Traineira com 14 pessoas a bordo virou com o mau tempo entre as ilhas do Governador e de Paquetá. Grupo era de amigos, e pelo menos cinco são parentes.
As buscas pelos desaparecidos do naufrágio de uma traineira com 14 pessoas na Baía de Guanabara entraram pelo segundo dia nesta segunda-feira (6). Bombeiros trabalharam ininterruptamente à noite e de madrugada. Três pessoas morreram — dois homens e uma mulher.
Até a última atualização desta reportagem, cinco pessoas eram procuradas. Entre os desaparecidos estavam um adolescente e uma criança. Seis tripulantes foram resgatados com vida e receberam alta no início da manhã.
No fim da madrugada, bombeiros encontraram um cachorro morto no interior da embarcação — perto de onde os corpos dos três passageiros estavam.
Os três corpos resgatados foram levados para o Grupamento Marítimo (G-Mar) de Botafogo, na Zona Sul do Rio, por volta da 1h30.
A traineira Caiçara voltava de um passeio entre amigos no entorno da Ilha de Paquetá e voltava para o continente quando uma tempestade chegou, com fortes ventos. A embarcação acabou emborcando — quando vira de cabeça para baixo dentro da água.
O Corpo de Bombeiros foi acionado às 17h25 para o acidente. Os seis sobreviventes foram resgatados por um barco que passava pela região no momento. Equipes do 19º GBM (Ilha do Governador) prestaram os primeiros socorros às vítimas e as transportaram para o píer da Transpetro, na Ilha do Governador.
O g1 apurou que os passageiros eram todos amigos e que havia pelo menos cinco pessoas da mesma família.
Vítimas resgatadas e liberadas:
Ana Nilda dos Santos Soares, 43 anos;
Ana Paula de Souza, 46 anos;
Caíque Gomes da Silva, 10 anos;
Cauã Gomes da Silva, 14 anos;
Erick Pereira da Silva, 38 anos;
Marcos Paulo da Silva Correia, 45 anos.
Desaparecidos, incluindo três mortos ainda não identificados:
Uma criança de 3 anos;
Um adolescente de 14 anos;
Evandro José Sena;
Everson Costa de Assunção, de 45 anos;
Fábio Dantas Soares; de 46 anos;
Isabel Cristina de Souza Borges, de 38 anos.
Juliana Gomes Delana da Silva; de 35 anos;
Michele Bayerl de Moraes de Sena.
A informação inicial do secretário de Defesa Civil e comandante-geral do Corpo de Bombeiros, Leandro Monteiro, dizia se tratar de 12 pessoas a bordo. Mas, após ouvir o condutor da embarcação, a corporação atualizou o número para 14.
“Estamos no local com o Grupamento de Buscas e Salvamento e um helicóptero para tentar localizar essas vítimas. Também estamos com de lanchas, motoaquáticas, botes e aeronaves”, disse Monteiro ao g1.
Em nota, a Marinha do Brasil disse que a Capitania dos Portos do Rio de Janeiro tomou conhecimento “da ocorrência de um emborcamento de uma traineira na altura da Ilha do Governador (RJ).” E que um procedimento interno será instaurado para “apurar causas, circunstâncias e responsabilidades do acidente” (veja a nota completa mais abaixo).
Um homem que estava em um navio próximo ao local do acidente disse que soube do socorro pelo canal exclusivo de emergência.
“Ventava muito forte, e a embarcação simplesmente virou. Estou em um navio ao lado do ocorrido, porém com possibilidade restrita de manobra. O resgate chegou rápido, com embarcações menores”, disse.
Nota do Corpo de Bombeiros
“O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) foi acionado, na tarde deste domingo (05.02), para um naufrágio na Baía de Guanabara, próximo à Ilha de Paquetá.
Segundo relatos atualizados, havia 14 pessoas a bordo da embarcação. Seis vítimas foram resgatadas por terceiros, receberam os primeiros-socorros do CBMERJ e foram encaminhadas para o CER da Ilha do Governador: 2 mulheres, 2 homens e 2 crianças do sexo masculino.
Oito pessoas seguem desaparecidas: 1 criança e um adolescente do sexo masculino e seis adultos, sendo 3 homens e 3 mulheres.
Guarda-vidas e mergulhadores da corporação atuam nas buscas, com apoio de lanchas, motos aquáticas, botes e aeronaves.
