Vítimas de acidente estão sendo veladas no interior de Alagoas nesta segunda Portal Gazetaweb.com
Representante da Localima prestou depoimento à polícia na tarde desta segunda-feira FOTO: REPRODUÇÃO/LUCAS FRANCO
Representante da empresa proprietária do ônibus que caiu de um viaduto na BR-381, em João Monlevade, em Minas Gerais, prestou depoimento à Polícia Civil da cidade, na tarde desta segunda-feira (7), e informou que o contrato do motorista, identificado como Luiz Viana de Lima, era temporário.
De acordo com o depoimento de Flaviano Carvalho, essas contratações passaram a ser feitas por causa da pandemia, já que os veículos ficaram parados a maior parte do ano. “O motorista prestava serviço temporário. Não sabemos o que aconteceu, mas acreditamos em imprudência do motorista”.
O ônibus, que saiu de um povoado Santa Cruz, em Mata Grande, Sertão de Alagoas, na manhã de quinta-feira (3), e seguia para São Paulo, pertence à empresa, que afirma ter todos os documentos comprovando que o veículo está regular.
Os corpos das vítimas foram transportados em uma avião da Força Aérea Brasileira (FAB), que saiu do Aeroporto da Pampulha-MG e seguiu para o aeroporto de Paulo Afonso, na Bahia. No final da tarde desta segunda-feira (7), os corpos foram levados para as cidades do Sertão de Alagoas, onde serão realizados os velórios e sepultamentos.
Uma outra aeronave trouxe sobreviventes e familiares que foram reconhecer os corpos dos parentes no estado de Minas Gerais.
Os corpos foram levados do aeroporto em viaturas do Corpo de Bombeiro de Alagoas e também em veículos de funerárias. Na cidade de Água Branca, haverá um velório coletivo de quatro das vítimas do trágico acidente. As demais vítimas serão veladas nas casas de parentes e amigos nas cidades de Mata Grande e Delmiro Gouveia.
Irregular
Na sexta-feira (4), dia em que o acidente aconteceu, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) afirmou que a empresa tem autorização para circular, mas o ônibus que se envolveu no acidente, não estava regular.
“A empresa está cadastrada na ANTT e tem um Termo de Autorização para prestação de serviço regular concedido pela Justiça, por liminar. No entanto, o veículo em questão não estava habilitado para prestar o serviço de transporte de passageiros”, disse o órgão.
Responsável pela viagem
O representante da Localima afirmou que, apesar de serem donos do veículo, não são os responsáveis pela viagem e que estão prestando toda ajuda às famílias. “Temos um contrato com a JS Turismo, desde o ano passado. Nós alugamos os veículos para que eles façam as viagens. Estamos em Belo Horizonte desde sábado ajudando na identificação dos corpos. Não nos omitimos”.
Segundo ele, o contrato de locação termina no próximo ano e, até lá, a empresa JS tem “o poder e o direito” de fazer essa rota de Alagoas à São Paulo.
“Quem imprime as passagens é a JS e a responsável é ela que, até o momento, se omitiu de prestar qualquer ajuda às famílias”.
O G1 tentou contato com a JS Turismo, mas não teve retorno até a última atualização desta matéria.
Depoimento do motorista
O motorista Luiz Viana de Lima, que pulou do ônibus, se apresentou à Polícia Civil de João Monlevade no início da tarde desta segunda-feira (7). Ele está prestando depoimento sobre o acidente que deixou 19 mortos.
Luiz fugiu após o acidente acontecer. A polícia procurava por ele desde a sexta-feira (4). Segundo a corporação, o motorista não era considerado foragido, pois não havia mandado de prisão contra ele.
*Com informações do G1