Escritor: Erisvaldo Bonfim
Cruel descriminação?
É um ponto crucial,
Pois quem pensa desse jeito
E acha isso é normal
Observe bem meu cordel
Pra depois não se dar mal.
O preconceito racial
Tem a forma varonil,
Existe no mundo inteiro,
Não apenas no Brasil
E o pior: tem se alastrado
Por pessoa muito hostil.
Deus fez o homem com a Santa
Trindade, pondo-a em ação,
Formando do pó da terra
Com tamanha perfeição,
Revelou a semelhança
Entre Deus e criação.
Ele nunca descreveu
Aparência, raça e cor,
Mas, tirando de si mesmo
O seu sopro com vigor
Deu à sua criação
Fôlego, vida e amor.
Cada pessoa que tem
Sua raça sua cor
Era pra ser entendida
Na destreza, no langor
De suas características
Pra lembrar do Puro Amor.
Mas eu observo a injustiça
Desse mundo tão banal
Onde se tem muita gente
Com distinção racial,
Em pleno século XXI
Ainda existe esse mal.
Já o homem, por sua vez,
Que sempre foi tão cruel
E muito antes da Lei Áurea
Onde a princesa Isabel
Fez dos negros seus escravos
Pra beber do amargo fel.
Lembrando-me bem agora:
Oh, prestem muita atenção!
Porque quando os português
Com a colonização
Chegaram pra desfrutar
Do Brasil, nossa nação.
A chegada deles deu
Na imensa terra, Brasil
A mais pura crueldade
Vinda de avarento vil
Fazendo o nativo – escravo,
Africanos – mais de mil!
Meu cordel é leviano
Pra falar da escravidão,
Não tive noção do peso
De quem teve calo em mão
E continua passando
Por quase a mesma aflição.
Encerrarei este tema
A qual eu vim abordar.
É que senti muito enjoo
Que me fez arrepiar.
Penso: Em versos desse tipo
Nunca mais quero falar.
Que for discriminador:
Pense mais, use a razão…
E ao olhar para seu próximo
Tenha amor no coração,
Porque essa desigualdade
Merece ter o seu não.