A operação seguirá ininterruptamente.”
Nota da Marinha do Brasil (Comando do 1º Distrito Naval)
“A Marinha do Brasil (MB), por meio do Comando do 1º Distrito Naval, informa que a Capitania dos Portos do Rio de Janeiro (CPRJ) tomou conhecimento, na tarde de domingo (05), da ocorrência de um emborcamento de uma traineira na altura da Ilha do Governador (RJ).
Ressalta-se que a CPRJ enviou uma equipe de Busca e Salvamento (SAR) ao local para averiguações tão logo teve ciência do ocorrido. A embarcação contava com 12 tripulantes, 6 deles devidamente resgatados até o momento. As buscas pelos demais estão sendo realizadas tanto pela Marinha do Brasil quanto pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ). Insta salientar que não foi verificado indício de poluição hídrica no local.
A CPRJ esclarece, também, que um procedimento interno será instaurado para apurar causas, circunstâncias e responsabilidades do acidente, bem como colher ensinamentos para reduzir a probabilidade de ocorrências análogas no futuro. Concluído o procedimento e cumpridas as formalidades legais, os documentos serão encaminhados ao Tribunal Marítimo, que fará a devida distribuição e autuação, o qual dará vista à Procuradoria Especial da Marinha para que adote as medidas previstas no Art. 42 da Lei nº 2.180/54.”
As prefeituras partilham quase R$ 7,8 bilhões referentes à primeira parcela de maio do Fundo de Participação dos Municípios, nesta sexta-feira (10). É o segundo aumento consecutivo do FPM, que também registrou alta no último repasse de abril.
No primeiro repasse de maio de 2023, os municípios receberam cerca de R$ 7,3 bilhões. Se considerada a inflação de 3,9% nos últimos 12 meses, a transferência desta sexta-feira é 2,4% maior do que a do ano passado.
Cesar Lima, especialista em orçamento público, diz que o resultado positivo afasta o temor de que os repasses entrariam em uma tendência de queda, após duas quedas consecutivas no mês de abril.
“Os resultados do FPM desse primeiro decêndio de maio parecem ser bem promissores, mostrando que aqueles resultados anteriores foram pontos fora da curva. Tivemos alguns resultados bem baixos nos decêndios passados, mas agora parece estar refletindo essas notícias de recorde de arrecadação que o governo tem conseguido nos últimos meses”, avalia.
Para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) serão repassados quase R$ 2 bilhões na sexta-feira (10).
Localizado no oeste de Minas Gerais, Iguatama tem menos de sete mil habitantes, de acordo com o IBGE. O prefeito do município, Lucas Vieira Lopes, destaca que a cidade tem baixa capacidade de arrecadação própria e que, por isso, as transferências oriundas da União e do estado são fundamentais para manter as contas em dia.
“Esses repasses governamentais são uma das principais fontes de receita dos municípios pequenos. É de fundamental importância para nós”, afirma. O gestor comemora o crescimento do repasse desta sexta. “A arrecadação própria é muito baixa. Se as receitas governamentais caírem também, com certeza vai afetar em muito as nossas políticas públicas. Por isso, é importante que esse repasse continue estável”, completa.
Até a última quarta-feira (8), 13 municípios estavam impedidos de receber o FPM, de acordo com o Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi),
Verifique se a sua cidade está na lista.
Murici (ES)
Itajá (GO)
São Domingos (GO)
Poços de Caldas (MG)
Antônio João (MS)
Miranda (MS)
Nova Alvorada do Sul (MS)
Alto Taquari (MT)
Canarana (MT)
Dom Aquino (MT)
Rio Branco (MT)
São José do Povo (MT)
Carapebus (RJ)
A ausência de pagamento para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep); dívidas com o INSS; débitos ativos com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN); e a não prestação de contas no Sistema de Informações sobre Orçamento Público em Saúde (Siops) estão entre os principais motivos para que uma prefeitura seja impedida de receber o FPM.
Para desbloquear o repasse, o gestor público deve identificar o órgão que determinou o congelamento. Em seguida, deve conhecer o motivo e regularizar a situação. Vale lembrar que a prefeitura não perde os recursos bloqueados de forma definitiva. Eles ficam apenas congelados enquanto as pendências não são regularizadas.
