Fies (FiesSeleção) até dia 27 de agosto. É necessário ter uma conta Gov.br. O resultado deve ser divulgado em 9 de setembro.

Os estudantes interessados em aderir ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) do segundo semestre podem solicitar adesão até dia 27 de agosto. Os candidatos podem se inscrever pelo sistema de Seleção do Fies (FiesSeleção) a partir da conta Gov.br. O resultado deve ser divulgado em 9 de setembro.

Para se inscrever, o interessado precisa, ainda, informar e-mail pessoal válido, bem como nomes e número de registro no CPF dos membros de seu grupo familiar com idade igual ou superior a 14 anos. A renda bruta mensal de cada componente também deve ser informada.

O mestre em história social pela Universidade de Brasília (UnB) e coordenador do Colégio Militar em Brasília, Isaac Marra, aponta que o Fies é um instrumento importante para oferecer igualdade de oportunidade entre os estudantes brasileiros.

“Representa uma oportunidade ímpar, uma oportunidade única, de transformação social, qualificação social e econômica. Acaba se tornando uma política pública de prioridade. Uma priorização que garante que esses estudantes, sobretudo os mais vulneráveis socialmente, tenham acesso preferencial é o financiamento educacional”, pontua. 

Confira quem pode se inscrever no processo seletivo do Fies:

  • Ter participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir da edição de 2010, com nota válida até o momento anterior à abertura das inscrições, além de obtido média aritmética das notas nas cinco provas igual ou superior a 450 pontos;
  • Ter obtido nota na prova de redação do Enem acima de zero;
  • Possuir renda familiar mensal bruta per capita até três salários mínimos.

Os candidatos devem atender às seguintes condições acima cumulativamente.

Fonte: Brasil 61

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