Considerado o quarto componente do saneamento básico, o serviço de drenagem e manejo de águas pluviais (DMAPU) recebe pouca atenção, segundo especialista do Ipea
Enquanto o governo e o poder público no Brasil investem em serviços voltados para a coleta de esgoto e o abastecimento de água, pouco se discute, contudo, sobre a importância das atividades de drenagem e manejo de águas pluviais (DMAPU). Atualmente, apenas 42,5% dos municípios brasileiros são cadastrados no sistema de atuação do DMAPU, conforme último levantamento do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) – coleta 2023 (ano de referência 202) do Ministério das Cidades.
O pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Gesmar Rosa dos Santos explica que poucas pessoas sabem, mas a atividade é fundamental para o equilíbrio dos serviços de saneamento básico. Segundo ele, a água pluvial quando é direcionada para a rede de esgoto. Em dias de chuva, por exemplo, pode provocar o transbordamento desse esgoto para dentro de casa ou para os rios sem tratamento prévio.
“Se não tem drenagem inunda — e a inundação facilita carregar doenças transmitidas por urina de rato, por animais peçonhentos, por vírus, por bactérias. Então quando não se tem uma drenagem adequada e desenvolvimento urbano adequado, o cenário geral é essa dificuldade — um somatório de problemas”, analisa.
Ele lembra que o saneamento básico é composto por quatro componentes: coleta e destinação com tratamento de resíduos sólidos, coleta e tratamento de esgoto e abastecimento de água tratada, além da drenagem e manejo de águas pluviais.
Mais preocupação com o setor
Dados do SNIS revelam que 16,8% dos municípios possuem uma plano diretor de DMA-PU. E 26,3% usufruem de um sistema combinado de drenagem com esgotamento sanitário.
Quando a rede de drenagem é utilizada como rede de esgotamento sanitário, os rios, lagos e reservatórios naturais acabam sendo poluídos. Na opinião do pesquisador, isso acontece porque o sistema de drenagem não dispõe de mecanismo de controle da qualidade da água ,que é lançada por receber menos atenção do poder público.
“A água pluvial, como ela não tem ainda uma reutilização, um valor econômico em uso, ela não tem uma tarifa associada — então ela é meio que deixada mais de lado. As pessoas não veem diretamente o benefício e passam a não cobrar. E ela depende do bom planejamento urbano, de fazer de fato as galerias de drenagem e ter uma destinação correta. E isso é muito oneroso, demanda muito dinheiro que não está sendo colocado no orçamento público”, reclama.
O Marco Legal do Saneamento Básico (Lei 14.026/2020) estabelece que até 2033, 99% da população deverá ser atendida com serviços de água tratada e ao menos 90% do esgotos deverão ser coletados e tratados. Mas, para que isso aconteça, a presidente executiva do Trata Brasil acredita que o governo, a sociedade, todos têm um papel fundamental a cumprir. Para ela, o Brasil precisa avançar ainda mais se quiser atingir as metas de universalização dos serviços até 2033.
“Se o tema é priorizado, existe um compromisso com essa agenda, um plano estruturado de saneamento básico, que tenha a previsão correta de quais obras precisam ser realizadas, qual é o volume de recursos necessário — uma análise em relação à qual é a melhor forma de modelo de gestão para que esses investimentos aconteçam”, avalia.
Solicitações devem ser feitas pela Página do Participante
Por Agência Brasil
Termina na próxima sexta-feira (26) o prazo para pedir a isenção de pagamento da taxa de inscrição para a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os pedidos devem ser feitos pela Página do Participante, com o login único do Gov.br.
Têm direito a fazer o Enem de graça os alunos matriculados no 3º ano do ensino médio em 2024, em escola pública, e quem fez todo o ensino médio em escola pública ou como bolsista integral em escola privada. Também podem ser beneficiados participantes do programa Pé-de-Meia, do Ministério da Educação, e alunos de famílias de baixa renda – com registro no Cadastro Único para programas sociais do governo federal (CadÚnico).
O estudante que teve isenção no Enem 2023, mas não compareceu aos dois dias do exame, e quer participar da edição de 2024 gratuitamente precisa justificar a ausência. O prazo para a justificativa também encerra em 26 de abril.
O Enem é a principal porta de entrada para a educação superior no Brasil, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e do Programa Universidade para Todos (Prouni). Os resultados do Exame são utilizados como critério único ou complementar dos processos seletivos, além de servirem de parâmetro para acesso a auxílios governamentais, como o proporcionado pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).